Dois clubes de futebol do Nordeste e que jogam na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro se preparam para entrar no mercado de tokenização com o lançamento de seus próprios criptoativos.
Eles seguem o modelo adotado por Vasco e Cruzeiro, que tokenizaram a receita proveniente do Mecanismo de Solidariedade da FIFA para obter uma nova fonte de entrada para o caixa. O Atlético Mineiro, que joga na 1ª Divisão, já entrou no mercado de criptoativos, mas não nos mesmos moldes.
O clube cruzmaltino recentemente pagou, via Mercado Bitcoin, o rendimento advindo da venda de Philippe Coutinho, enquanto o time mineiro recentemente abraçou projeto similar como meio de driblar a crise financeira.
Segundo Daniel Coquieri, CEO da empresa de tokenização Liqi, que comandou a criação do Cruzeiro Token, um clube da Série A do Brasileirão já assinou contrato e outro deverá firmar acordo nos próximos dias para lançamento de seus tokens próprios.
“Iniciativas como a do Vasco e a nossa do Cruzeiro começam a abrir a cabeça do dirigente e da gestão do clube para novas formas de acesso a capital.”
Os nomes das equipes não foram revelados. Atualmente, jogam pela Série A do Brasileirão os nordestinos Bahia (BA), Ceará, Fortaleza (CE) e Sport (PE).
Segundo Coquieri, os times buscam diversificar as receitas e já começam a entender os benefícios da tokenização do faturamento que vem do Mecanismo de Solidariedade da FIFA. Porém, ele aponta que outros recebíveis também podem virar token, como cotas de TV e de patrocínio, além das mensalidades do sócio-torcedor.
O token do Cruzeiro tem uma semana de negociações e captou até agora mais de R$ 700 mil de pouco mais de mil investidores. Embora ainda longe de arrecadar a meta de R$ 6 milhões, tudo indica que o mínimo de 25%, ou R$ 1,3 milhão, será atingido para viabilizar o token e efetuar o repasse ao clube.
O que é o token da Liqi
A Liqi oferece tokens na Binance Smart Chain, Ethereum e xDAI, e deverá integrar em breve a blockchain Hathor, criada por brasileiros e a mesma escolhida para o suposto projeto de NFT de Felipe Neto.
Não é preciso necessariamente saber manusear uma carteira de criptomoedas para usar a plataforma, mas o usuário mais experiente tem a opção de fazer custódia própria.
Do ponto de vista de investimento, o criptoativo tem dois atrativos. Um deles é o direito que o token confere ao detentor de obter 40% dos repasses da FIFA decorrentes da venda de jogadores formados, incluindo os que não jogam mais pelo clube.
Além disso, o comprador pode negociar o token no mercado secundário. Coquieri lembra que o preço de tokens como esse não devem ter desempenho tão ligado ao resultado do time em campo, como acontece com os tokens de torcedor da Chiliz.
O executivo acredita, no entanto, que pode haver alguma correlação entre preço e resultado dentro de campo em um primeiro momento. Ele comenta o caso específico do Cruzeiro:
“Pode acontecer, nos primeiros anos do token, o valor no mercado secundário subir. Principalmente se o Cruzeiro subir para a Série A, e voltar a ficar mais em evidência.”
O token tem seis anos de validade, período no qual o investidor pode negociar ou segurar para receber o lucro proveniente de negociações.
No caso do clube mineiro, o ativo pode entregar “dividendos” de 218 jogadores catalogados, a maioria já fora do Cruzeiro, como Bruno Henrique, do Flamengo, e Dudu, que joga no Palmeiras.
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