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Exclusivo Dia dElas: Conheça as mulheres que fazem a diferença na Web3

15 mins
Atualizado por Chris Goldenbaum

EM RESUMO

  • O Be in Crypto conversou com oito mulheres de diferentes áreas e realidades sobre Web3
  • Apesar de as mulheres serem minoria em áreas de tecnologia, a Web3 oferece oportunidades mais inclusivas.
  • Dados da B3, Bolsa de Valores em São Paulo mostram que o número de investidoras triplicou em cinco anos.
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Neste dia 8 de março de 2023, Dia das Mulheres, o BeIn Crypto listou oito mulheres brasileiras de diferentes áreas que atuam no ecossistema Web3 para mostrar seus projetos e o que elas estão fazendo para impulsionar as novas tecnologias.

A lacuna entre homens e mulheres na indústria de criptomoeda e blockchain ainda pode levar 135,6 anos para se tornar igual, especialmente após a pandemia Covid-19. O dado é do Global Gap Gender Report do Fórum Econômico Mundial e denuncia a urgência de mais mulheres atuando em ideias, projetos e inciativas como mostraremos aqui.  

Até 1962, a mulher precisava de autorização do marido para trabalhar. Imagine abrir uma conta em banco ou ter um comércio? Impossível na época. Ainda bem que a sociedade evolui. Aos poucos, mas evoluiu e continua nesse caminho.

Dados da B3, Bolsa de Valores em São Paulo mostram que o número de investidoras triplicou em cinco anos, passando de cerca de 400 mil, em 2019, para aproximadamente 1 milhão e 400 mil, em 2023.

As mulheres evoluem rápido, mas ainda enfrentam os mesmos desafios do passado – discriminação e sexismo. No entanto, é justamente o trabalho de líderes como as 8 abaixo, além de milhares de outras, que inspiram e trazem igualdade. E fazem isso através da tecnologia do futuro, a Web3.

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Conhecida pelo seu Shark Tank, ela ensina empreender e está de olho na Web3

Eleita pela Bloomberg uma das pessoas mais influentes da América Latina, Shark Tank Brasil por 6 temporadas, investidora, empreendedora, LinkedIn Top Voice. Camila Farani nos contou sobre os desafios para quem quer empreender hoje no Brasil e suas pretensões dentro do ecossistema da Web3.

Farani mergulhou nas novas tecnologias no final do ano passado com a chegada da Mila, “a influenciadora virtual que vai desbravar o mundo novo que se abre aos nossos olhos sempre sob o ponto de vista da educação”, nos contou como é empreender hoje no Brasil.

“Empreender é querer criar algo que vai ajudar a resolver alguma dor da sociedade para mudar a vida das pessoas: seja dos clientes, do seu time, e até a sua. Mas o empreendedorismo é um caminho desafiador e arriscado. Então, eu perguntaria: Você realmente quer isso?”.

Para Camila, também há uma questão de preparação atrelada ao empreender. “Se você quer liderar, precisa estar certo de que quer seguir esse caminho e disposto a aprender com o que der errado – porque os imprevistos acontecem com todo mundo (inclusive comigo) e você não tem controle sobre isso, mas pode estar preparado para aprender com eles”.

Ela explica que é essencial começar focado em objetivos claros, e ressalta: “ esqueça a perfeição. Se você não sabe onde quer chegar, todos os caminhos estão errados, e ao mesmo tempo, se você criou um negócio perfeito, significa que demorou tempo demais para colocá-lo a funcionar. “

Outro ponto que Farani considera essencial é estar na internet :

– Eu gosto de dizer: você é .com ou ponto fora? Se você quer crescer o seu negócio, estar fora do digital não é uma alternativa hoje em dia.

Investir em capacitação para se tornar um empreendedor preparado, aprender a ler o mercado e se antecipar, são dicas preciosas de uma das maiores investidoras brasileira.

“Especialmente em um cenário altamente volátil como o que vivemos, aposte as suas fichas na base de sustentação da sua empresa, e não apenas em perseguir altos valuations. Uma das três maiores causas de mortalidade de empresas é a falta de planejamento e gestão. Não deixe isso acontecer com o seu negócio”.

