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Argentina: Hackers invadem escritório estatal, pedem Bitcoin e revelam dados de aposentados

3 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • A quebra de segurança do PAMI, órgão que atende os aposentados, ocorreu no dia 2 de agosto e causou diversos problemas de funcionamento.
  • Os hackers solicitaram um resgate de 25 bitcoins, mas o pedido não foi respondido pelas autoridades argentinas até o prazo final de sábado, 19 de agosto.
  • Os ciber criminosos divulgaram dados confidenciais, como registros médicos, registros de tratamento e até vacinas aplicadas em domícilo.
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O escritório estatal foi invadido por cibercriminosos em 2 de agosto é o PAMI. É o Programa de Assistência Médica Integral da Argentina, responsável por dar cobertura aos idosos aposentados. É o maior órgão público em sua categoria no país sul-americano, já que 7 em cada 10 aposentados são filiados à sua rede.

Os hackers que conseguiram invadir o sistema do escritório exigiram um resgate de US$ 650.000 em Bitcoin. Na falta de pagamento, eles divulgaram 1,6 milhão de arquivos (831 GB de dados) na dark web. Entre os aspectos mais relevantes, encontram-se referências a históricos clínicos, estudos e uma quantidade incontável de dados pessoais.

Como foi o hack e o pedido em Bitcoin

O grupo por trás do esquema criminoso é conhecido como o Rhysida. Suas ações são geralmente caracterizadas pelo depósito de ransomware. Este vírus penetra nos arquivos da vítima, os criptografa e os torna inacessíveis.

Foi exatamente o que aconteceu com o maior escritório de prestação de serviços sociais para idosos da Argentina.

Concluída a primeira parte do plano criminoso, os autores solicitaram um resgate de 25 Bitcoins ao governo argentino. O prazo dado pelos hackers – de vazar os dados, caso o pagamento não acontecesse – foi cumprido no sábado, 19 de agosto. A liderança do PAMI não respondeu e não se pronunciou.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

A única referência oficial que as autoridades fizeram, pelo menos até o momento desta redação, remonta a 3 de agosto. Naquele dia, no X , eles admitiram o fato e alegaram que os dados dos afiliados estavam seguros. Algo que hoje, com boa parte das informações sigilosas publicadas, é negado.

“O acesso a benefícios e medicamentos para nossos afiliados está garantido. Reiteramos que o ataque cibernético aos nossos sistemas foi mitigado e o banco de dados com todas as informações de nossos afiliados está resguardado e protegido.”

Argentina: Hackers invadem escritório estatal, pedem Bitcoin e revelam dados de aposentados
Tipos de ameaças cibernéticas mais usadas em todo o mundo em novembro de 2021. Fonte: Statista

O tipo de informação que vazou e suas consequências

Mauro Eldritch, especialista em análise de ameaças da Birmingham Cyber ​​​​Arms, disse ao jornal argentino Clarín o tipo de informação revelada.

“Como pode ser visto ao analisar a árvore do arquivo, o Rhysida carregou arquivos que se referem a históricos clínicos, registros de tratamento, vacinações domiciliares, formulários para tratamentos oncológicos, relatórios de laboratório e estudos que se referem a tomografias, além de informações de prestadores de serviços.”

Segundo o especialista, há informações relacionadas a processos de auditoria, faturamento de centros médicos com dados de pacientes, itens orçamentários, entre outros detalhes. A fragilidade demonstrada em termos de segurança dos dados manuseados pela secretaria estadual tem impactado na prestação de seus serviços.

Até a semana passada, por exemplo, as receitas e pedidos médicos eram feitos em papel.

hack também causou atrasos nos turnos, medicamentos e papelada. Cerca de 90 reclamações eram registradas por dia e, não menos importante, era impossível para os 14.000 funcionários do PAMI se conectarem normalmente aos seus computadores, outra circunstância que tornava as operações mais lentas.

Agora, com esse volume de dados vazados, é difícil estabelecer ainda as consequências que isso pode causar em termos de operação do serviço e privacidade dos membros. É por isso que é importante aprender como evitar golpes e hacks .

Mais um suposto crime com criptomoedas na Argentina é levado a julgamento

As criptomoedas não são novidade apenas porque são a metodologia de resgate usada pelos cibercriminosos. Soube-se que uma investigação noticiada pelo BeInCrypto foi levada a julgamento. Trata-se do processo contra Edgar Adhemar Bacchiani, proprietário e CEO da empresa Adhemar Capital.

O empresário, atualmente detido na província de Catamarca, deve responder na cidade de Córdoba. Ele é acusado da suposta fraude da qual cerca de 120 pessoas foram vítimas .

A justiça de Córdoba confirmou o julgamento do caso que investiga a prática de 50 golpes com criptomoedas. O advogado Carlos Nayi, representante de uma das pessoas enganadas, explicou ao BeInCrypto:

“Com interesse ilegítimo de lucro, a ré montou uma maquinaria que consiste em capturar as vontades de pessoas atraídas por falsas promessas de lucros ou retornos gerados no comércio de criptomoedas. Isso funcionou primeiro para criar confiança nas vítimas, que reinvestiram todo o seu capital e convidaram outras pessoas a aderir ao esquema. Mais tarde, todos eles perderam seu dinheiro.”

Edgar Adhemar Bacchiani foi denunciado por liderar esse esquema em províncias como Catamarca, La Rioja, Córdoba e Tucumán. Resta agora saber se a sua situação também será levada a julgamento noutros distritos. No momento, ele e Leonardo Cositorto são os nomes mais famosos quando se trata de listar golpes de criptomoedas na Argentina.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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