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Lavagem de criptomoedas usou 4 endereços de exchanges para mover US$ 1 bilhão em 2022, diz relatório

2 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Relatório da Chainalysis diz que atividade de lavagem de criptomoedas caiu em 2022.
  • Entretanto, o valor movimentado por criminosos cresceu no mesmo período.
  • Hackers usaram DeFi para vender tokens não listados em exchanges.
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Um relatório da Chainalysis sobre lavagem de dinheiro em cripto revelou que quatro carteiras pertencentes a exchanges receberam mais de US$ 1 bilhão em fundos ilícitos em 2022.

De acordo com a empresa de análise, a quantidade de dinheiro ilícito movimentado em 2022 foi de US$ 23,8 bilhões. Portanto, isto representa um crescimento de 68% em relação ao ano anterior.

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“Como de praxe, exchanges centralizadas conhecidas foram as maiores recipientes destes fundos ilícitos”, diz a Chainalysis. Estas empresas receberam mais de metade dos fundos ilícitos, embora tenham adotado novas medidas de compliance.

Atividade diminuiu, mas movimentou mais fundos

Um dos motivos para isso é porque as exchanges são plataformas off-ramp, ou seja, permitem a troca de criptomoedas por dinheiro fiduciário. Cerca de US$ 6,3 bilhões passaram por esse serviço, dos quais 51% foram enviados para 542 endereços.

Além dos quatro maiores endereços, cerca de 1,2 milhões de endereços receberam mais de US$ 100 milhões. Os números indicam que o nível de lavagem caiu em relação a 2021, ainda que a quantidade de dinheiro tenha saltado.

Fonte: Chainalysis

A Chainalysis acredita que o aumento da repressão legal contra a lavagem de dinheiro no mercado cripto foi um dos motivos que levaram à queda da atividade. A empresa aponta o fechamento da exchange Bitzlato como exemplo que pode ter intimidado provedores de serviços de lavagem.

O panorama geral da indústria de lavagem, por outro lado, permaneceu o mesmo. De acordo com a Chainalysis, ele se baseia em alguns princípios básicos. Primeiramente, é necessário usar intermediários, como carteiras, mixers e mercados na darknet.

É preciso usar esses itens para manter os fundos, ainda que temporariamente, ou trocar ativos. Em seguida, os criminosos usam plataformas off-ramp para sacar o dinheiro na forma de moedas fiduciárias, que não podem ser rastreadas na blockchain.

Uso de DeFi para lavagem de criptomoedas aumentou

Dados da Chainalysis mostraram que o uso de protocolos DeFi para mover fundos cresceu em 2022. Normalmente, criminosos evitam finanças descentralizadas porque elas registram todas as atividades on-chain. Entretanto, naquele ano, o uso do DeFi saltou 57%.

O DeFi foi a área mais visada para ataques durante o ano. Só que esses serviços normalmente possuem tokens que não são listados em exchanges. Por isso, os hackers precisam usar exchanges descentralizadas (DEXes) para converter os ativos, normalmente para Ethereum (ETH).

O uso de mixers de criptomoedas foi responsável por lavar 8% dos fundos de endereços comprometidos em 2022. Um mixer é um serviço que recebe criptomoedas de vários endereços e devolve um valor equivalente a elas.

Na prática, ele interrompe o rastreio da moeda. Um dos serviços mais utilizado de mixagem, o Tornado Cash, foi alvo de escrutínio das autoridades em 2022. Isto ocorreu porque ele foi acusado de ajudar o grupo hacker Lazarus Group, da Coreia do Norte, a lavar criptomoedas.

Conforme a Chainalysis, os mixers processaram cerca de U$ 7,8 bilhões em 2022, sendo que 24% deste valor veio de endereços comprometidos. Em 2021, os números eram de US$ 11,5 bilhões, com 10% de fundos ilícitos.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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