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Bitcoin vs. ouro: qual é o melhor investimento em 2025?

17 Min.
Atualizado por Luís De Magalhães

Historicamente, o ouro é o porto seguro dos ativos sempre que os mercados adentram momentos mais voláteis. No entanto, o Bitcoin tem se firmado como uma alternativa, sendo escolhido por muitas empresas e investidores individuais como reserva de valor. Este guia Bitcoin vs. ouro compara a parte técnica destes dois ativos, analisa comportamento recente dos preços, os fatores macroeconômicos e a perspectivas de investimento de longo prazo.

PRINCIPAIS PONTOS
➤ O Bitcoin é um ativo digital volátil e de alto valor agregado, impulsionado pelo sentimento de mercado, liquidez e oferta limitada.
➤ O ouro é uma reserva de valor física e de baixa volatilidade, amplamente confiável durante a inflação ou incerteza geopolítica.
➤ Ultimamente, o Bitcoin tem espelhado os ativos de risco tradicionais e frequentemente cai durante as vendas de ações e choques no cenário macroeconômico.
➤ No entanto, alguns sinais de desacoplamento do Bitcoin de ações surgiram recentemente, mas ainda não são consistentes o suficiente para confirmar uma desancoragem de outros ativos.

Bitcoin vs. ouro: comparação rápida

Confira a lista das principais características do Bitcoin e do ouro comparadas lado a lado.

CaracterísticaBitcoinOuro
Tipo de ativo e lastroDigital, intangível. Valor baseado na confiança da rede e no limite de fornecimento de 21 milhões de BTC.Tangível, ativo físico. Apoiado pela escassez, durabilidade e aceitação global.
Liquidez e tradingNegociadas 24 horas por dia, 7 dias por semana, em exchanges de criptomoedas. Altamente líquido, mas fragmentável. Fácil de transferir globalmente.Alta liquidez por meio de ETFs, futuros e exchanges. O Ouro físico é um pouco menos líquido.
VolatilidadeMuito alta. O preço frequentemente reage de forma acentuada a sentimentos, notícias macroeconômicas e regulamentações.Baixa a moderada. Movimenta-se de forma constante; reage durante as crises. Menor volatilidade geral.
ROI históricoCrescimento exponencial desde o início. +135% somente em 2024. Os ganhos anteriores vieram com grandes perdas.Retornos moderados a longo prazo. +5.700% desde 1971. Forte em períodos inflacionários ou de crise.
ProsFortes altas, oferta fixa, portátil, descentralizado e ganhando apoio institucional.Porto seguro, confiança de longo prazo, proteção contra a inflação, sem risco de inadimplência, diversifica o portfólio.
ContrasAltamente volátil, sem rendimento, sob risco regulatório, em fase de amadurecimento,vulnerável a hacks/perda de chaves.Sem rendimento, pode ter um desempenho inferior em períodos de crescimento estável e requer armazenamento e seguro.
Correlação com a inflaçãoMista. Hedge teórico, mas frequentemente acompanha o sentimento de risco no curto prazo.Em geral, positiva. Apresenta bom desempenho durante picos de inflação ou supressão da taxa real.

Bitcoin vs. ouro: diferenças

Embora tanto o Bitcoin quanto o ouro tenham como objetivo preservar o poder de compra, eles se baseiam em mecanismos totalmente diferentes. Um existe apenas como código, o outro como uma commodity física. Vale a pena entender como cada um funciona para decidir qual se encaixa melhor em seu portfólio.

Bitcoin: reserva digital

O Bitcoin é uma moeda digital descentralizada que funciona em uma blockchain. Seu valor deriva da confiança do investidor, da adoção da rede e de seu suprimento limitado de 21 milhões de moedas.

Essa escassez artificial (imposta pelo “halving”) significa que a oferta do Bitcoin cresce mais lentamente ao longo do tempo, chegando a ficar abaixo do crescimento anual da oferta de ouro após o halving de 2024.

Ao contrário dos ativos tradicionais, o Bitcoin não oferece dividendos, portanto os retornos vêm exclusivamente da valorização do preço. A volatilidade do Bitcoin é alta: ele frequentemente se comporta como um ativo tecnológico de alto risco em vez de uma reserva estável de valor.

Evolução e comportamento do preço

Por exemplo, o Bitcoin caiu aproximadamente 75%, de cerca de US$ 65 mil para quase US$ 16 mil, entre novembro de 2021 e novembro de 2022, durante um período de inflação crescente. Em seguida, recuperou-se mais de 112% em novembro de 2023 e atingiu cerca de US$ 34.000 em meio a uma recuperação mais ampla do mercado.

