Anúncios de supostas vacinas do coronavírus surgem em mercados ilegais na darkweb, onde o pagamento é sempre em criptomoedas.
Enquanto a vacinação contra a Covid-19 apenas começa mundo afora, a darknet já está inundada de anúncios de vendas de vacinas. Segundo um levantamento da Check Point Research, mercados ilegais da internet trazem diversas ofertas de supostos imunizantes vindos dos EUA, Espanha e Reino Unido.
Um dos anúncios oferece uma suposta vacina por US$ 250, ou pouco mais de R$ 1.200 na conversão direta. Como é comum em mercados ilegais da internet, o pagamento é pedido em criptomoedas. A Bitcoin é a mais comum, mas a Monero (XMR) também vem sendo muito adotada.
Para atrair a atenção de potenciais compradores, os anunciantes também mencionam remédios que ficaram famosos na pandemia, como a cloroquina.
“Vacina para o Coronavírus disponível por US$ 250”, “Diga adeus à COVID19 = FOSFATO DE CLOROQUINA” ou “Compre rápido. VACINA PARA O CORONAVÍRUS DISPONÍVEL AGORA” são alguns exemplos.

Além disso, pelo menos um vendedor também aparece vendendo cloroquina. O medicamento, vale ressaltar, não tem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19 e deixou de ser recomendado pelos EUA.
Há suspeitas de que anúncios sejam fraudulentos
Segundo os pesquisadores da Check Point, há vários indícios que levam a crer que os anúncios são falsos. Durante a investigação, os especialistas chegaram a iniciar uma tratativa para compra de uma das supostas vacinas.

Em uma troca de e-mails, o vendedor disse que o imunizante requer 14 doses para uma pessoa. Não existe, entretanto, nenhuma vacina que exija mais de duas doses para um único paciente. Segundo o vendedor, as 14 doses custariam 0,01 BTC, quantia hoje equivalente a US$ 180, ou pouco mais de R$ 900.

Em outro exemplo, um vendedor afirma ter estoques de vacinas recém-aprovadas para venda e entrega no Reino Unido, EUA e Espanha. O contato seria supostamente feito por WhatsApp ou Telegram.
No entanto, para Oded Vanunu, chefe de pesquisa da Check Point, ainda não se pode dizer se as vacinas são mesmo falsas.
Ainda é demasiado cedo para dizer se estes vendedores são legítimos ou se são uma armadilha. O que é claro para nós é que os atacantes estão fazendo de tudo para se aproveitarem ao máximo deste tópico, como demonstram os dados que apresentamos sobre o crescente número de registos de domínios relacionados com a COVID
Novembro teve pico de sites falsos relacionados à vacina
A vacina contra o coronavírus é usada há meses como iscas para golpes online. No entanto, o movimento aumentou com a aprovação dos primeiros imunizantes, como as da Pfizer, da Moderna e de Oxford.
Segundo a Check Point, novembro teve o pico de novos sites registrados com nomes que remetem à vacina. Foram 1.062 novos domínios apenas no último mês, quantidade igual à soma dos três meses anteriores.

As campanhas de phishing também estão plenamente ativas. Hackers seguem distribuindo e-mails com anexos perigosos como “Download_Covid 19 Novas vacinas aprovadas.23.07.2020.exe”. O download infecta o computador com vírus que rouba dados como logins, nomes e senhas de usuário de serviços online.
Alguns ataques também visam roubar senhas gravadas em navegadores, colocando em risco, por exemplo, carteiras de criptomoedas. A tática envolve espalhar links que infectam a máquina da vítima com o Agent Tesla, um malware que coleta tudo o que é digitado e copiado com o Ctrl+V.
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