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O imposto invisível das criptomoedas: por que os órgãos reguladores examinam o valor máximo extraível (MEV)

2 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • A ESMA destaca o MEV como uma preocupação no âmbito da MiCA, observando seu potencial de manipulação do mercado.
  • Os traders ganharam quase US$ 1 milhão em uma semana com o MEV, o que levantou alarmes regulatórios sobre seu uso para práticas como frontrunning.
  • Os esforços regulatórios se concentram em distinguir as táticas prejudiciais de MEV para garantir a justiça e a estabilidade do mercado de ativos digitais.
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O exame minucioso do Valor Máximo Extraível (MEV) pelos reguladores está se intensificando, destacando a necessidade de supervisão no ecossistema de criptomoedas.

Embora alguns especialistas defendam os benefícios de eficiência do MEV, o olhar dos reguladores se volta para suas implicações mais obscuras.

Por que os órgãos reguladores estão preocupados com as MEVs?

Recentemente, a Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA) classificou a MEV como uma preocupação de acordo com a lei MiCA, sugerindo seu potencial de manipulação de mercado. A MEV permite que os operadores de blockchain reordenem as transações para obter lucro, muitas vezes prejudicando os usuários regulares.

Nos últimos sete dias, os traders obtiveram quase US$ 1 milhão em lucros, utilizando vários tipos de técnicas de MEV.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Desempenho dos tipos de MEV
Desempenho dos tipos de MEV. Fonte: EigenPhi

O MEV, às vezes, é chamado de “imposto invisível”. Ele pode levar a práticas como frontrunning, prejudicando a integridade das ordens de transação. Ou seja, a ESMA, dentro da estrutura do MiCA, está examinando a extensão das regras de abuso de mercado para cobrir as atividades de operação de blockchain.

Esse desenvolvimento provocou um discurso no setor, com alguns questionando a cobertura da MEV pela lei MiCA. No entanto, incidentes como o ataque de empréstimo instantâneo do bot de MEV, que roubou US$ 1,27 milhão do token BlackHole (BH), ressaltam a urgência de uma clareza regulatória.

Cuidados com abuso de mercado

Anja Blaj, da Iniciativa Europeia de Criptomoedas, enfatiza a necessidade de um entendimento diferenciado, distinguindo as táticas prejudiciais de MEV das benignas. As consultas da ESMA visam identificar quais ações de MEV podem indicar abuso de mercado, orientando assim uma regulamentação eficaz.

“Há cenários e táticas muito limitados que têm efeitos semelhantes aos do abuso de mercado. Isso deve ser enfatizado repetidamente, pois o objetivo do MEV, em primeiro lugar, é compensar os bons atores pelo trabalho de validação que fazem”, disse Blaj à CoinDesk.

O foco regulatório no MEV, portanto, faz parte de esforços mais amplos para garantir a estabilidade e a justiça do mercado de ativos digitais. Por exemplo, o mau funcionamento de um bot de MEV em 2023 levou a perdas de mais de US$ 400.000, enfatizando ainda mais os riscos de práticas de MEV não regulamentadas. Esses incidentes demonstram os perigos tangíveis e os impactos financeiros do MEV sem a supervisão adequada.

A postura proativa da União Europeia na regulamentação de ativos digitais, liderada pela estrutura da Lei MiCA, abre caminho para diretrizes claras de MEV. Esse diálogo entre os reguladores e o setor de criptomoedas é vital para estabelecer os limites das práticas aceitáveis de MEV.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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