Bitcoin vs. ouro: Preço do BTC em 2022-23
Queda do BTC em 2022 e recuperação subsequente: CoinMarketCap

A liquidez do Bitcoin é ampla nas principais exchanges, e a moeda é negociada 24/7 em todo o mundo, mas o mercado pode ser fragmentado entre plataformas.

Seu trading é amplamente impulsionado pelo varejo e, cada vez mais, por investidores institucionais, e as mudanças de sentimento podem desencadear movimentos bruscos. Os retornos do Bitcoin superaram muitos outros ativos no longo prazo (o Bitcoin subiu centenas de milhares de por cento desde 2013), mas não são incomuns as quedas frequentes de 50% ou mais.

➤ Nada “respalda” o Bitcoin no sentido tradicional, já que não há lucros ou ativos tangíveis e portanto, seu preço é inteiramente uma função da dinâmica de oferta e demanda e da confiança especulativa.

Ouro: reserva física

O ouro é uma commodity física com milhares de anos de história como moeda e joias, entre outros usos. Ele é frequentemente visto como a maior reserva de valor e um ativo seguro.

O valor do ouro é respaldado por sua natureza e propriedades tangíveis.

  • É escasso (a produção anual das minas aumenta a oferta apenas em um único dígito)
  • É durável e universalmente reconhecido.
  • Os bancos centrais geralmente mantêm o ouro como um ativo de reserva e, nos últimos anos, têm sido grandes compradores líquidos de ouro para diversificar em relação ao dólar dos EUA.

Ao contrário do Bitcoin, o ouro tem alguns usos práticos (em joias, eletrônicos, etc.), mas a maior parte de seu preço é impulsionada pela demanda de investimento e armazenamento de riqueza, e não pelo consumo industrial.

Rendimento e liquidez

O ouro não rende nada por si só. Um grama de ouro hoje continuará sendo um grama daqui a alguns anos, portanto, a liquidez e os retornos vem exclusivamente das variações de preço. Ele é negociado em mercados globais, normalmente durante o horário de funcionamento do mercado, por meio de instrumentos como futuros e fundos negociados em bolsa (ETFs), que facilitam a compra e a venda.

A volatilidade do ouro é de baixa a moderada, e ele tende a ser muito menos volátil que o Bitcoin. Os movimentos de preço do ouro geralmente se movimentam de maneira inversa com ativos de risco. Além disso, o ouro normalmente cresce durante crises econômicas ou incertezas, mas pode estagnar durante períodos de crescimento estável.

➤ Por exemplo, em períodos muito longos, os retornos do ouro têm sido positivos, mas modestos. Ele praticamente acompanhou o ritmo da inflação durante décadas. A liquidez do ouro é alta nos mercados financeiros, embora a conversão de grandes reservas de ouro físico em dinheiro possa levar tempo e ser custosa.

É importante levar em consideração o custo do armazenamento do ouro. Muitos investidores evitam esses problemas usando ETFs ou outros substitutos.

Bitcoin vs. ouro: preço e influências macroeconômicas

Tanto o Bitcoin quanto o ouro registraram grandes movimentos de preço em 2024 e no início de 2025. Seu crescimento foi, em grande parte, impulsionado por mudanças na liquidez, na geopolítica e nas expectativas de inflação. O comportamento recente de ambos os ativos oferece um teste real do desempenho de cada um deles sob estresse macroeconômico.

Bitcoin: volátil, mas resiliente

O Bitcoin teve uma forte alta durante 2024, subindo para mais de US$ 100.000 em janeiro de 2025. A alta foi impulsionada pela melhoria das condições de liquidez, entradas institucionais mais fortes e aprovação de ETFs de Bitcoin à vista nos EUA.

O mercado via o Bitcoin como um ativo de alto crescimento e, cada vez mais, como uma proteção contra a instabilidade monetária.

bitcoin vs. ouro: histórico de preços do btc
Histórico de preços do BTC: CoinMarketCap

Mesmo com a persistência da volatilidade, o Bitcoin continuou a atrair interesse de longo prazo. Sua oferta limitada, liquidez 24 horas por dia, 7 dias por semana e aparente distanciamento dos sistemas monetários soberanos o tornaram atraente tanto para compradores de varejo quanto para investidores institucionais que buscavam alternativas aos ativos tradicionais.

