A Gemini realizou sua terceira rodada de demissões em massa em menos de um ano. Desta vez, 10% dos funcionários da exchange foram dispensados.
A notícia foi dada de antemão pelo The Information, que recebeu uma mensagem de Cameron Winklevoss, CEO da exchange. De acordo com o empresário, a Gemini não teve escolha a não ser reduzir novamente a sua folha de pagamentos.
“Esperávamos evitar novas reduções após este verão, no entanto, condições macroeconômicas negativas persistentes e fraudes sem precedentes perpetuadas por maus atores em nosso setor nos deixaram sem outra escolha a não ser revisar nossa perspectiva e reduzir ainda mais o número de funcionários”.
A exchange realizou a primeira onda de demissões em junho de 2022, quando 10% do seu quadro de funcionários foi dispensado. No mês seguinte, um novo corte foi feito, desta vez de 7%. Agora, estima-se que cerca de 100 profissionais tenham perdido os seus empregos, visto a companhia tinha em torno de 1.000 funcionários, segundo o Pitchbook.
Exchanges continuam demitindo
A Gemini não é a única exchange realizando essas medidas. Neste mês, a Coinbase demitiu cerca de 1.000 funcionários, enquanto a Crypto.com realizou um corte de 20% no seu quadro de colaboradores. Ambas as empresas usaram as condições atuais da indústria cripto e a incertezas macroeconômicas como as principais justificativas para as demissões em massa.
De fato, cresce os temores de uma possível recessão global, mesmo com a economia dos EUA tendo dado sinais de melhora neste início de ano. Além das exchanges, Big Techs como Amazon, Meta e Microsoft também realizaram grandes cortes.
A única que parece nadar contra a maré é a Binance. A maior exchange de criptomoedas do mundo parece ter superado a crise enfrentada após o crash da FTX. Há duas semanas, o seu CEO Changpeng Zhao disse que a companhia pretende aumentar em até 30% o seu quadro de funcionários este ano.
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Caso da Gemini é ainda pior
Apesar das condições gerais que têm afetado as exchanges centralizadas (CEXs), a Gemini precisa lidar com grandes questões internas, com a Genesis sendo o seu maior problema.
A exchange fundada pelos irmãos Winklevoss emprestou os fundos depositados em seu produto de investimento para a credora cripto, na promessa de receber juros maiores do que o prometido para os seus clientes. Com a Genesis suspendendo saques em novembro de 2022, alegando uma crise de liquidez causada pelo crash da FTX, a Gemini se viu impossibilitada de pagar seus usuários. Estes, por sua vez, entraram na justiça contra Cameron e seu irmão Tyler.
Desde que os problemas começaram, os irmãos Winklevoss entraram em conflito com o DCG, controladora da Genesis e um dos maiores grupos empresariais do mundo cripto. A situação se tornou ainda mais crítica com a recente declaração de falência feita pela Genesis.
Em resposta, Cameron pediu a renúncia do atual CEO da controladora, Barry Silbert. Ele ainda acusou o empresário de fraude e disse que tomaria medidas legais contra ele e o DCG.
“Estamos nos preparando para tomar medidas legais diretas contra Barry, DCG e outros que compartilham a responsabilidade pela fraude que causou danos a mais de 340.000 usuários do Earn e outros enganados pelo Genesis e seus cúmplices. ”
Estima-se que a Gemini tenha emprestado US$ 900 milhões de seus clientes para a Genesis. Caso a situação com o DCG não seja resolvida, a exchange pode ser a próxima grande empresa do setor cripto a ruir.
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