Nesta quarta-feira (12), o Bitcoin ultrapassou a marca de 1,2 milhão de libras egípcias na Binance, o que representa um novo recorde de preço para o par BTC/EGP.
O recorde foi obtido não pela valorização da criptomoeda em si, que segue próxima ao nível de US$ 30.000, mas sim pela forte queda que a libra egípcia acumula perante o dólar.
No entanto, há um grande gap em comparação ao real. Frente a moeda brasileira, 1,2 milhão de EGP equivalem a cerca de R$ 187.000. Na Binance, o BTC é negociado no fechamento da matéria próximo a R$ 148.000.
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Egito sofre com a inflação
Os problemas monetários do Egito começaram em 2011, quando a população iniciou uma série de protestos contra o até então presidente Hosni Mubarak. Nos anos seguintes, os cenários econômico e político foram instáveis e marcados por fortes crises.
A situação piorou ainda mais com a chegada do Covid-19, em 2020. Assim como a maioria dos países, a nação do norte da África precisou imprimir uma grande quantidade de moeda, intensificando a inflação da libra egípcia.
O conflito entre a Rússia e Ucrânia foi o último golpe. Isso porque o país depende da importação de trigos e grãos da região do Mar Negro, que foi profundamente afetada pela guerra.
Todos esses eventos culminaram na EGP atingindo seu menor valor histórico perante o dólar nesta semana, segundo dados do Google. Atualmente, uma unidade da moeda egípcia vale cerca de US$ 0,03. Em 2016, valia cerca de US$ 0,11.
Isso explica porque o par BTC/EGP atingiu um novo recorde mesmo com o Bitcoin ainda estando 55% abaixo da sua máxima histórica de US$ 69.000, registrada em novembro de 2021.
Bitcoin e demais criptomoedas como solução
Em meio a uma forte crise de inflação, a população egípcia tem buscado proteger seu capital, convertendo suas reservas para o dólar ou em criptomoedas.
Fenômenos semelhantes têm sido observados na Turquia e Argentina, que também sofrem com a inflação há anos. Não por acaso, a demanda por Bitcoin por parte da população turca tem sido cada vez maior.
Já na Argentina, o USDT e outras stablecoins lastreadas ao dólar cresceram em popularidade. Isso se deve em parte pelas tentativas do governo de restringir a compra de dólares por parte da população.
Exemplos como o Egito, Turquia e Argentina mostram que na prática, o Bitcoin e outras criptomoedas cumprem o papel de reserva de valor – algo defendido pelos entusiastas cripto há anos. Por não estarem diretamente atrelados a decisões governamentais, os ativos cripto se tornam bons botes salva-vidas para aqueles que não querem ver suas economias serem corroídas pela inflação ou sujeitas as más decisões de seus governantes.
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