O comportamento do Bitcoin permaneceu intimamente ligado às variáveis macroeconômicas, especialmente às taxas de juros reais, à força do dólar e ao sentimento geral de risco. Quando a liquidez melhorou e as taxas caíram, o Bitcoin teve um ganho acentuado. Entretanto, ele também reagiu rapidamente a choques, especialmente aqueles ligados à política global ou ao apetite de risco dos investidores.

Recuo após o amplo plano tarifário de Trump

Depois de atingir uma alta intradiária perto de US$ 88.500 no início de abril de 2025, o Bitcoin caiu mais de 7% em 24 horas após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifas globais abrangentes.

Uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações e taxas adicionais direcionadas a países com superávit comercial, como China e Índia, provocaram pânico nos mercados financeiros globais.

O Bitcoin caiu para uma baixa intradiária de ~$ 81.300 em 3 de abril de 2025, sendo negociado brevemente abaixo dos principais níveis de suporte técnico. O movimento refletiu perdas acentuadas nas ações, com o S&P 500 registrando sua pior queda em um único dia desde 2020.

Outros ativos de risco, incluindo altcoins e ações expostas a cripto, como Coinbase e MicroStrategy, também caíram acentuadamente. Os mercados cripto inicialmente se moveram em conjunto com as ações, reforçando o papel do Bitcoin na época como um ativo macro de alto beta.

ETFs e pressão inicial do mercado

O sentimento institucional enfraqueceu imediatamente após o choque tarifário. Os dados dos ETFs mostraram saídas de produtos como ARK 21Shares e Fidelity, o que sugeriu uma redução do apetite por risco nos mercados financeiros.

Sem um novo catalisador específico para a cripto, o Bitcoin parecia vulnerável a uma pressão macro mais ampla. Entretanto, essa dinâmica começou a mudar nos dias seguintes.

Primeiros sinais de desacoplamento das ações

Em 4 de abril, o Bitcoin havia se estabilizado acima de US$ 81.000, enquanto o Nasdaq caiu mais de 10% na semana. O preço se manteve firme e até registrou um modesto ganho semanal – uma divergência surpreendente que reacendeu as discussões sobre a possível dissociação da cripto.

Os analistas destacaram vários sinais de apoio. Entre eles, o retorno dos fluxos de entrada para ETFs de Bitcoin selecionados, o aumento do acúmulo de carteiras frias e a queda da correlação de curto prazo com ações de tecnologia. A narrativa começou a mudar – do Bitcoin se comportando como um ativo de risco para um ativo que mostrava as primeiras características de um hedge macro.

Isso ainda não confirma uma dissociação total. Dito isso, se continuar assim, o Bitcoin poderia começar a desempenhar um papel mais parecido com o do ouro, oferecendo diversificação durante as liquidações de ações e atraindo capital durante períodos de estresse macroeconômico.

➤ Se for mantida, essa tendência poderá remodelar a forma como o Bitcoin se encaixa nos portfólios tradicionais: não como um substituto alavancado de ações, mas como uma classe de ativos independente.

Por enquanto, os investidores estão observando atentamente para ver se o Bitcoin pode manter essa independência nos próximos eventos econômicos e políticos.

Ouro ultrapassa US$ 3.000 em meio a choque tarifário

O ouro manteve seu ímpeto em 2025. Seu preço subiu acima da marca de US$ 3.000 em março pela primeira vez na história. Os preços à vista atingiram um pico intradiário de US$ 3.167,57 em 28 de março, enquanto os futuros ficaram ainda mais altos. Isso marcou o 18º recorde de alta do ano, impulsionado pela demanda por moedas portos-seguros e pela tensão macroeconômica.

Bitcoin vs. ouro: Preço do ouro 2016-2025
Tendências do preço do ouro (2016-2025): TradingEconomics

Como era de se esperar, o principal catalisador foram os anúncios de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. Essas medidas desencadearam temores generalizados de uma guerra comercial global e levaram o capital ao ouro como um ativo de proteção. O dólar norte-americano caiu com as notícias, o que aumentou ainda mais o vento a favor.

O movimento de alta do ouro foi ampliado pelas preocupações de que as restrições comerciais aumentariam a inflação e desacelerariam o crescimento global. O papel do metal precioso como ativo defensivo tornou-se mais proeminente à medida que os mercados se preparavam para mais interrupções nas cadeias de suprimentos globais e para a volatilidade da política comercial.

