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2022: o ano mais importante da história do Ethereum. Veja tudo o que aconteceu

4 mins
Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • Ethereum concluiu com êxito o seu The Merge - evento mais aguardado e importante de sua história.
  • Apesar do sucesso da fusão, token ETH fechou 2022 com uma desvalorização de quase 70%.
  • Alguns eventos e atualizações já estão programadas para o próximo ano.
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A blockchain Ethereum (ETH) realizou a sua maior atualização em 2022, fazendo deste ano o mais importante de sua história.

Após um memorável 2021, marcado por grandes saltos de adoção e preço, com o seu token nativo subindo cerca de 600%, o Ethereum iniciou 2022 cheio de expectativas por parte de sua comunidade e investidores.

O principal motivo para a grande euforia era o The Merge. Após anos de expectativas e preparações, a segunda maior blockchain do mundo finalmente entrava em contagem regressiva para mudar o seu método de consenso. Mesmo com a fusão sendo um sucesso, ela não foi capaz de impedir que o Ethereum – assim como o mercado cripto como um todo – tivesse um ano tumultuado.

Pensando nisso, vale a pena fazer uma retrospectiva dos principais acontecimentos que envolveram a rede em 2022 e projetar o que pode ocorrer no ano que está por vir.

Ethereum começa 2022 com tudo, mas não é páreo para o inverno cripto

O Ethereum começou 2022 cumprindo as expectativas de sua comunidade. Após ser integrada como uma forma de pagamento no Twitter, a rede viu o valor de suas taxas – que tinham sido um grande ponto negativo no ano passado – caírem.

Com isso, muitos acreditavam que a sua adoção, e por consequência, o seu preço, continuariam em alta. Alguns até projetavam que o ETH superaria o Bitcoin e se tornaria o maior projeto cripto do mercado.

No entanto, o que aconteceu foi justamente o contrário. A chegada do inverno cripto impactou profundamente o preço do token, que chegou a cair quase 80% no primeiro semestre do ano, segundo o TradingView. Além disso, a sua fusão precisou ser adiada novamente. Com isso, a rede viu o seu volume de negociações cair em mais de US$ 1,5 trilhão, com mais de US$ 50 bilhões sendo evaporados do seu valor total bloqueado (TVL).

The Merge anima o mercado, mas divide a rede

Julho foi o melhor mês em termos de valorização de preço. Neste mês, o token nativo da rede valorizou mais de 60%. Não por acaso, foi quando o mercado começou a antecipar o The Merge.

Após a fusão ser concluída com êxito numa rede de testes, foi definido que ela iria ser implementada para valer em setembro. Apesar da migração para o método de provar de participação (PoS) ser visto com bons olhos por boa parte da comunidade, ela enfrentou resistência dos mineradores.

O movimento era esperado, visto que mais de 80% dos mineradores não seriam capazes de continuar suas atividades após a migração. O que muitos não esperavam é que eles iriam propor uma divisão da blockchain, fazendo com que uma das redes continuasse utilizando o método de prova de trabalho (PoW).

Apesar da proposta enfrentar resistência dos desenvolvedores e da comunidade cripto, ela saiu do papel. Com isso, um novo token foi criado, o EthereumPoW (ETHW). O ativo até realizou movimentos interessantes após o seu lançamento, mas logo entrou em forte queda.

Negociado atualmente em US$ 3, o ETHW está 95% abaixo do seu preço recorde de US$ 58,54, registrado em 3 de setembro segundo o CoinGecko. O que também despencou foi a taxa de emissão do Ethereum, com o número de ETHs criados após a fusão sendo 98% menor.

ENS e staking ganham destaque

Com o ETH seguindo em queda nas semanas após a fusão, assim como os segmentos DeFi e NFT, outras atividades começaram a ganhar destaque. Um deles foi o Ethereum Name Service (ENS). Esse tipo de registro de domínio, que tendo a se tornar cada vez mais popular à medida que a Web3 crescer em adoção – bateu recordes de uso em 2022, com alguns endereços sendo negociados por milhões de dólares.

Outra atividade que cresceu em adoção foi o staking de ETH. Com os mercados em baixa, muitos usuários preferiram usar seus ativos para obter uma renda passiva na rede. Em outubro, as recompensas desta atividade se aproximaram da taxa Selic.

Ethereum: commodity ou valor mobiliário?

O The Merge também trouxe maiores dúvidas sobre a classificação que deve ser usada para definir o ETH. Para a grande maioria dos usuários e órgãos reguladores, o ativo é uma commodity, assim como o Bitcoin. Porém, a fusão de sua rede deu munição para a SEC, que já dava sinais de interpretar a criptomoeda como um valor mobiliário.

Na visão do presidente da autarquia, que controla os mercados financeiros nos EUA, o modo de staking do Ethereum indicaria que o token não pode ser classificado como commodity. Essa interpretação ganhou apoio do chefe de outro grande órgão financeiro do país.

Uma mudança na classificação pode mudar drasticamente a forma como o Ethereum é usado e negociado no país. Ao ser um valor mobiliário, o token estaria impedido de ser listado em exchanges. Em um processo, a SEC ainda reivindicou autoridade sobre as transações feitas na rede, gerando ainda mais preocupação na comunidade.

O que esperar em 2023?

Negociado no fechamento da matéria em US$ 1.180, o Ethereum acumula uma desvalorização de quase 70% em 2022. Mesmo com 2022 sendo o ano mais importante da história da rede, os investidores e entusiastas esperam que 2023 proporcione frutos ainda maiores.

Para o próximo ano, os eventos mais aguardados até o momento são a liberação dos ETH depositados em staking – ação que pode impactar consideravelmente o preço do ativo – e a introdução de novos forks, como o Shanghai. Ambos estão previstos para março.

Apesar da rede se consolidar cada vez mais como a segunda maior blockchain em valor de mercado e concluir com êxito as suas atualizações, será difícil o ETH atingir novas máximas antes do mercado cripto sair do seu inverno atual. No entanto, o CEO da Brasil Bitcoin, Marco Castellari, segue otimista.

Ele acredita que 2023 será positivo para o Ethereum, sobretudo devido ao impacto que o The Merge trará no longo prazo, tornando a rede mais sustentável. Castellari ainda destaca que o fato do Ethereum ser a blockchain que mais possui projetos é um forte indicativo de que o ETH seguirá no topo do mercado cripto.

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Anderson Mendes
Formado em Administração de Empresas pela Universidade Positivo, Anderson atua como redator para o BeInCrypto há 2 anos. Escreve sobre as principais notícias do mercado de criptomoedas e economia em geral. Antes de entrar para a equipe brasileira do site, participou de projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto em sua cidade natal, Curitiba.
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