Camila Farani está de olho em oportunidades cripto para investir

“Como investidora, estou atenta ao mercado cripto. Claro, analisando muito as possibilidades, especialmente para projetos que envolvam Web3″. O Brasil, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), ocupa o 5º lugar entre as nações que mais investem em criptomoedas, com aproximadamente 4,2 milhões de investidores neste segmento.

“Existem muitas oportunidades de investimentos e o mais importante de tudo é conseguir ler e entender os movimentos que o mercado está fazendo, em função do cenário macroeconômico global muito desafiador. Por isso, sugiro ter um bom conhecimento sobre o seu próprio perfil antes de começar a investir nessa área. Busque informações do mercado e conheça as características do ativo, como rentabilidade, segurança e liquidez”, conclui Camila Farani.

imagem Instagram Mila Farani

Referência global brasileira é colunista do Be in Crypto

Tatiana Revoredo é uma das referências globais em blockchain e Web3. Com especialização em Oxford e no MIT, se interessou por educação financeira influenciada pelo seu pai, que trabalhou no Banco Central. Desde 2015 se interessa e estuda as tecnologias disruptivas.

Diretora de Estratégia da Global Strategy, Revoredo participou da formatação da Lei que regulamenta os criptoativos no Brasil. Ela explica que hoje as novas tecnologias estão convergindo de maneira que estão potencializando umas às outras. Mais detalhes sobre essas observações podem ser lidos nos últimos artigos que ela publicou em sua coluna, aqui no BeIn Crypto.

“Hoje vemos uma interação entre blockchain e inteligência artificial, e a melhoria da experiência do usuário em wallets. Então já existe há algum tempo a tendência de uma convergência de tecnologias contribuindo para a construção da web3.”

As combinações de tecnologias de privacidade combinadas com a blockchain levaram Tatiana para o mercado cripto, já que o foco de sua empresa é novas tecnologias.

“Então, acaba que um projeto acaba puxando o outro, o que me levou também a fazer outras especializações por conta disso. Por exemplo, eu percebi a importância da cyber segurança para tecnologia blockchain, o que acabou me levando a estudar cyber segurança fora do Brasil.”

Tatiana Revoredo

Recentemente, Tatiana tem estudado as tecnologias disruptivas.

“Combinar tecnologias disruptivas para fazer novos projetos e a maioria deles acaba caindo na web3 ; Que nada mais é – atualmente – do que o movimento onde você tem como pilares a privacidade, a devolução dos dados para as pessoas. E o foco principal é o usuário como o centro da Web3. Então estamos vivendo uma grande transformação.”

No entanto, ela ressalta que hoje o ecossistema ainda está em fase inicial, portanto, ainda devemos nos referir à Web3 como um movimento.

“Você tem algumas aplicações, algum mercado, mas é algo que ainda não é tão robusto ou tão massificado.  Eu diria que se a gente olhar para o ciclo de vida de inovação, estamos no estágio dos inovadores e dos primeiros adotantes. Que são os dois primeiros estágios de um ciclo de inovação de tecnologia, mas quem souber se posicionar nesse mercado agora, com certeza vai terá um futuro brilhante pela frente.”

A especialista explica que, a prática traz aos primeiro adotantes uma experiência e um know-how que permite celebrar parcerias, o que se torna crucial para se posicionar em um mercado tão novo como esse.

“Atualmente, estou trabalhando em vários projetos que são bem empolgantes porque são capazes de desruptir vários setores que temos na sociedade, mas ainda é preciso um grande esforço para encontrar, por exemplo, profissionais da área, desenvolvedores que tenham experiência ou expertise suficiente”.

Revoredo finaliza dizendo que além da falta de especialistas, a maior dificuldade que temos atualmente é a falta de investimentos. O inverno cripto acabou influenciando as verbas dos projetos, levando VCs a reduziram seus investimentos.

“E nesse sentido, eu tenho direcionado meus projetos para iniciativas que combinem novas tecnologias, já que a gente vê agora um grande impulso em inteligência artificial”.

