O projeto-piloto da Drex, a CBDC brasileira completou 50 dias com 500 operações realizadas com sucesso. Segundo o BC, 11 instituições financeiras fizeram operações na rede.
A incorporação dos participantes à plataforma começou no fim de julho. Desde então, houve a simulação de diversas transações no atacado e no varejo.
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A moeda digital brasileira é um dos destaques do Festival Blockchain Rio. No último dia do evento, o economista e coordenador do Real Digital do BC, Fábio Araújo, e a coordenadora Clarissa Souza discutem o presente e o futuro da Drex.
Os representantes do BC irão aprofundar o ecossistema e as oportunidades da moeda digital através da tecnologia blockchain e soluções financeiras.
O que vai mudar com a chegada da a versão digital do Real
“Nossa aposta para essa edição é trazer em primeira mão o holofote para as transformações digitais no setor financeiro através da tecnologia Web3. Vamos promover um encontro sobre esse ecossistema de inovação com cinco trilhas que evidenciam o futuro dos pagamentos”, reforça o CEO do Blockchain Rio, Francisco Carvalho.
O senador Carlos Portinho também participa do evento. Para ele, o DREX “foi um grande passo que o Brasil deu, e eu não tenho dúvida de que, com o tempo, ele vai se inserir no dia a dia das nossas relações”.
Já o especialista em tecnologia de pagamentos e CEO da fintech Qesh, Cristiano Maschio, acredita que o Drex é desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como pagamento de contas e encargos.
“A moeda digital pode fornecer uma nova forma de pagamento para quem não tem acesso a serviços bancários tradicionais. Além disso, a digitalização do dinheiro torna as transações mais rápidas, eficientes e seguras”, afirma o especialista. Ele complementa:
“Usuários poderão pagar contas e impostos por meio de bancos e instituições autorizadas pelo BC, ou mesmo por meio do Pix”.
Drex já emitiu títulos públicos
A primeira emissão de títulos públicos na plataforma Drex, por exemplo, aconteceu na última segunda-feira (11). O BC esclareceu que as transações são apenas simuladas. Ou seja, se destinam ao teste de infraestrutura básica do Drex.
O sistema ainda não conta com soluções de proteção à privacidade. Estes testes devem ocorrer ao longo do projeto piloto.
Nesta fase do projeto, foram emitidos dois tipos de papéis fictícios tokenizados: LTNs (Letra do Tesouro Nacional) e LFTs (Letra Financeira do Tesouro).
Após a emissão, os ativos foram transferidos para as carteiras das instituições financeiras e participantes do projeto-piloto e agora estes participantes estão aptos para realizar operações de compra e venda. Além de segurança e privacidade, os testes envolvem a transferência de frações de títulos, de até um centésimo.
O Consultant Quality da consultoria de tecnologia keeggo, Stênio Viveiros, reforça que os testes de qualidade são cruciais no cenário das criptomoedas e tecnologias blockchain.
“Os testes asseguram a conformidade regulatória, validação de características de qualidade, desempenho sob carga, integrações suaves e confiança dos investidores. Por meio de protocolos específicos e rigorosos, a segurança da rede é garantida, resultando em um ecossistema confiável e bem-sucedido”.
Com 3.000 visitantes, a abertura do Blockchain Rio Festival foi marcada por debates relacionados a inovação e transformação no agronegócio e a indústria de óleo e gás e energia. Com oito palcos diferentes, um dos maiores eventos de Web3 do país, negócios e tendências reuniram cerca de 3 mil visitantes só no primeiro dia.
Festival quer firmar RJ como hub tecnológico
Na abertura, o Fórum Blockchain Gov, realizado pelo BNDES e ministrado por Helena Tenório, apresentou temáticas sobre o uso de tecnologias inovadoras pelos governos. Na sequência, o holofote foi para os painéis agro ‘Mesa de Abertura do XIII PetroTIC Conference: tecnologia conectada com a indústria de Óleo, Gás e Energia’; ‘Startups e Tecnologia no Agro’; ‘Transformação Digital no Setor de Óleo e Gás’; e ‘Ambientes de Inovação no Agronegócio’.
Para Portinho, o Festival evidencia a cidade do Rio como hub de tecnologia no Brasil: “O Blockchain Rio soma a outros grandes eventos de tecnologia, já no seu segundo ano de realização na Cidade do Rio de Janeiro, consolidando a cidade como principal hub de eventos sobre tecnologia no nosso país.”
O evento também permite ao público um networking, parcerias entre startups, investidores e empresas interessadas no ecossistema global de tecnologia, inovação e negócios.
Desafios da regulação na Web3
Os co-fundadores da Atmmos, CLO Jean Marc Sasson e o CMO Augusto Veríssimo, participaram em painéis no palco “Futuro Stage”.
Jean Marc Sasson falou sobre “Como navegar nas incertezas da regulação”. A conversa focou nos desafios da regulação na Web3, abordando tópicos como a compreensão dos desafios enfrentados pelos clientes na Web3, a regulamentação de criptomoedas, o papel das agências reguladoras e as etapas preparatórias com viabilidade jurídica.
Jean explica que sempre atualizado é um dos desafios do profissional da área de legaltech.
“A maioria das pessoas que não atuam na área não sabem o que é blockchain. Da mesma forma que ninguém acreditava que os smartphones iam se proliferar. Por exemplo, um estudo do grupo CIT prevê que até 2030 teremos um mercado de trilhões de dólares e a economia será totalmente focada em tecnologia. Portanto, hoje temos diante de nós uma oportunidade incrível, pois qualquer ativo físico pode ser digitalizado. Como advogados, precisamos estar atentos a essa oportunidade na economia e mais do que isso, precisamos entender o modelo de negócio do nosso cliente”.
“É muito comum clientes chegarem até nós, advogados e dizerem: ‘Quero aproveitar essa tendência da tokenização e criar um empreendimento, um token xyz’, sem se atentarem aos riscos desse negócio. É fundamental primeiro entender qual é o modelo de negócio do cliente, ou seja, compreender o negócio mais do que as leis, e depois entender como é possível enquadrar esse modelo de negócio nas regulamentações existentes”, compartilha o CLO da Atmmos.
300 palestrantes e 21 trilhas
Ao longo dos três dias, 300 palestrantes, distribuídos em 21 trilhas, debatem sobre o presente e o futuro da inovação tecnológica. Além da blockchain, a programação também traz espaços para discussões sobre inteligência artificial, IOT, startups, empreendedorismo, metaverso e muito mais.
Os visitantes também participar de experiências imersivas, workshops, exposições e ativações que integram tecnologia, educação, sustentabilidade, cultura e entretenimento. A estimativa para essa edição é receber cerca de 5 mil pessoas por dia, superando a última programação ocorrida em São Paulo em junho deste ano.
Nesta quinta (14) as trilhas de “encerramento” do Blockchain Rio Festival são: 2 Summit Refi Latam, Assespro Business Games, Bitcoin Day, Blockchain e Energia, Blockchain Insights, WWC – World Crypto Conference, Regulation Rocks by Fenasbac, destinadas a apresentar tópicos relacionados ao Futuro, além de expectativas, perspectivas e oportunidades voltadas para as novas tecnologias digitais.
O Festival também vai acolher o júri e premiação do Digifi Buildathon. O evento tem o patrocínio do Blockchain Festival e Ethereum Brasil com apoio da Fenasbac e Hyperledger, para explorar como a Web3 pode interagir com esse novo sistema financeiro brasileiro em desenvolvimento.
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