O setor de serviços financeiros do Brasil tem apostado no uso da Inteligência Artificial (IA) para se reinventar. Conforme a 27ª edição da Global CEO Survey da PwC, 74% dos executivos brasileiros acreditam que a tecnologia vai impulsionar a qualidade das empresas no próximo ano.
A pesquisa anual da consultoria ouviu mais de 4,7 mil CEOs em mais de 100 países, incluindo o Brasil. Os dados revelaram que 60% das lideranças brasileiras de serviços financeiros estão confiantes no crescimento da economia do país para os próximos 12 meses.
Outro dado animador é sobre a perspectiva do crescimento global, já que 29% dos CEOs do setor financeiro no país acreditam que a economia global vai desacelerar em comparação com 73%, apontado no levantamento de 2023.
Pouco mais da metade (51%) dos brasileiros não veem seus negócios economicamente viáveis em até dez anos, se o ritmo da economia global se manter.
O medo de ataques e ameaças cibernéticas foi apontado por 43% dos presidentes brasileiros. E apenas 9% deles acreditam que as mudanças climáticas possam afetar seus negócios.
Preocupação ambiental
Apesar de as mudanças climáticas não serem identificadas como uma das principais ameaças pelas lideranças dos serviços financeiros no Brasil, essa questão está ganhando destaque na agenda.
Embora de forma menos proeminente do que a média nacional em alguns aspectos, existem esforços, especialmente voltados para a eficiência energética. Entre os respondentes do setor, 54% estão implementando ou já concluíram ações nesse sentido. No país na totalidade, esse número chega a 71%.
Além disso, 52% dos CEOs do setor financeiro estão progredindo na inovação de produtos e serviços com baixo impacto climático, bem como na implementação de iniciativas para proteger os ativos físicos e/ou a força de trabalho contra os efeitos físicos dos riscos climáticos. Nacionalmente, essa ação foi indicada como em andamento ou concluída por 50% dos entrevistados.
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Tendências analisadas
“A disrupção tecnológica e as mudanças climáticas são as duas megatendências analisadas por esta edição, e apesar do impacto projetado pela IA no Brasil, a implementação dessa tecnologia em todas as áreas da empresa ainda é uma realidade distante no país.
Dos CEOs brasileiros de serviços financeiros, 23% alegaram esse status de implementação. Na média geral do país, foram 30%”, ressalta a PwC.
“Ainda que o estágio de implantação da IA em toda a corporação não seja uma realidade para a maioria dos nossos entrevistados, percebemos o poder de influência dessa inovação. 63% dos CEOs do setor no Brasil acreditam que a IA generativa aumentará a capacidade de criar confiança com os stakeholders e 71% esperam aumento na lucratividade com a sua implementação”, avalia o sócio da PwC Brasil e líder do setor de serviços financeiros, Lindomar Schmoller.
O levantamento destacou que 91% das lideranças brasileiras no setor de serviços financeiros reconhecem que a IA exigirá, nos próximos três anos, o aprimoramento de novas habilidades por parte da maioria dos colaboradores.
A pesquisa também revela que 89% dos participantes do setor no Brasil acreditam que a IA impactará a geração de valor em suas empresas, enquanto 83% crêm que a tecnologia elevará a competitividade do ecossistema.
Mundo e IA
Em todo mundo, 59% dos respondentes acreditam que a IA vai contribuir significativamente com a qualidade dos produtos e serviços da economia
“A disrupção tecnológica, as mudanças climáticas e outras megatendências globais em aceleração continuam a exigir adaptação dos CEOs. Ao mesmo tempo, outro sinal de necessidade de reinvenção é o aumento da pressão que os CEOs esperam enfrentar nos próximos três anos por mudanças no modelo de negócios. Em comparação com os últimos cinco anos, os CEOs do setor de serviços financeiros no Brasil preveem que alterações associadas à tecnologia e às preferências dos consumidores terão maior impacto na forma como criam, entregam e capturam valor”, analisa Schmoller.
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