Um relatório da Chainalysis sobre lavagem de dinheiro em cripto revelou que quatro carteiras pertencentes a exchanges receberam mais de US$ 1 bilhão em fundos ilícitos em 2022.
De acordo com a empresa de análise, a quantidade de dinheiro ilícito movimentado em 2022 foi de US$ 23,8 bilhões. Portanto, isto representa um crescimento de 68% em relação ao ano anterior.
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“Como de praxe, exchanges centralizadas conhecidas foram as maiores recipientes destes fundos ilícitos”, diz a Chainalysis. Estas empresas receberam mais de metade dos fundos ilícitos, embora tenham adotado novas medidas de compliance.
Atividade diminuiu, mas movimentou mais fundos
Um dos motivos para isso é porque as exchanges são plataformas off-ramp, ou seja, permitem a troca de criptomoedas por dinheiro fiduciário. Cerca de US$ 6,3 bilhões passaram por esse serviço, dos quais 51% foram enviados para 542 endereços.
Além dos quatro maiores endereços, cerca de 1,2 milhões de endereços receberam mais de US$ 100 milhões. Os números indicam que o nível de lavagem caiu em relação a 2021, ainda que a quantidade de dinheiro tenha saltado.
A Chainalysis acredita que o aumento da repressão legal contra a lavagem de dinheiro no mercado cripto foi um dos motivos que levaram à queda da atividade. A empresa aponta o fechamento da exchange Bitzlato como exemplo que pode ter intimidado provedores de serviços de lavagem.
O panorama geral da indústria de lavagem, por outro lado, permaneceu o mesmo. De acordo com a Chainalysis, ele se baseia em alguns princípios básicos. Primeiramente, é necessário usar intermediários, como carteiras, mixers e mercados na darknet.
É preciso usar esses itens para manter os fundos, ainda que temporariamente, ou trocar ativos. Em seguida, os criminosos usam plataformas off-ramp para sacar o dinheiro na forma de moedas fiduciárias, que não podem ser rastreadas na blockchain.
Uso de DeFi para lavagem de criptomoedas aumentou
Dados da Chainalysis mostraram que o uso de protocolos DeFi para mover fundos cresceu em 2022. Normalmente, criminosos evitam finanças descentralizadas porque elas registram todas as atividades on-chain. Entretanto, naquele ano, o uso do DeFi saltou 57%.
O DeFi foi a área mais visada para ataques durante o ano. Só que esses serviços normalmente possuem tokens que não são listados em exchanges. Por isso, os hackers precisam usar exchanges descentralizadas (DEXes) para converter os ativos, normalmente para Ethereum (ETH).
O uso de mixers de criptomoedas foi responsável por lavar 8% dos fundos de endereços comprometidos em 2022. Um mixer é um serviço que recebe criptomoedas de vários endereços e devolve um valor equivalente a elas.
Na prática, ele interrompe o rastreio da moeda. Um dos serviços mais utilizado de mixagem, o Tornado Cash, foi alvo de escrutínio das autoridades em 2022. Isto ocorreu porque ele foi acusado de ajudar o grupo hacker Lazarus Group, da Coreia do Norte, a lavar criptomoedas.
Conforme a Chainalysis, os mixers processaram cerca de U$ 7,8 bilhões em 2022, sendo que 24% deste valor veio de endereços comprometidos. Em 2021, os números eram de US$ 11,5 bilhões, com 10% de fundos ilícitos.
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