Recuo temporário e a reação do mercado

Em 3 e 4 de abril de 2025, o ouro sofreu uma breve retração. Depois de atingir seu recorde histórico, os preços à vista caíram mais de 2% antes de se recuperarem parcialmente. Esse movimento foi associado a uma venda mais ampla no mercado, já que os investidores venderam posições lucrativas em ouro para cobrir chamadas de margem em outras classes de ativos. Alguma realização de lucros também contribuiu para a queda.

Apesar dessa retração, o ouro à vista permaneceu acima de US$ 3.080 até 4 de abril e manteve-se no caminho certo para um quinto ganho semanal consecutivo.

Os analistas descreveram o movimento como uma correção saudável dentro de uma tendência altista mais ampla, e não uma reversão. Os níveis de suporte técnico em torno de US$ 3.070 têm se mantido até agora, mantendo vivo o potencial de recuperação.

As perspectivas de médio prazo seguem positivas

Embora o momentum de curto prazo possa ser interrompido, o suporte estrutural de longo prazo permanece intacto. Os analistas de mercado observaram que qualquer tom dovish do Federal Reserve poderia reacelerar a alta do ouro. Historicamente, o ouro tende a se beneficiar quando as taxas de juros reais caem, pois isso reduz o custo de oportunidade de manter um ativo sem rendimento.

Espera-se que os bancos centrais continuem a aumentar as reservas de ouro ao longo de 2025, principalmente nos mercados emergentes que buscam diversificar o dólar dos EUA. Os fluxos de entrada de ETFs institucionais também se tornaram positivos, reforçando a demanda em vários segmentos de investidores.

➤ Em 7 de abril de 2025, o Deutsche Bank esperava que o ouro atingisse uma média de US$ 3.139 em 2025 e US$ 3.700 em 2026. O banco elevou suas previsões anteriores, citando o aumento das tensões geopolíticas e as expectativas crescentes de cortes nas taxas do Federal Reserve em meio ao aumento dos riscos de recessão.

Bitcoin vs. ouro: oportunidades de longo prazo

Em última análise, tudo se resume a como cada ativo poderia se comportar em diferentes condições econômicas. O Bitcoin oferece um apelo especulativo de alta e inovação, enquanto o ouro oferece preservação de capital comprovada pelo tempo.

Ambos apresentam riscos distintos – desde volatilidade e mudanças regulatórias até mudanças nas tendências macroeconômicas. Aqui está um detalhamento do que esperar de cada um.

Bitcoin: alto risco e alta recompensa

A tese de longo prazo do Bitcoin se concentra no lado positivo assimétrico e em seu projeto de oferta fixa.

A cripto de referência poderia se beneficiar de uma adoção mais ampla e de uma integração mais profunda nas finanças globais durante a próxima década. Desde o início do segundo trimestre de 2025, ela já faz parte de portfólios institucionais e não é mais vista como marginal.

Uma pequena alocação de grandes instituições, como fundos de pensão e fundos soberanos, poderia aumentar significativamente a demanda. Especialmente devido à oferta limitada de 21 milhões de Bitcoins.

Enquanto isso, soluções de segunda camada, como a Lightning Network, podem melhorar a eficiência das transações. Veículos de investimento regulamentados, incluindo ETFs de BTC, também facilitam o acesso e a manutenção do ativo.

Em ambientes de endividamento fiduciário caracterizados por alta dívida, política frouxa e inflação, o Bitcoin pode ganhar mais terreno como “ouro digital”.

➤ De modo geral, a utilidade do Bitcoin como reserva de valor já é visível em países que enfrentam desvalorização da moeda ou restrições de capital. Sua disponibilidade sem fronteiras e 24 horas por dia, 7 dias por semana, proporciona uma funcionalidade única em regimes instáveis. Teoricamente falando, se outra grande crise monetária ocorrer na próxima década, a demanda por Bitcoin poderá aumentar drasticamente.

A vantagem de longo prazo do Bitcoin permanece entre as mais altas de qualquer ativo importante. Se começar a rivalizar com a capitalização de mercado do ouro ou tiver um status mais amplo de ativo de reserva, o preço do Bitcoin poderá se multiplicar várias vezes, mesmo em relação aos níveis atuais. O perfil de risco-recompensa pode atrair aqueles dispostos a suportar a extrema volatilidade pela possibilidade de retornos exponenciais.

