Mercado prevê economia ainda pior em 2020, mas recuperação é otimista

A previsão de queda do PIB ganhou 0,77 pontos. Antes, esperava-se queda de 5,12%, mas a nova a avaliação é que, em 2020, o PIB deverá perder 5,89%. As perdas contrastam com um cenário otimista para a bolsa nos próximos meses, ao menos segundo uma recente avaliação do banco Goldman Sachs. No entanto, a queda poderá ser seguida de uma subida mais acentuada em 2021. Segundo as mais de 100 instituições financeiras ouvidas pelo BACEN, o PIB do próximo ano deverá crescer 0,3 pontos percentuais a mais do que o projetado na semana passada, para 3,5%. No último levantamento, o mercado projetava 3,2% de crescimento. A pesquisa do Banco Central, vale lembrar, aponta números piores do que entidades internacionais. Para 2020, o Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, estima que a recessão faça o PIB brasileiro tombar 5,3%. Já o Banco Mundial prevê perdas de 5%. Participe da nossa Comunidade de Trading no Telegram para acessar sinais exclusivos de negociação, conteúdo educacional, discussões e análises de projetos!

PIB menor com juros estáveis

O relatório do Banco Central não aponta expectativa de queda ainda maior dos juros. Segundo a pesquisa, o mercado financeiro continua projetando Selic a 2,25% no final do ano. Atualmente, a taxa básica está em 3%. Parte da expectativa se deve ao cenário de inflação baixa. Para o mercado, os índices deverão apontar subida nos preços em apenas 1,57%. Semana passada, a projeção era de 1,59%. Além disso, com a retomada da economia, a expectativa é que, naturalmente, os juros sejam elevados em 2021. A expectativa acompanha a revisão no PIB de 2021: de 3,5%, a Selic passa a ser prevista em 3,29% para o próximo ano.

Dólar mais caro

Já o dólar foi revisado para cima. Apesar da previsão dos juros ter se mantido, o mercado considera que a moeda americana irá fechar o ano em R$ 5,40. Antes, a expectativa estava em R$ 5,28. Ainda assim, a previsão aponta um horizonte de queda do dólar frente ao patamar atual. Apesar da forte queda na última semana, a moeda é vendida a R$ 5,48 na manhã desta segunda-feira (25). Para o ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, o Banco Central ainda tem amplo espaço para segurar a alta do dólar com as reservas cambiais.