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Acusados de hack da FTX pós-colapso são indiciados pela Justiça nos EUA

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Atualizado por Thiago Barboza

A Justiça dos EUA indiciou três pessoas pelo hack que drenou cerca de US$ 400 milhões da FTX no mesmo dia em que a exchange entrou em colapso.

Um dos responsáveis pelo golpe se apresentou a uma corte federal de Chicago na sexta-feira (2).

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Hack na FTX criou teorias da conspiração

A história do colapso da FTX, em novembro de 2022, já se tornou uma anedota na indústria cripto. A FTX usou recursos de clientes na Alameda, o ex-CEO da Binance CZ fez dump de FTT, os EUA prenderam e condenaram Sam Bankman-Fried. Se você não lembra, pode revisitar a história no arquivo do BeInCrypto (links nesse parágrafo!).

Um dia depois daquele fatídico dia de novembro, quando a FTX ainda se esforçava para sobreviver à série de acontecimentos, houve uma invasão na exchange. Isso resultou no roubo de US$ 400 milhões.

A incrível coincidência das datas não deixava dúvidas para qualquer um que se satisfizesse em não ter à mão todos os fatos: Sam Bankman-Fried, ou alguém ligado à FTX, teria usado um backdoor no código para fugir com os fundos e falsear um roubo de terceiros. O timming, afinal, era perfeito.

Um backdoor é um código escondido que permite que determinadas pessoas tenham acesso a um sistema sem que terceiros saibam que isso é possível. Só que investigações posteriores revelaram algo bizarro: havia mesmo algo estranho no código da exchange, uma forma de permitir que sua empresa irmã Alameda Research tivesse, na prática, crédito infinito com a FTX.

Em suma, clientes da FTX que tivessem um balanço negativo (devido a empréstimos ou produtos semelhantes) estavam sujeitos a uma função de auto liquidação se seu débito fosse superior a um determinado valor. No caso da Alameda, essa função estava desabilitada.

O que, obviamente, deu mais combustível para a fogueira com a qual a comunidade queria queimar a mente mais promissora da indústria cripto.

Culpados na Justiça

A verdade, como sempre, se revelou muito mais simples. Investigações posteriores revelaram que o hack ocorreu graças um golpe de SIM-swap, o mesmo que vitimou a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) no início de janeiro de 2024. Coincidentemente, um dia antes da aprovação dos ETFs de Bitcoin.

A lógica por trás do SIM-swap é simples: os criminosos clonam o cartão do celular da vítima. Em seguida, tentam o login em um serviço (uma conta do Twitter, por exemplo).

Por fim, eles usam o celular clonado para receber por SMS a mensagem com o código de verificação de duas etapas (2FA) da conta. Esse, aliás, é um dos motivos pelo qual aconselha-se a usar apps de gerenciamento de 2FA em vez de contar com SMS.

Os três acusados do hack da FTX são Robert Powell, Carter Rohn e Emily Hernandez. Eles foram acusados de conspiração para cometer fraude eletrônica, conspiração para cometer roubo de identidade agravado e fraude de acesso de dispositivos.

O esquema envolvia viagens para pelo menos 15 estados, onde os acusados compraram smartphones em lojas diferentes para dificultar o rastreamento.

Conforme a Justiça, eles tinham acesso a dados pessoais de maias de 50 vítimas, além de documentos de identificação falsos nos nomes delas. Os criminosos usavam esses documentos para acessar suas contas online.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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