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As taxas de exchanges são uma barreira à adoção em massa de criptomoedas?

6 mins
Por Jay Speakman
Traduzido Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Examinando as taxas de exchanges de criptomoedas e seu impacto na adoção em massa.
  • Pesando soluções para simplificar as estruturas de taxas e promover a transparência.
  • Compreender a importância da educação do usuário na construção de um ecossistema de criptomoedas amigável.
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As criptomoedas, buscando conquistar os mercados financeiros, enfrentam um sério desafio se quiserem expandir seu apelo: simplificar a experiência do usuário. Nessa busca, decodificar as estruturas de taxas bizantinas das principais exchanges de criptomoedas é vital. Aqui estão alguns passos práticos.

Este artigo explora os pontos problemáticos e as possíveis soluções, defendendo a transparência e a facilidade para estimular a adoção em massa.

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Os custos enigmáticos da criptografia

As exchanges de criptomoedas são notórias por seus sistemas de taxas complicados. Para novos adotantes, navegar neste labirinto é assustador. Aqui, desvendamos as várias taxas envolvidas em uma transação típica nas principais exchanges como Coinbase, Binance e Kraken.

Taxas de depósito: a taxa de gateway

Depositar fundos em uma exchange geralmente incorre em uma taxa. Embora muitas delas renunciem a esse custo, outras cobram uma porcentagem ou uma taxa fixa.

Por exemplo, o Coinbase Pro cobra uma taxa de 0,5% para transferências eletrônicas. Os usuários devem examinar essas cobranças para evitar surpresas indesejáveis.

Taxas de negociação: pagando pelo privilégio

Ao comprar ou vender cripto, os usuários incorrem em taxas de negociação. Na Coinbase, a taxa varia de 0,04% a 0,50%, dependendo do volume de negociação de 30 dias, enquanto a Binance emprega um sistema de taxas escalonadas com base no volume de negociação de 30 dias do usuário e nas participações da Binance Coin (BNB).

Já a Kraken possui uma estrutura de taxas diferenciadas, com taxas variando de 0,00% a 0,26%.

Em alguns casos, aplicam-se os modelos maker-taker, em que os makers (aqueles que adicionam liquidez) pagam taxas mais baixas do que os tomadores (aqueles que removem a liquidez). Essa distinção acrescenta outra camada de complexidade.

Taxas de retirada: o obstáculo final

A retirada de fundos, seja cripto ou fiduciária, normalmente incorre em uma taxa. Na Coinbase, é cobrado US$ 25 para saques para contas bancárias nos EUA, enquanto a Binance cobra uma taxa fixa dependendo da criptomoeda específica.

As taxas da Kraken para saques cripto variam de acordo com a moeda e cobram uma taxa fixa para saques fiduciários. Esses últimos obstáculos podem pegar os usuários desprevenidos.

A armadilha para iniciantes: custos ocultos

A inexperiência pode custar novos usuários. A pesquisa inadequada sobre estruturas de taxas, pares de negociação ou limites de retirada pode levar a despesas não intencionais.

Por exemplo, usar cartões de crédito na Coinbase resulta em uma taxa pesada de 3,99%. A curva de aprendizado é íngreme e o potencial para erros dispendiosos é alto.

O impacto na adoção: crescimento atrofiado

Taxas complexas e falta de transparência dissuadem potenciais investidores. Para os não iniciados, entrar no espaço cripto é intimidador.

Como resultado, a adoção mainstream estagna e o crescimento do mercado sofre.

O que você vê nem sempre é o que você obtém

Estruturas de taxas opacas confundem os usuários, lançando uma sombra sobre todo o setor. Por exemplo, o sistema de taxas escalonadas da Binance pode ser desconcertante para os recém-chegados.

Essa obscuridade pode fomentar a desconfiança e dificultar a adoção generalizada.

Simplificação é a chave

Com inúmeras taxas e modelos de negociação, as exchanges de criptomoedas sobrecarregam os usuários. Para incentivar a participação, as trocas devem simplificar suas estruturas de taxas e interfaces de usuário.

Desmistificando a estrutura de taxas

Simplificação e transparência são cruciais para a adoção em massa. Ao abordar esses pontos problemáticos, as exchanges podem melhorar a experiência do usuário e facilitar o crescimento do mercado.

Uma taxa para governá-los todos

Uma possível solução é consolidar as taxas em uma única cobrança com tudo incluído. Por exemplo, o serviço padrão da Coinbase combina taxas de negociação e outras em uma, tornando o processo mais acessível para novos usuários.

Da mesma forma, a Gemini, outra exchange de destaque, oferece uma estrutura simples com uma taxa de conveniência (em torno de 0,50%) e uma taxa de transação baseada no valor da transação. Ao adotar uma abordagem abrangente, as trocas podem reduzir a confusão e melhorar a experiência geral do usuário.

Recompensando a Lealdade e Incentivando a Negociação

Incentivar os usuários com reduções de taxas pode ajudar a simplificar a estrutura de taxas e, ao mesmo tempo, promover a fidelidade do usuário. Por exemplo, a Binance oferece descontos para usuários que possuem Binance Coin (BNB) e para aqueles com maiores volumes de negociação.

