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Maior banco russo vai integrar Ethereum e MetaMask

3 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Os participantes também poderão emitir tokens e criar contratos inteligentes.
  • O anúncio foi feito após o presidente Putin sugerir a criação de um novo sistema de pagamentos global baseado em blockchain.
  • O governo russo aderiu às criptomoedas para escapar às sanções do Ocidente.
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O banco russo Sberbank anunciou que sua blockchain privada terá compatibilidade com a rede Ethereum e integração com a carteira MetaMask.

O anúncio foi feito em comunicado à imprensa do durante o primeiro encontro internacional de participantes da indústria corporativa de blockchain, organizado pelo Sber Blockchain Laboratory.

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A integração permitirá ao banco russo ter contratos inteligentes e acesso ao maior ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi), do Ethereum. Os desenvolvedores poderão utilizar a plataforma para transferir contratos inteligentes e projetos inteiro entre as blockchains de forma gratuita.

“A plataforma blockchain da Sber permite que os participantes emitam tokens e criem contratos inteligentes. E a integração com os sistemas de informação do banco possibilita pagamentos em contratos inteligentes usando rublos”, disse o anúncio.

Sberbank de olho na Web3

O banco também anunciou a integração da blockchain com a MetaMask, a carteira de criptomoedas mais popular, da ConsenSys. Recentemente a empresa criadora da carteira, foi criticada por coletar endereços IP e Ethereum em transações realizadas com a MetaMask.

“O laboratório blockchain do Sberbank trabalha em estreita colaboração com desenvolvedores externos e empresas parceiras, e estou feliz que nossa comunidade será capaz de executar aplicativos DeFi na infraestrutura do Sber”, disse o diretor do Sber Blockchain Laboratory, Alexander Nam.

Além disso, o Sber reunirá desenvolvedores, empresas e outras instituições bancárias em pesquisa de mercado e desenvolvimento de aplicativos de negócios.

Recentemente a empresa bancária recebeu autorização do Banco da Rússia para lançar sua própria stablecoin chamada Sbercoin, que entrou no mercado em junho. O Sber também lançou o primeiro ETF blockchain da Rússia em dezembro do ano passado.

Nam destacou que o crescimento veloz da Web3 está colocando a frente as plataformas que suportam e interagem com diversas blockchain, chamadas de cross-chain ou multichain, e protocolos. Confiante no potencial da Web3, ele disse que o Sberbank será capaz de agregar desenvolvedores, empresas e instituições financeiras para desenvolver pesquisa conjunta de mercado e criação de aplicativos práticos de negócios.

Um sistema livre de interferências

O anúncio do Sber foi feito poucos dias após o presidente russo, Vladimir Putin, declarar apoio a um sistema de pagamento internacional baseado em blockchain. Putin criticou o monopólio do atual sistema global de pagamentos, dizendo que “é controlado por um pequeno clube de estados e grupos financeiros”.

Maior banco russo terá suporte a Ethereum e integração com MetaMask

A declaração de Putin foi feita em uma conferência realizada pelo Sberbank, ele ainda disse que o novo sistema de pagamentos baseado em blockchain deve ser independente de bancos e “livre de interferência de terceiros”, fazendo menção às sanções impostas pelo Ocidente à Rússia após ser deflagrado o conflito com a Ucrânia. Para Putin o novo sistema necessita ser baseado em uma criptomoeda e na tecnologia blockchain.

O Sberbank foi o principal alvo das sanções impostas ao país, apesar de ser privado o governo russo é o acionista majoritário do banco.

Adotando as criptomoedas para driblar as sanções

Na Rússia o debate sobre ativos digitais e criptomoedas sempre foi controverso. As duas principais autoridades financeiras, o banco central russo e o Ministério das Finanças, mantinham posições opostas à legalização das criptomoedas no país.

No entanto, desde março, quando o Bank for International Settlements (BIS) suspendeu a Rússia de usar seus serviços, o país passou a fazer diversos movimentos a favor das criptomoedas na tentativa de boicotar as sanções impostas. Ele também aumentou seu apoio à legalização de pagamentos cripto transfronteiriços. 

Em junho, foi anunciado que uma organização de tecnologia do governo russo, a Rostec Group, estava trabalhando em uma alternativa ao SWIFT em uma plataforma blockchain, após os bancos russos serem excluídos em fevereiro do sistema global de pagamentos em consequência das sanções. Uma clara mudança de posicionamento do governo com relação às criptomoedas.

Mais tarde, em setembro, a Bolsa de Moscou elaborou um projeto de lei em nome do Banco da Rússia para permitir a negociação de ativos financeiros digitais (DFAs) como valores mobiliários.

Ao fim de novembro, a Assembleia Federal da Rússia, a Duma Estatal, informou que está trabalhando em um projeto de lei para facilitar a criação de uma exchange nacional de criptomoedas. Já existe consenso formado no alto escalão do governo russo que o melhor caminho é legalizar as criptomoedas e estabelecer uma regulamentação adequada ao setor, e não a proibição como ocorreu na China.

No entanto, a criação de uma exchange estatal evidencia que o governo russo pretende manter algum nível de controle sobre as criptomoedas.

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Thiago Barboza
Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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