O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), em colaboração com agências estaduais e do Tesouro e outras equipes de aplicação da lei federais e internacionais, acusou dois cidadãos russos por operações de lavagem de dinheiro.
As autoridades revelaram documentos envolvendo múltiplos serviços de lavagem de dinheiro que possibilitam ações de cibercriminosos e apreenderam sites ligados a trocas ilícitas de criptomoedas.
DOJ dos EUA desmantela esquema de lavagem de dinheiro
Sergey Ivanov e Timur Shakhmametov, dois cidadãos russos, lucraram milhões de dólares facilitando a lavagem de dinheiro, ajudando a alimentar uma rede global de cibercriminosos. Ivanov, também conhecido pelo apelido “Taleon”, tem sido um lavador de dinheiro cibernético profissional por quase duas décadas.
Além disso, ele esteve envolvido em permitir fraudes bancárias e fornecer suporte de processamento de pagamentos ao site Rescator. O site adquire e vende ilegalmente dados de cartões de crédito e débito roubados.
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Assim, o Rescator traficou informações de cartões de pagamento roubados de instituições financeiras dos EUA e informações pessoais identificáveis (PII) de cidadãos americanos. Ivanov também lavou os lucros do Rescator e de um site de carding relacionado, Joker’s Stash, consolidando ainda mais seu papel no cibercrime.
“Ao longo dos anos, os serviços de lavagem de dinheiro de Ivanov e seus sistemas de pagamento atenderam a mercados de cibercrime, grupos de ransomware e hackers responsáveis por violações significativas de dados de grandes empresas dos EUA,” diz o relatório.
Criminosos deixarm restros on-chain
A análise da blockchain de criptomoedas revelou detalhes chave sobre o negócio de lavagem de dinheiro de Ivanov. Ela mostrou:
- Transações totalizando aproximadamente US$ 1,15 bilhão em valor entre 12 de julho de 2013 e 10 de agosto.
- Quase 32% de todo o Bitcoin (BTC) rastreado enviado para esses endereços originou-se de outros endereços de criptomoedas associados a atividades criminosas.
- Mais de US$ 158 milhões de BTC fluíram para os endereços de Ivanov, representando lucros de fraudes.
- Mais de US$ 8,8 milhões representaram lucros de pagamentos de ransomware conhecidos.
- Quase US$ 4,7 milhões originaram-se de mercados de drogas na Darknet.
Timur Shakhmametov, também conhecido como “JokerStash” ou “Vega”, enfrenta acusações como cúmplice de lavagem de dinheiro, com acusações específicas relacionadas à venda de dados de cerca de 40 milhões de cartões de pagamento anualmente. Assim, esta operação o tornou uma figura chave em um dos maiores mercados de carding da história, amplamente divulgado em fóruns de cibercrime.
As autoridades eventualmente fecharam a Cryptex, uma exchange ilegal de criptomoedas conectada aos domínios Cryptex.net e Cryptex.one. A plataforma contornava as regulamentações de Conheça Seu Cliente (KYC), tornando-se um refúgio para criminosos. As investigações revelaram, portanto, que a Cryptex processou transações de Bitcoin no valor de US$ 1,4 bilhão, com 31% ligadas a atividades criminosas. Além disso, 28% do Bitcoin enviado da Cryptex foi canalizado para entidades sancionadas pelos EUA ou mercados da darknet.
As autoridades visam empresas que auxiliam o crime de cripto
Este desenvolvimento adiciona ao esforço das autoridades dos EUA no combate ao cibercrime relacionado à Rússia, especialmente onde as criptos são usadas para burlar sanções. Assim, Em março, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro dos EUA expandiu suas sanções contra a Rússia, visando indivíduos e entidades dentro dos setores financeiro e tecnológico do país.
Em abril, o Tesouro dos EUA também alertou sobre a Rússia usando a stablecoin Tether (USDT) para evadir sanções e financiar operações militares. Isso culminou com as autoridades congelando todos os ativos e interesses em propriedades dos EUA de treze entidades e dois indivíduos.
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Criminosos russos supostamente usam cripto para contornar restrições ocidentais, realizando negócios e facilitando transações consideradas ilegais. Outros crimes citados incluem a conversão de rublos russos em USDT e o pagamento a fornecedores estrangeiros, efetivamente evitando detecção.
Este relatório, possibilitado pela análise de blockchain, mostra que a escala do uso de cripto para financiamento ilícito, incluindo terrorismo, é substancial. Ele alimenta o argumento sobre a necessidade e o escopo de regulamentações rigorosas de cripto.
Alguns legisladores defendem medidas regulatórias agressivas, enquanto outros argumentam por uma abordagem equilibrada para evitar sufocar a inovação no setor de ativos digitais.
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