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Especialista vê como positivo para o país o nome Drex. Pagamentos digitais crescem no Brasil

4 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • Especialista destaca nome Drex como positiva para imagem do país
  • Advogado diz que "Falta um arcabouço legal para a Drex."
  • Pagamentos digitais crescem no Brasil.
  • promo

A nova economia tokenizada é um caminho sem volta. Após o sucesso mundial do PIX, o Banco Central batizou o Real Digital do projeto-piloto de DREX. Especialistas veem a iniciativa como positiva, inclusive para imagem internacional do Brasil

A CBDC brasileira não é uma criptomoeda do BC e sim uma moeda digital tokenizada. Apesar de serem digitais, PIX e DREX não são o mesmo. Enquanto o PIX é um serviço de transferência instantânea, a DREX é o Real que já conhecemos mas na versão digitalizada e tokenizada em uma blockchain privada.

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O projeto-piloto da DREX está em fase avançada e a expectativa da autoridade monetária é que a moeda digital brasileira comece a circular entre o final de 2024 e o início de 2025.

Economias Digitalizadas

Países do mundo inteiro também estão de olho na CBDCs. França, China, Nigéria, Bahamas, Índia, Singapura, Suíça estão entre os mais de 10 países que já lançaram ou estão fazendo pilotos das próprias moedas digitais.

E toda essa mudança para uma sociedade digitalizada impacta nas escolhas que fazemos no dia a dia. A expectativa é que a preferência por pagamentos digitais aumente. Uma pesquisa da Ernst & Young em parceria com o Google, estima que os pagamentos digitais cresçam cerca de 35% no Brasil apenas em 2023.

Dados da Juniper Research projetam mais de 4,4 bilhões de carteiras digitais até 2025 em todo planeta. Ainda segundo a consultoria inglesa, o valor total das transações de carteiras digitais aumentará de US$ 9 trilhões em 2023 para ultrapassar US$ 16 trilhões em 2028, um aumento de 77 %.

“Essa projeção reflete o aumento contínuo da digitalização financeira e a mudança de comportamento dos consumidores. Estamos vivendo a era da tecnologia e os serviços que resistirem a essa evolução ficarão para trás e serão substituídos pelos meios digitais, especialmente no financeiro”, afirma Henrique Weaver, Co-Founder e CEO da Pagaleve.

Para o sócio do Pinheiro Neto Advogados, José Luiz Homem de Mello, “a Drex é uma moeda de curso forçado como o papel-moeda só que totalmente digital. Portanto, com mais tecnologia, menos custo e menos risco de emissão. Não há diferença do que tínhamos antes. Segue sendo uma estrutura separada, que não afeta o real físico”.

Neto faz um alerta,

“Falta um arcabouço legal para a Drex, mas com o assunto caminhando é a possibilidade do BC emitir unidades dela para instituições financeiras que, por sua vez, podem colocá-las no mercado. Ainda assim, o projeto é piloto, sem norma emitida. Isso para o futuro, com agenda para implementação para 2024 e 2025.”

Drex carece de regulamentações

A advogada especialista em criptoativos e advisor da Fireblocks, Nicole Dyskant, viu o anúncio como muito positivo. Dyskan acha importante a moeda digital ter um nome.

“Embora não traga nenhuma mudança nas regras e nos casos de uso que estão sendo testados no Piloto da DREX, aproxima da realidade e torna o projeto mais palpável não só para os envolvidos no Piloto — que já estão de certa forma vivendo esta realidade— mas toda comunidade brasileira e internacional que acompanha o assunto”, comenta Dyskant.

Conforme as regras já divulgadas no Edital do Piloto do Real Digital, o arcabouço jurídico não será diferente das regras que já regulam o real físico. Ou seja, por ora, não se trata de uso da blockchain para alterar ou suprimir participantes do mercado, regras de compulsório para bancos ou exigências sobre disponibilidades para fintechs, detalhou a jurista.

O CEO e cofundador da Linker – fintech exclusiva para PMEs e MEIs – David Mourão, lembrou que o “ecossistema digital da Drex passará por uma regulamentação que visa a geração de novos empreendimentos. E um acesso mais inclusivo a digitalização econômica tanto a empreendedores quanto a cidadãos em geral”.

No entanto, para aproveitar plenamente os benefícios da nova moeda digital, especialistas recomendam que os gestores de pequenas empresas estejam atentos a alguns pontos principais que ele destacou:

“Devido à natureza automatizada do processo, os empresários poderão empregar a Drex para conduzir operações financeiras usuais por meio dos ‘smart contracts’ (contratos inteligentes) que viabilizam transações ágeis e desburocratizadas para a compra e venda de produtos. Essa característica se destaca como uma das maiores vantagens da moeda digital”, avalia Mourão.

Especificamente para empreendedores atuantes em plataformas de marketplace, essa tecnologia tende a simplificar o recebimento imediato após cada venda, eliminando a necessidade de aguardar a mediação de grandes distribuidoras. Mourão acrescenta: “Isso permitirá que uma parte da comissão seja direcionada imediatamente ao marketplace, enquanto o restante do pagamento será destinado ao empreendedor.”

Desafios e oportunidades

“Assim como em todas as evoluções, a dos bancos e dos pagamentos digitais está caminhando para a superação dos desafios. É preciso constância e empenho das empresas de tecnologia para possibilitar esse cenário, e isso já está acontecendo”, avalia Weaver.

O especialista também destaca que, com a adesão aos meios digitais nos mercados emergentes, há oportunidades de expansão dessas aplicações, principalmente em países em desenvolvimento, onde o acesso à infraestrutura bancária tradicional é limitado.

A adoção de pagamentos digitais nessas regiões pode ajudar a reduzir essa lacuna.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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