Executiva de jogos na Web3 é dona da 2ª maior comunidade de Axie Infinity

A CEO e fundadora da Trexx, Heloisa Passos, começou no mercado em 2020, mas já era entusiasta da blockchain desde 2017. Ela entrou de cabeça na Web3 através de blockchain games, construindo a segunda maior comunidade de Axie Infinity do mundo, quando o jogo ainda era muito incipiente a nível global.

A Trexx é uma startup de blockchain games que desenvolve jogos e tecnologias para facilitar a experiência do usuário dentro do mundo dos games na Web 3.0. Além da Trexx, Passos tem um projeto que se chama NAVE, com o intuito de trazer as tendências globais para o Brasil através de conteúdo.

Heloisa Passos

“Vejo o ecossistema se desenvolvendo em uma velocidade bem alta e com projetos de altíssima qualidade. Ainda acho que falta um pouco de visão de negócios na maioria das iniciativas que acabam ficando mais na seara de projetos do que de empresas, mas acredito que o que estamos vivendo hoje, vai ser lembrando como o começo de uma transformação social a nível global.”

Sobre ser mulher em qualquer mercado de tecnologia, Heloisa Passos vê algumas barreiras.

“Acho que ainda temos barreiras no ‘ser mulher’ e estar em um mercado predominantemente masculino. Mas vejo um movimento global de iniciativas para fomentar a presença e liderança feminina dentro de ecossistemas. Temos movimentos como a EVE NFT, a comunidade CORA, a H.E.R DAO, dentre outras, que puxam essa pauta. Acredito que veremos cada vez mais mulheres ocupando posições de destaque dentro do mercado web 3.0.”

Líder de governança e compliance da Digital Assets Itaú fez TCC de Bitcoin em 2013

Visionária, a líder de governança e compliance do Digital Assets Itaú, Julieti Brambila nos contou que começou na Web3 “quando tudo era mato” – há dez anos. Para se ter uma ideia, o Bitcoin nasceu em 2008, apenas cinco anos antes da jovem entusiasta dedicar sua tese à criptomoeda.

“Em 2013 tropecei em um artigo na internet sobre bitcoin. Estava amadurecendo ideias para o meu TCC na faculdade de direito e fui inundada pela curiosidade e entusiasmo em relação ao tema”, explica Brambila.

Brambila diz que como não tinha vozes acadêmicas no Brasil discutindo o assunto, abraçou o desafio e o tornou seu objeto de pesquisa. “Nada como adentrar nos fóruns e se engajar com a comunidade cripto para entender essa nova dinâmica. Sucesso: uma nota 10 e diversas ressalvas sobre o futuro do bitcoin.”

Julieti Brambila

Em 2019 ela participou da construção de uma fintech que provia uma conta digital de criptoativos, o Alterbank. “Nós firmamos a primeira parceria com a Visa no Brasil, ofertando um cartão para compra de bitcoin.”, conta a empreendedora. Em 2021 a empresa foi adquirida pela Méliuz. “Uma montanha russa, mas um dos maiores cases da minha vida, onde aprendi a empreender e ditar o tom da minha representatividade como uma liderança de riscos e compliance, lidando com provações e vieses”.

Depois que entrou neste universo, a advogada nunca mais saiu e se inspira diariamente nos desafios e impulsos necessários para acreditar na transformação a partir da Web3. Hoje, ela atua no Itaú Digital Assets e lidera de forma estratégica temas de governança, riscos e compliance envolvendo ativos digitais.

Eu busco pensar na web3 no hoje. Os exercícios de futurologia são importantes para traçarmos nossos objetivos de transformação, mas as respostas são construídas no agora.

“É um repensar de relações: perpassa pela educação e a encontrar resoluções. Tangibilizar o potencial da web3 é nos provocarmos: como a tecnologia DLT e o empoderamento promovido por ela, vai melhorar as nossas vidas?”. Apesar dos inúmeros benefícios e projetos incríveis que estão surgindo via Web3, ela alerta que ainda precisamos evoluir nessa capilaridade e sair do nicho. “A web3 ainda precisa irradiar no cotidiano de entusiastas e não entusiastas, beneficiando a coletividade”.

