O gestor de fundo Marcelo Lopez, da L2 Capital, mudou de ideia sobre o bitcoin. Em uma série de tweets publicados na última segunda-feira (23), ele explicou por que passou a ver a criptomoeda de outra forma.
Lopez escreveu um artigo fortemente crítico ao bitcoin em 2017. Na época, ele chamou o BTC de bolha e o comparou com as tulipas holandesas de 1600. A história é conhecida de investidores. Ela fala sobre uma alta repentina de preço de tulipas seguida de uma queda brutal.
O gestor, no entanto, fez questão de rebaixar o bitcoin um nível abaixo.
No final de 2017 eu escrevi um artigo para o Infomoney, no qual dizia que o #Bitcoin era uma bolha que deixava as tulipas envergonhadas. Disse também que as tulipas, pelo menos, eram bonitas.
Lopez se baseava em uma ideia muito difundida entre economistas e analistas de investimento na época. O bitcoin era – e ainda é, em grande parte – visto como uma boa invenção, mas que peca na utilidade. Seu grande gargalo era a alta volatilidade, o que o impediria de se tornar um meio de troca.
O argumento foi ironizado por Fernando Ulrich. O economista é conhecido por defender o bitcoin e é autor de um livro sobre a criptomoeda.
Hoje, no entanto, o gestor da L2 Capital diz que reavaliou o bitcoin e passou a vê-lo de outra maneira.
Olhando para a história, nenhum “dinheiro” que já existiu antes da chegada dos bancos centrais começou sendo meio de troca. O “dinheiro” começou sendo aceito como ornamento, depois reserva de valor e, finalmente, como meio de troca, sendo que esse processo demorava décadas.
Bitcoin como reserva de valor
Ele continua dizendo que a história do dinheiro mostra que a ideia de reserva de valor começava “com os mais abastados”. Dessa forma, aos poucos o conceito iria se espalhando por outros setores.
A partir daí, entretanto, os bancos passariam a assumir, dando gás na transferência dos recursos entre essas pessoas. Um dos motivos para Lopez mudar de ideia, portanto, teria sido justamente a ausência dessa etapa.
Meu erro no começo foi não ver que o bitcoin estava primeiramente sendo aceito como uma reserva de valor, que não pode ser inflacionada. Ainda estamos há anos, talvez décadas para que o bitcoin seja aceito como meio de troca (se é que vai acontecer).
O executivo da L2 Capital menciona ainda um argumento conhecido dos defensores do bitcoins: o papel dos bancos centrais. A injeção de trilhões na economia teria sido “um claro lembrete de que devemos pensar em proteger nossas reservas”.
Além disso, a entrada de investidores institucionais vem como cereja do bolo no mercado em ascensão. Lopez menciona que nomes como Stanley Druckenmiller, Paul Tudor Jones, Mike Novogratz, além de gigantes como BlackRock e Fidelity, ajudam a gerar otimismo.
A declaração de Lopez veio pouco antes de o bitcoin atingir US$ 19 mil, marca registrada pela última vez em janeiro de 2018. Às 13h, a moeda já passa de US$ 19.300, segundo o Coingecko. Já no Brasil, o BTC surge negociado, em média, a cerca de R$ 105.500, de acordo com o Cointrader Monitor.
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