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Binance interrompe derivativos na Europa e traders devem fechar posições

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Escrito e editado por
Paulo Alves

30 julho 2021 07:04 BRT
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  • Binance cede à pressão regulatória na Europa.
  • Exchange anuncia interrupção de futuros e outros derivativos no continente.
  • Traders de três países devem fechar posições nos próximos 90 dias.
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A Binance anunciou na manhã desta sexta-feira (30) a interrupção da oferta de produtos derivativos em toda a Europa, começando por Alemanha, Itália e Holanda.

Os serviços envolvem principalmente os trades do mercado de futuros. Como consequência, a exchange de criptomoedas ordena que os traders dos primeiros três países fechem suas posições abertas dentro de 90 dias.

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Segundo comunicado, a partir de agora, negociantes dessas localidades também não poderão abrir novas contas de futuros ou outros derivativos.

Via Twitter, a companhia disse que “a região europeia é um mercado muito importante para a Binance e está tomando medidas proativas para harmonizar as regulamentações de criptomoedas, o que é um sinal positivo para a indústria.”

“Entendemos que muitos reguladores em níveis locais podem ter suas próprias posições sobre criptomoedas e agradecemos a oportunidade de iniciar um diálogo construtivo sobre os requisitos locais.”

A exchange também declarou que, embora não comercialize ativamente futuros e derivativos especificamente nesses países, planeja “começar a reduzir ainda mais o acesso a esses produtos na região”.

Vale lembrar que esse o caso é parecido com o do Brasil, onde a Binance não tem permissão para oferecer derivativos, mas não impede o acesso de residentes no países a esses produtos. Exchanges nacionais, que perderam mercado para a corretora estrangeira, denunciaram o fato este ano às autoridades.

Em nota, a Binance comenta o caso brasileiro e diz revisa e atualiza suas ofertas de produtos “em todas as regiões continuamente com base nas solicitações dos usuários e nas exigências regulatórias locais”.

“Para respeitar a ordem brasileira, a Binance implementou restrições em nosso site. Se houver novas mudanças, iremos avaliar e nos envolver proativamente com as partes interessadas relevantes para encontrar as soluções ideais para os usuários locais. Compartilharemos mais informações se e quando tivermos uma decisão e estivermos prontos para anunciar.”

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Ao acessar o site da Binance em português (binance.com/pt-br) e clicar no menu de “Futuros”, o site exibe uma tela de erro “404, página não encontrada”. No entanto, nada impede que IPs no Brasil acessem o serviço utilizando a versão do site em inglês.

Pressão regulatória

A mudança ocorre em meio a uma forte pressão regulatória sobre a corretora, especialmente na Europa. O cerco começou a se fechar com um alerta emitido pela FCA, órgão regulador do mercado financeiro do Reino Unido, e logo a Binance entrou em uma espécie de lista negra de bancos, foi alvo de alerta na Itália e teve parceria suspensa com a Clear Junction, levando à interrupção de saques via rede SEPA no continente.

Desde então, a Binance encerrou a oferta de ações tokenizadas em sua plataforma, removeu pares com o Euro de trades de margem e limitou saques de criptomoedas para contas com verificação básica.

O fundador de CEO da exchange, Changpeng “CZ” Zhao, disse recentemente em carta aberta que a empresa estaria disposta a cooperar com os órgãos governamentais em busca de uma maior regulamentação do setor. Ele inclusive admitiu a possibilidade de sair do cargo e estaria em busca de um substituto.

Investigação

Além do esforço imposto por reguladores europeus, a Binance passa por problemas na Ásia, seu continente de origem. Na Tailândia, a CVM local ingressou com uma ação criminal contra a empresa por atuação sem licença.

Já na Índia, onde já era supervisionada de perto pelas autoridades, a exchange teria virado alvo da agência estatal de combate à lavagem de dinheiro por um suposto envolvimento em um esquema com aplicativos de apostas.

Pessoas investigadas teriam utilizado os serviços da WarziX, maior corretora de criptomoedas do país e adquirida pela Binance em 2019, para lavar dinheiro obtido de maneira ilegal.

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