Julieti comemora porque toda semana conhece mulheres de impacto nesse ecossistema.

“É inegável a assimetria. Ao longo da minha trajetória participei de inúmeros fóruns de discussão (dos mais organizados aos menos organizados) e a presença acaba por ser majoritariamente masculina. Em Tech e Venture Capital, isso também é sintomático.”

Ainda assim, ela conclui apontando como há progresso em curso.

“Porém, cada vez mais vejo uma preocupação em colocar mulheres como vocais desses assuntos. Quando nos sentamos em uma cadeira para ouvir e aprender nos eventos, precisamos questionar a razão da desproporcionalidade: o palco deve ser inclusivo e diverso. O questionamento precisa vir de todos.”

O incentivo é a resposta. Precisamos falar para as mulheres se reconhecerem e assumirem suas posições de liderança nestes temas. Não é um espaço a ser conquistado: o espaço já é nosso e precisamos deixar visível para todos.”

CEO da InspireIP se apaixonou pela blockchain em 2018 e nunca mais largou

Caroline Nunes, CEO da InspireIP, teve o primeiro contato com o universo web3 em 2012, quando um ex-namorado mencionou que iria comprar uma placa de vídeo mais potente para minerar bitcoin. Na época, Nunes o aconselhou a desistir, dizendo que não existia essa história de criar dinheiro do nada. Ele acabou abandonando a ideia e ela seguiu a vida sem se envolver com web3.

Depois disso só em 2018 retomou o contato com criptomoedas quando começou a pesquisar mais.

“No entanto, o que realmente me chamou a atenção foi a tecnologia por trás das criptomoedas: a blockchain. Fiquei encantada com um protocolo que buscava substituir intermediários e resolver problemas de confiança em nossa sociedade. Quanto mais estudava, mais imersa ficava no universo da Web3.”

Em 2020, quando estava finalizando o mestrado em Direito de Propriedade Intelectual na Califórnia, Carol fez questão de pegar as matérias mais tecnológicas possíveis, o que permitiu um maior aprendizado sobre a infraestrutura da blockchain a nível tecnológico.

Quando retornei ao Brasil, percebi um grande problema no mercado de Propriedade Intelectual. Como eu já tinha uma base em blockchain, decidi unir minhas duas paixões e criei a InspireIP.

No começo, a CEO realizava as transações de registro de IP manualmente na rede bitcoin, enviando transações de uma de suas carteiras para a outra e registrando o arquivo no “OP_RETURN”.

“Curiosamente, aprendi a fazer esse tipo de registro em um vídeo do Youtube que ensinava como registrar a mensagem ‘Eu te amo’ para sempre na blockchain.”

Depois, ela contratou um time de desenvolvimento e automatizou o processo, lançando a plataforma da InspireIP em setembro de 2020. De lá para cá, nunca mais parou!

“É impressionante tudo o que aconteceu na minha vida profissional desde 2020. Desde ter lançado a plataforma, criado o primeiro marketplace de NFT do Brasil e realizado o primeiro leilão de NFT totalmente em blockchain, até trabalhar com várias empresas grandes, como SBT, PwC, UOL e Bradesco”

Carolina Nunes; Fonte: LinkedIn

Hoje, Caroline Nunes tem uma holding de Blockchain e é sócia de três empresas incríveis: a InspireIP, que usa blockchain para registro de propriedade intelectual; a Infratoken, que insere infraestrutura de blockchain pública no sistema financeiro; e a Mundi, que usa blockchain e tokenização para trazer transparência, rastreabilidade e facilidade para o universo de ESG. Está bom ou quer mais?

“Nessas três empresas, atuo bastante como Líder de Produtos, ficando encarregada de desenhar a lógica inicial do produto de blockchain e acompanhar todo o processo de desenvolvimento, bem como o andamento da plataforma depois de lançada. Sempre estou atenta a melhorias de rede e de protocolo, e estudo diariamente questões ligadas à infraestrutura da blockchain”.

Carol acredita que as mulheres estão ganhando cada vez mais voz e espaço quando o assunto é blockchain, mas ainda há muito caminho a percorrer.

