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Hackers do TSE usaram ofensiva ao STJ para desacreditar eleições, diz especialista

2 mins
Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Segundo SaferNet, hackers do TSE pegaram carona no ataque ao STJ
  • Intenção seria relacionar as ofensivas para gerar dúvidas sobre eleições
  • Especialistas explica qual foi, afinal, a real ligação entre os dois incidentes
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O atraso na apuração das Eleições 2020 no último domingo (15) se deu por conta de um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A motivação por trás da ofensiva teria ligação com a invasão dos sistemas do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo especialistas da SaferNet, que trabalhou em conjunto com o TSE no incidente, o ataque teve clara motivação política. A avaliação é que os hackers usaram os problemas enfrentados pelo STJ como pano de fundo para desacreditar as eleições.

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De acordo com o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, o objetivo dos hackers era relacionar os ataques artificialmente. A intenção, desse modo, seria levantar suspeitas sobre a apuração das eleições. Na verdade, porém, os casos não têm relação. O especialista explicou o caso nesta segunda-feira (16) à Folha de S.Paulo.

Trata-se de uma operação coordenada e planejada para ser executada no dia das eleições com o objetivo de desacreditar a Justiça Eleitoral e eventualmente alegar fraude no resultado desfavorável a certos candidatos.

Dados do Google Trends mostram que houve aumento repentino por buscas relacionadas a “urnas eletrônicas fraude” e “fraude nas eleições brasileiras”. Além disso, o buscador identifica aumento de 4.000% nas pesquisas por “tse fraude” nas últimas 24 horas.

Ataque hacker ao TSE foi diferente do sofrido pelo STJ

Segundo Tavares, o ataque ao TSE foi do tipo DDoS, caracterizado pela sobrecarga forçada a um determinado servidor. Esse tipo de ofensiva, em geral, usa robôs (aparelhos com IP sequestrado) para acessar um site ou serviço em excesso, até que ele fique fora do ar.

Os especialistas da SaferNet apontam que os hackers também vazaram dado de servidores do TSE. No entanto, as informações teriam sido provenientes de uma invasão antiga. Ou seja, elas não teriam relação com a ofensiva do dia das eleições.

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Ataque ao TSE não teve relação com ofensiva ao STJ, dizem especialistas

Segundo apurado pela Folha, os IPs usados no ataque têm origem em Portugal ou foram coordenados a partir do país europeu.

Apesar de o ataque ter sido feito antes de 23 de outubro, deixaram para publicar o vazamento de dados na manhã de hoje, para causar mais impacto. Em paralelo, deflagraram um ataque de negação de serviço para tirar do ar o site e alguns serviços da Justiça Eleitoral.

O ataque ao TSE, portanto, teria ocasionado apenas na interrupção do site e alguns serviços, como o que alimentava os sistemas de divulgação da apuração, que continuava normalmente. Por esse motivo, assim que os sistemas foram restabelecidos, a contagem já avançada.

O ataque sofrido pelo STJ, por outro lado, envolveu o bloqueio do acervo da corte com ransomware. Segundo especialistas, os invasores teriam solicitado pagamento com criptomoedas para desbloquear os arquivos.

A lentidão dos sistemas do TSE permanecem no dia seguinte ao pleito. Por esse motivo, algumas cidades ainda continuam sem saber quem foram os prefeitos e vereadores eleitos.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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