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Obituário: The Economist decreta o fim do Bitcoin

3 mins
Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • O jornal decretou a morte do Bitcoin após o crash do mercado causado pelo colapso da FTX.
  • Mais um para a longa lista de obituários do principal ativo digital.
  • A publicação comparou o mercado cripto com bolhas do passado.
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A tradicional publicação sobre economia decretou o fim do Bitcoin (BTC) e disse que as criptomoedas são “inúteis e criminosas”.

O renomado jornal britânico publicou na sexta-feira, 18, um extenso artigo sobre o colapso da exchange de criptomoedas FTX e suas consequências para o mercado cripto. Detalhando diversos colapsos ao longo dos 13 anos de existência da indústria, a publicação classifica o evento FTX como catastrófico e acrescenta que as criptomoedas são “inúteis e criminosas”.

Em queda desde novembro de 2021 quando atingiu sua máxima histórica de US$ 69.000, o Bitcoin caiu 77%, sendo empurrado para baixo do suporte de US$ 20.000, devido a falência da exchange, em direção a mínima anual de US$ 16.000.

“Não resta nada além de 1 milhão de credores furiosos, dezenas de empresas cripto instáveis ​​e uma proliferação de investigações regulatórias e criminais. A implosão de alta velocidade da FTX foi um golpe catastrófico para uma indústria com uma história de fracassos e escândalos. Nunca antes as criptomoedas pareceram tão criminosas, esbanjadoras e inúteis.”

O mercado estabilizou após o evento mas o desastre ainda não foi mensurado pois alguma desconfiança ainda paira sobre as exchanges centralizadas (CEX) e especialistas aguardam as consequências da onda de contágio.

Esforço desperdiçado

O jornal comparou o colapso atual com o estouro de bolhas históricas do mercado financeiro e decretou que o mercado de criptomoedas é uma “mania financeira” passageira, acrescentando que além de ser repleto de histórias de colapsos e fracassos, desperdiça dinheiro, tempo, talento e energia para construir cassinos virtuais.

“Grandes personalidades, empréstimos incestuosos, colapsos noturnos – essas são as manias financeiras clássicas, da febre das tulipas na Holanda do século 17 à bolha dos mares do sul na Grã-Bretanha do século 18 e às crises bancárias da América no início dos anos 1900.

Como no fim de qualquer mania, a questão agora é se as criptomoedas podem ser úteis para algo além de golpes e especulações. A promessa era de uma tecnologia que pudesse tornar a intermediação financeira mais rápida, barata e eficiente… A decepção é que, 14 anos após a invenção da blockchain do Bitcoin, pouco dessa promessa foi realizada.”

Porém o artigo não lembrou que os mercados financeiros tradicionais também foram atingidos pela atual crise inflacionária global e pelo aumento das taxas de juros. Muitas empresas grandes também foram afetadas, perdendo mais de 80% de seu valor de mercado em apenas um ano. 

Alguns críticos acreditam que o jornal fala apenas para uma pequena elite intelectual que está mais preocupada com questões econômicas técnicas e pouco com a evolução e o desenvolvimento do dinheiro que, que a meio século, é ancorado em um sistema de confiança sem qualquer âncora objetiva. 

Além disso, as moedas digitais permitiram a inclusão de inúmeras pessoas ao redor do mundo que não têm acesso ao sistema bancário, principalmente nos países em desenvolvimento que sofrem com moedas fracas e economias frágeis. Também facilitou o envio e recebimento de pagamentos além das fronteiras sem a necessidade de depender de empresas financeiras centralizadas.

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O longo obituário do Bitcoin

Desde que surgiu o Bitcoin causa espanto, cada vez menos, aos investidores tradicionais ao fim de cada ciclo. Não é de hoje que o rigoroso inverno do Bitcoin e das criptomoedas funciona como um filtro nesse mercado expurgando projetos frágeis, empresas demasiadamente alavancadas e investidores especulativos.

Obituário: The Economist decreta o fim do Bitcoin
Fonte: 99Bitcoins

A morte do Bitcoin já foi decretada tantas vezes que foi criado um “obituário” para registrar o total de vezes que o ativo digital foi considerado extinto. Apenas em 2022 foram registrados 26 obituários para o BTC, mais do que os anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2020 somando o total de 466 vezes que o principal ativo digital foi considerado morto.

Entretanto, ao mesmo tempo que a queda espanta, sua recuperação é proporcionalmente surpreendente. Até hoje a cada novo ciclo o Bitcoin superou as máximas dos ciclos anteriores e estabeleceu novos recordes de preços. Porém qualquer projeção no momento atual é prematura pois o inverno cripto ainda não acabou e analistas acreditam que este será o mais longo. A única certeza que se tem é que o Bitcoin e o mercado cripto morreram, mas estão mais vivos do que nunca e seus críticos continuarão a decretar sua morte por mais algumas décadas.

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Thiago Barboza
Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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