“Me orgulho de ser uma mulher e ter voz nesse meio, e espero que o caminho que estou trilhando sirva para abrir espaço para outras mulheres no futuro”.

Projeto Women Force NFT é convidado para expor na Unesco em Paris

O projeto das irmãs Renata e Diana Di Couto, Women Force NFT, nasceu com o sonho de duas mulheres de ajudar a alcançar a justiça de gênero, colocar os direitos das mulheres no centro de tudo e tornar o mundo um lugar melhor. 

“Achamos que Web3 e NFTs representam uma chance de arrecadar fundos para apoiar as causas em que acreditamos”.


Atualmente, as mulheres representam apenas 5% das vendas de NFT no mundo e apenas 16% do mercado de NFT, segundo dados da Women Force. As mulheres também são minoria nos investimentos em criptomoedas. 

Renata Di Couto conta que sua jornada na Web3 começou com pesquisas de diferentes tipos de projetos disponíveis e o potencial das NFTs. O seu interesse começou depois de ganhar de aniversário a sua primeira NFT.

“Fiquei particularmente interessada no potencial de criar colecionáveis ​​digitais que poderiam ajudar a apoiar causas em que acredito. Após muita pesquisa e networking com outros profissionais da área, decidi lançar o Women Force NFT com minha co-fundadora e artista Di Couto.”

O objetivo era criar um projeto que pudesse ajudar a promover a igualdade de gênero, atraindo mais mulheres para aprender sobre novas tecnologias. “Assim, elas podem contribuir para a luta contra as mudanças climáticas, doando um alto percentual de nossas vendas para projetos de impacto na floresta amazônica.”, conta Renata.

imagem: Women Force NFT

E deu certo!  

“Hoje a Women Force NFT é uma comunidade próspera, com mais de 8.000 seguidores no Twitter e nossos NFTs já foram vendidos para diferentes mercados. Em breve, lançaremos nossas lindas artes feitas exclusivamente pela nossa co-fundadora e artista plástica Di Couto do Brasil!”

O projeto ganhou destaque em inúmeras publicações e eventos ao redor do mundo, como Unesco em Paris, Miami Art Basel, NFT London, Non Fungible Conference em São Paulo, entre outros.

Renata diz estar orgulhosa das conquistas até agora.

“Acredito que o mercado Web3 continuará crescendo e evoluindo nos próximos anos. À medida que mais pessoas se conscientizarem do potencial da tecnologia blockchain e das vantagens que ela oferece, mais projetos de impacto, modelos de negócios e experiências de clientes surgirão. Estou animada para ver como o mercado se desenvolverá e que novas oportunidades ele criará para nós!

Para Diana Couto, o mercado Web3 é algo novo.

“Nunca fui uma artista digital, sempre pintei com tintas e usando materiais analógicos. Eu faço muralismo e pinturas em tela, então foi uma grande mudança começar a criar digitalmente.

Ela se abriu para essa nova forma de criar quando entendeu a força das NFTS e DAOS. “Fiquei encantada com a ideia de a arte unir pessoas que têm os mesmos valores e assim construir uma comunidade”.

Diana encarou o desafio e conta que através da Women Force, pode diminuir a desigualdade de gênero na Web3 e ajudar projetos que tornam nosso mundo melhor.

“Estou feliz onde chegamos com o Women Force NFT. Muitos caminhos estão se abrindo e reunimos um grupo de pessoas muito bacana. Ainda temos muito a fazer, estamos entusiasmadas com o que ainda podemos construir no futuro.”

A esperança para as irmãs Di Couto é pode usar as novas tecnologias para expansão artística e progresso em questões sociais.

“O que espero é que possamos usar essas novas ferramentas para resolver problemas reais que já temos.

Que possamos constituir uso dessas novas tecnologias para construir um espaço mais unido, mais igualitário, mais sustentável e saudável. Criamos o Women Force NFT com esse intuito de colaborar com uma web3 que torna o mundo melhor.”, conclui Diana Couto.

Advogada estrutura 1º curso de pós-graduação em Direito dos Criptoativos da Escola Superior da Magistratura do Paraná

A advogada Dayana Uhdre brinca que “entrar em contato com o ecossistema Web3 foi poder achar meu lado engenheira em meio minha formação jurídica.”