Desafios e limitações estruturais

O Bitcoin continua sendo o ativo mais especulativo de qualquer carteira (é claro, sem contar outras criptomoedas). Sua alta volatilidade significa que grandes quedas podem ocorrer inesperadamente.

O risco regulatório continua sendo uma das maiores ameaças – talvez não tanto nos EUA, sob o governo de Trump 2.0, mas o mesmo não pode ser dito sobre outras grandes economias, como a Índia ou a China.

Na próxima década, o Bitcoin poderá enfrentar resultados que vão desde clareza e apoio regulatório até restrições ou tributação severas.

As preocupações ambientais também representam uma ameaça de longo prazo; o uso de energia do Bitcoin se tornou um alvo político. Embora a mineração renovável esteja aumentando, o escrutínio permanece.

Ao contrário de ações ou títulos, o Bitcoin não tem ganhos ou rendimento. Sua avaliação depende inteiramente da demanda, das tendências macro e do sentimento. Historicamente, o cripto de referência tem tido um desempenho inferior durante ambientes de alta taxa e baixa liquidez. Esse padrão pode ressurgir se as condições monetárias globais se tornarem mais rígidas novamente.

➤ Por outro lado, se o desacoplamento das ações for duradouro, o Bitcoin poderá se tornar menos sensível aos movimentos do mercado acionário e à volatilidade impulsionada pelas taxas. Essa mudança poderia estabilizar os fluxos e aumentar seu papel como um hedge autônomo – mas somente se a convicção institucional continuar aumentando.

Por fim, à medida que a capitalização de mercado do Bitcoin cresce, seu lado positivo pode se arrefecer gradualmente. A volatilidade pode diminuir, o que atrai os detentores de longo prazo, mas pode atenuar os retornos extraordinários que antes atraíam o capital especulativo.

Ouro: reserva estável com inflação e incerteza em alta

O principal apelo do ouro no longo prazo está na preservação do patrimônio. Em uma visão de 5 a 10 anos, o cenário de alta do ouro inclui inflação prolongada, monetização da dívida ou desvalorização da moeda fiduciária.

Os padrões históricos corroboram esse fato. Durante a década de 1970, o ouro subiu quando a inflação corroeu o poder de compra. Se o endividamento atual forçar uma flexibilização monetária ou tolerância a uma inflação mais alta, o ouro poderá prosperar novamente.

Bitcoin vs. ouro: Preço do ouro na década de 1970
Preço do ouro na década de 1970 (dados da National Mining Association)

A compra pelo banco central continua sendo um forte impulsionador. Países como China, Rússia e outros estão transferindo suas reservas do dólar dos EUA para o ouro. Essa tendência pode continuar até a década de 2020, o que garantiria uma demanda consistente.

Além disso, a demanda cultural do ouro na Ásia, especialmente na Índia e na China, oferece suporte de longo prazo. O aumento da renda nessas regiões normalmente impulsiona as compras de joias e investimentos.

Na construção de portfólios, o ouro continua sendo um diversificador comprovado. Sua correlação baixa ou negativa com as ações o torna útil na proteção contra riscos de cauda ou quedas de mercado.

➤ O surgimento de ETFs e contas digitais de ouro também ampliou o acesso. Os investidores mais jovens agora podem adicionar alocações em ouro com facilidade. Em ambientes politicamente incertos – sejam tensões comerciais ou conflitos militares – o ouro tende a atrair capital como um ativo defensivo.

Se as taxas de juros reais permanecerem baixas ou negativas, a natureza não rentável do ouro se tornará menos desvantajosa.

Se ocorrerem perturbações geopolíticas ou econômicas, mesmo que moderadas, durante a década de 2020, o ouro poderá continuar sua tendência de alta. Embora possa não se multiplicar como os ativos de alto crescimento, ele pode proporcionar retornos respeitáveis ajustados pela inflação e estabilidade de capital quando outros ativos falharem.

Riscos e limitações da exposição ao ouro

Apesar de sua reputação, o ouro não é isento de riscos. Quando as taxas de juros reais aumentam, ou quando o crescimento é forte e a inflação é baixa, o ouro tende a ter um desempenho inferior. Por exemplo, durante as décadas de 1980 e 1990, ele estagnou quando os bancos centrais conseguiram controlar a inflação e os ativos que rendem juros se tornaram mais atraentes.

Esse padrão pode se repetir se a economia global experimentar um crescimento estável, com os rendimentos reais subindo novamente.

