Um experimento realizado pela Associação Brasileira dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), revelou que quase metade dos brasileiros está suscetível a cair em golpes financeiros. O teste envolveu, sobretudo, a criação de um site falso que prometia altos retornos em investimentos em criptomoedas.
Durante quatro meses, o site fictício de criptomoedas ficou no ar, atraindo a atenção de 48% dos visitantes únicos, o que corresponde a aproximadamente 49 mil pessoas. Apesar de apresentar erros de português e falta de informações básicas, como CNPJ da empresa, uma grande quantidade de pessoas se mostrou interessada na promessa de lucro fácil.
Alerta foi exibido em site falso de golpe criptomoedas
Um alerta era exibido em primeiro lugar levando os investidores a acessarem o site falso, direcionando-os assim para um endereço educativo com informações sobre prevenção de fraudes.
Marcelo Billi, da Anbima, enfatiza, no entanto, que qualquer pessoa pode cair em golpes financeiros devido à falta de atenção.
Uma pesquisa da CVM revelou que 91% das vítimas de golpes financeiros são homens, com a maioria entre 30 e 39 anos, renda entre 2 e 5 salários-mínimos e pós-graduação. As criptomoedas, aliás, são o produto de investimento mais citado pelas vítimas.
Não tem a ver com grau de instrução, renda, capacidade cognitiva. Isso é feito de maneira massificada. As pessoas podem ser pegas em um momento de vulnerabilidade, seja por receber uma oferta que se encaixa muito na vida dela ou em um dia em que estão correndo, fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Tendemos a acreditar em propostas que, em tese, resolveriam algum problema que temos, explica Billi.
Iniciativa foi inspirada em experiência asiática
Esta iniciativa é inspirada em testes realizados em países asiáticos e é a segunda vez que Anbima e CVM realizam esse experimento medindo a vulnerabilidade dos investidores brasileiros.
Na primeira edição, por exemplo, antes da pandemia, 49% dos acessos ao site falso indicaram potenciais vítimas.
Cerca de 41% dos brasileiros são imediatistas. Para se proteger, não tome nenhuma decisão sobre o destino do seu dinheiro correndo, sem refletir, sem conversar com pessoas e profissionais que você confia. Só esfriar a cabeça já ajudaria a evitar o maior número de golpes — recomenda Billi.
Educação financeira é fundamental para evitar golpes, alerta CVM
Até o dia 19 de maio, as instituições promovem a 11ª edição da Semana Nacional de Educação Financeira, com diversas atividades gratuitas.
A CVM busca alcançar, por meio da educação financeira, especialmente o público economicamente vulnerável. É importante despertarmos o interesse público e o engajamento em torno de iniciativas como essa como forma de ampliar sua disseminação, alcançando de fato aqueles que mais precisam: os cidadãos comuns — comenta Nathalie Vidual, Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM.
Evite golpes
Para evitar cair em golpes financeiros, é essencial desconfiar de promessas de lucros altos a curto prazo, informações insuficientes e empresas com pouca transparência. Verificar o CNPJ das empresas e consultar a CVM não são apenas passos importantes, são fundamentais.
Ao ser vítima de uma fraude, é fundamental comunicar ao banco imediatamente. Bloquear o Pix temporariamente e fazer um Boletim de Ocorrência estão entre as recomendações de especialistas.
No caso de pirâmide financeira, por exemplo, é fundamental reunir toda a documentação possível e buscar assistência legal.
“É muito importante reconhecer que promessas de resultados garantidos e ofertas que condicionam senso de urgência são fortes indícios de fraudes financeiras”, afirma o, Superintendente de Sustentabilidade da Anbima.
Para se proteger de golpes
Verifique o CNPJ das empresas e pesquise acima de tudo sobre sua atuação no mercado.
Consulte a CVM para confirmar se uma instituição é participante do mercado de capitais. A Anbima também possui uma lista pública de empresas associadas e aderentes aos seus códigos de autorregulação.
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