A Procuradora Geral do Estado do Paraná tem um amor especial por raciocínios analíticos, influenciada pelo pai engenheiro que sempre trabalhou com computadores e desenvolvimento de softwares.

“Meu pai, e eu mesma no meu íntimo, pensava que tinha tudo para cursar engenharia. Mas, fui para Direito. Por quê? Porque meu lado comunicativo falou mais alto, mas mesmo no vestibular para Direito, minha maior nota foi matemática…”

Após passar seis anos no Banco Central do Brasil, Dayana percebeu uma predileção pelo direito público (administrativo/regulatório). Uma pós-graduação em Direito Tributário (IBET), foi o que aflorou a paixão da paranaense pelo assunto.

Depois de concluir a pós-graduação, passar no Mestrado da UFPR, ouviu falar do Bitcoin em 2017.

“Estava sendo ventilado o assunto no âmbito de um evento do Mestrado da Universidade Catolica de Lisboa e acabei por ficar curiosa para entender do que se tratava.”

No mesmo ano, a advogada já estava escrevendo um artigo sobre aspectos tributários de operações com bitcoins, que a levou a Comissão de Gestão e Inovação, para coordenar o grupo de discussões sobre blockchain e criptomoedas. O projeto, pioneiro, tinha por objetivo conscientizar os advogados sobre as inovações tecnológicas e seus impactos no Direito. Além de produzir, colaborativamente, artigos científicos para a comunidade jurídica.

“Estive a frente desse projeto e suas edições seguintes de 2018 até final de 2022, tendo produzido inúmeros artigos e eventos relacionados ao tema. “

Ao perceber a falta de artigos e obras jurídicos em língua portuguesa, Uhdre lançou em 2021 a obra “Blockchain, tokens e criptomoedas: Análise Jurídica”, publicada pela Editora Almedina.

“Trata-se de obra pioneira que visa auxiliar os juristas que queiram, ingressar no tema, trazendo os conceitos básicos e tendências regulatórias internacionais e brasileira de forma sistematizada”

Depois disso veio o convite da Escola Superior da Magistratura do Paraná para estruturar o primeiro curso de pós-graduação em Direito dos Criptoativos. O curso foi lançado em 2022 e foi um sucesso, com uma aceitação relevante, feedbacks incríveis, o que permitiu criar a segunda turma.

Dayana Udhre

Hoje, a Procuradora Geral do Estado do Paraná faz doutorado da Universidade Católica de Lisboa.

Pude conectar minha formação acadêmica (especialidades) com minha paixão de WEB3, ocando minha tese em como se pensar o sistema de tributação sobre o consumo para a era de intangíveis, em grande medida impulsionado pelo ecossistema cripto

Dayana nos contou que pretende estruturar ainda este ano “um curso sintético e poderoso para os advogados que tenham interesse em iniciar sua atuação na área – provavelmente deve sair no segundo semestre”.

A jurista também vai se arriscar fora da sua zona de conforto. Ao perceber a falta de iniciativas de Web3 fora do eixo Rio-SP, ela criou, em parceria com outros quatro colegas o CryptoClub, uma iniciativa a fim de formar uma rede de networking. Uma comunidade que abranja pessoas do sul ao norte do país que estejam envolvidos com Web3, seja empreendedores, desenvolvedores, consultores, investidores, influencers, etc. Ou até mesmo empresas tradicionais que estejam utilizando ferramentas ou tecnologias de registros distribuídos.

Para Uhdre, o ecossistema Web3 é muito mais amplo que criptomoedas, e está atrelado antes a uma nova forma de compreender a economia, a sociedade e o ser humano que habita hoje essa realidade crescentemente digital. Isso, naturalmente, é uma oportunidade para as mulheres.

 Acredito que se trata de um movimento irrefreável, e que perpassa a conscientização não só das “maiorias”, como também uma autoavaliação critica e de fortalecimento emocional e psíquico para lidar com algumas das barreiras invisíveis que existem – resultante de séculos de cultura e que não desmoronam do dia para a noite.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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