O ouro também não tem rendimento, o que o torna menos atraente em ambientes de taxas altas. Embora menos volátil que o Bitcoin, ele ainda pode sofrer quedas acentuadas. Um exemplo seria o período entre 2011 e 2015, quando caiu quase 40%.

Com base em tais ocorrências, os investidores devem estar dispostos a se manter durante períodos longos e estáveis – os retornos podem não vir rapidamente.

O ouro também está exposto a riscos regulatórios, embora menos do que o Bitcoin. As tarifas de importação, especialmente em grandes mercados consumidores como a Índia, podem reduzir a demanda.

➤ Embora seja raro, os governos já proibiram algumas vezes a propriedade privada de ouro – por exemplo, a Ordem Executiva 6102 em 1933 pelo Presidente Roosevelt.

Além disso, embora o ouro não enfrente uma ruptura como a do Bitcoin, as gerações mais jovens podem escolher cada vez mais as criptomoedas para sua alocação de “hedge”. Se os ativos digitais capturarem o ânimo dos investidores, o ouro poderá perder alguma participação de mercado nas discussões sobre reserva de valor.

Por fim, o perfil de retorno do ouro é modesto. Historicamente, os retornos reais giram em torno de 0-2% ao ano. Ele não gera renda e raramente supera os retornos das ações em prazos longos. O ouro deve ser visto como um seguro de portfólio: útil quando outros ativos enfrentam dificuldades, mas provavelmente ficará para trás em mercados de alta.

Semelhanças nas respostas às condições do mercado

O Bitcoin e o ouro geralmente reagem às tendências macroeconômicas de forma surpreendentemente semelhante, especialmente em relação à liquidez, ao risco e aos fluxos institucionais.

Condições monetárias

  • Tanto o Bitcoin quanto o ouro respondem às políticas do banco central. Condições monetárias frouxas geralmente apoiam seus movimentos ascendentes.
  • O aumento das taxas de juros pode reduzir o apelo. Os altos rendimentos reais e um dólar forte tendem a desencadear saídas de ambos.
  • A liquidez favorece o potencial de alta. O aumento da liquidez geralmente canaliza o capital para esses ativos.

Fluxos institucionais

  • O Bitcoin agora faz parte das estratégias institucionais. Ele se junta ao ouro em portfólios diversificados voltados para a cobertura da inflação ou exposição macroeconômica.
  • O acesso a ETFs permite fluxos de ativos cruzados. O capital entra e sai do Bitcoin e do ouro por meio de plataformas de investimento semelhantes.
  • O reequilíbrio afeta ambos. Mudanças na perspectiva macroeconômica ou nas expectativas de inflação geralmente levam a realocações entre esses dois ativos.

Comportamento de armazenamento de valor

  • A escassez é a base de ambos. O Bitcoin tem um limite máximo e o fornecimento de ouro é limitado pela extração e pelo custo.
  • As preocupações com a inflação impulsiona as entradas. Os investidores geralmente recorrem ao Bitcoin e ao ouro quando o valor do dinheiro tradicionais enfraquece.

Bitcoin vs. Ouro: qual vale mais a pena?

O Bitcoin e o ouro oferecem vantagens distintas em momentos em mercados incertos, mas nenhum deles é uma solução única. O Bitcoin traz inovação e potencial de alta valorização, enquanto o ouro oferece estabilidade há séculos. Ambos respondem às tendências macroeconômicas, mas geralmente se comportam de forma diferente sob pressão.

É importante adotar abordagem equilibrada para analisar os ativos. Talvez a maneira ideal de fazer isso para a maioria das pessoas seja ver o Bitcoin e o ouro como alternativas complementares em vez de concorrentes.

Perguntas frequentes

O Bitcoin é uma proteção contra a inflação melhor do que o ouro?

O Bitcoin e o ouro podem fazer parte do mesmo portfólio?

Por que o Bitcoin reage às decisões políticas dos EUA, como tarifas ou mudanças na taxa de juros?

O que torna o ouro um ativo seguro?

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Shilpa Lama
Shilpa é escritora e jornalista de tecnologia, apaixonada por inteligência artificial, como registros distribuídos e criptomoedas. Ela cobre o setor de blockchain desde 2017. Antes de seu trabalho contínuo na mídia tecnológica, Shilpa emprestava suas habilidades a empreendimentos de fintech apoiados pelo governo no Bahrein e a uma importante organização sem fins lucrativos com sede nos EUA dedicada a apoiar projetos de software de código aberto. Em sua função atual, ela se concentra em...
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