Ao recompensar a lealdade e as negociações frequentes, as exchanges podem encorajar os usuários a participar mais ativamente do mercado.

Transparência desde o início

Asexchanges devem apresentar estruturas de taxas de forma clara e acessível. A Kraken, por exemplo, oferece uma tabela de taxas transparente em seu site, detalhando as taxas de negociação e retirada para várias moedas.

Ao exibir as taxas antecipadamente, eles podem criar confiança e incentivar a participação.

Na mesma linha, a Bitstamp, uma exchange sediada na Europa, apresenta uma tabela de taxas simples que inclui taxas de negociação com base no volume de negociação de 30 dias e taxas de retirada específicas para diferentes moedas.

Fornecer essa clareza permite que os usuários tomem decisões informadas ao escolher uma troca.

Ajudando os usuários a estimar custos

Para aumentar ainda mais a transparência, as exchanges podem oferecer calculadoras de taxas fáceis de usar, permitindo que os usuários estimem os custos antes de executar uma negociação. A Bitfinex, por exemplo, possui uma calculadora de taxas que permite aos usuários calcular as taxas de negociação e retirada com base no tipo de conta, volume e outros fatores.

Essa ferramenta ajuda os usuários a entender os custos envolvidos e planejar seus negócios de acordo.

Clareza Regulatória

A clareza na regulamentação também pode contribuir para a transparência das taxas na indústria cripto. Ao desenvolver diretrizes para estruturas de taxas e transparência, os reguladores podem definir padrões para todo o setor que garantam que as exchanges forneçam informações de taxas claras e concisas.

Isso encorajaria as melhores práticas entre as exchanges e promoveria um ambiente mais amigável para o comércio de criptomoedas.

Desvendando o enigma das taxas

Compreender as necessidades do usuário e fornecer recursos educacionais são componentes vitais na construção de um ecossistema de criptomoedas inclusivo e acessível.

Soluções personalizadas

As exchanges podem oferecer planos em camadas que atendem a vários requisitos do usuário. O sistema de taxas escalonadas da Binance, embora inicialmente complexo, oferece flexibilidade para diferentes tipos de traders, desde investidores casuais até traders de alta frequência.

Uma abordagem personalizada pode acomodar diversas necessidades e, ao mesmo tempo, promover a transparência. Por exemplo, a eToro, uma plataforma de negociação social, possui um sistema de cópia de negociação que permite que os comerciantes novatos repliquem as estratégias de comerciantes experientes, oferecendo assim uma experiência de negociação personalizável.

Negociação sem taxas

Algumas exchanges  podem atrair usuários oferecendo opções de negociação sem taxas. O Robinhood, por exemplo, oferece negociação de criptomoedas sem comissão para atrair novos usuários.

Este modelo simplifica a estrutura de taxas para usuários e reduz as barreiras de entrada.

Conhecimento é poder

Fornecer recursos educacionais capacita os usuários. A Coinbase Earn, uma plataforma que oferece conteúdo educacional e questionários, ajuda os usuários a entender as criptomoedas e suas taxas.

Orientar os recém-chegados por meio de taxas, modelos de negociação e melhores práticas pode reduzir a confusão e aumentar a confiança no ecossistema. A Binance Academy é outro exemplo de plataforma educacional, oferecendo artigos, vídeos e questionários detalhados sobre vários tópicos relacionados a criptomoedas, desde a tecnologia blockchain até estratégias de negociação.

As exchanges podem facilitar a aprendizagem entre pares, promovendo comunidades onde os usuários podem compartilhar suas experiências e conhecimentos. O Crypto.com, por exemplo, possui um fórum comunitário ativo onde os usuários podem discutir vários tópicos, fazer perguntas e fornecer feedback.

Isso promove um senso de camaradagem e ajuda os recém-chegados a navegar no complexo mundo das criptomoedas.

A Kraken, uma das maiores exchanges de criptomoedas enfrenta críticas da Comissão de Vlores Mobiliários dos EUA (SEC). Esta, de fato, não seria a primeira vez que a terceira maior exchange cripto cairia sob os olhos dos reguladores.

A Kraken oferece uma tabela de taxas transparente em seu site, detalhando as taxas de negociação e retirada.

Abraçando uma era amigável

O caminho para a adoção em massa depende da desmistificação das taxas de exchanges de criptomoedas. Ao simplificar, agilizar e esclarecer a estrutura de taxas, as exchanges podem promover a confiança e melhorar a experiência do usuário.

Ao fazer isso, eles podem abrir caminho para um cenário de criptomoedas mais inclusivo e vibrante, onde as principais exchanges como Coinbase, Binance e Kraken podem definir um padrão de transparência e facilidade de uso.

Por meio de soluções personalizadas, opções de negociação gratuitas, recursos educacionais e envolvimento da comunidade, as exchanges podem atender às diversas necessidades dos usuários, incentivando a participação no ecossistema de criptomoedas.

Ao adotar essas mudanças, eles podem contribuir para um mercado de ativos digitais mais fácil de usar, acessível e próspero.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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