Michael Saylor, da MicroStrategy, diz que fundos soberanos e de pensão com trilhões de dólares devem começar a ir para o bitcoin ano que vem.
Fundos soberanos que detêm trilhões de dólares em reservas poderão começar a aderir ao bitcoin já em 2021. A aposta é de Michael Saylor, CEO da MicroStrategy. A empresa ficou conhecida por ser a primeira de capital aberto a transformar suas reservas em criptomoeda.
Em entrevista durante uma live da exchange Binance, Saylor disse considerar que as primeiras notícias sobre a entrada de fundos soberanos no mundo das criptomoedas devem surgir dentro do próximo ano. O mesmo poderia acontecer com os fundos de pensão, que contam com mais alguns trilhões de dólares parados em investimentos de baixo retorno.
Eu não ficaria surpreso de começar a ler sobre fundos de pensão e fundos soberanos investindo em bitcoin no ano que vem, nos próximos 12 meses. [O bitcoin] é o instrumento perfeito para quem precisa de [investimento de] longa duração.
É importante lembrar que pelo menos um fundo soberano já investe em bitcoin. Trata-se do Fundo de pensão do governo norueguês, que, sozinho, tem US$ 1 trilhão em ativos. Em 2021, entretanto, o movimento de outros fundos poderia aumentar.
Bitcoin como investimento para 100 anos
O executivo destaca que o momento da economia pede uma alternativa de investimento de longo prazo. Como fundos soberanos e de pensão trabalham em uma lógica de longos períodos, não haveria opção melhor que o bitcoin. Segundo Saylor, nem o ouro resistirá ao tempo como o BTC.
Os fundos de pensão precisam pensar daqui a 30 anos, 50 anos, 100 anos. Toda rede monetária, de dinheiro fiduciário, títulos, ações, imóveis, nenhuma delas é um sistema fechado, você pode criar mais deles. Eles têm um “vazamento” de 1%, 2%, 7% por ano. O bitcoin é o único que tem um sistema fechado, você não pode criar mais de 21 milhões. É uma bateria que vai armazenar dinheiro por 100 anos.
Para Saylor, as instituições estão agora percebendo essa qualidade o bitcoin. Eventualmente, portanto, os gestores deverão ir atrás da criptomoeda como proteção contra todas as outras classes de ativos que derretem em meio à expectativa de inflação.
Estamos falando de 50% dos 100% dos investimentos [alocados em reservas] do mundo.
Para investidor, é preciso combater a narrativa da alta volatilidade
Os fundos, no entanto, não deverão cair de para-quedas no bitcoin – ao menos não no curto prazo. Embora preveja chegada de trilhões de dólares em 2021, o CEO da MicroStrategy diz que é preciso acelerar o processo. Segundo ele, o caminho passa por desmistificar a volatilidade do bitcoin.
Sempre que alguém tenta me impressionar com seu conhecimento profundo sobre investimento em bitcoin, sabe o que dizem? “O bitcoin é interessante, mas ele não é voltátil?” É a única coisa que aprenderam em uma década. E eu digo: eu tenho investimento em título público dos EUA de 30 anos e, muitas vezes, eles são mais voláteis.
Saylor também menciona que o índice Nasdaq já registrou volatilidade maior que o bitcoin. Além disso, ações da Apple e Tesla, podem variar de preço de maneira muito mais brusca do que o bitcoin. Para ele, é importante esclarecer a questão da volatilidade para atrair novos investidores. Caso contrário, muitos ainda podem lembrar apenas de casos pontuais negativos para o BTC, como o hack do MTGox ou a bolha de 2017.
Banco Citi alerta sobre compra de bitcoins pela MicroStrategy
As ações da MicroStrategy viram um aumento repentino desde que a empresa de tecnologia anunciou seguidas compras de bitcoin. Agora, no entanto, analistas vêm apontando que o papel pode estar caro demais.
Na opinião de estrategistas do banco Citi, detentores de ações da MicroStrategy devem vendê-las o quanto antes, em meio ao temor de depreciação. Para os especialistas, além de um valor acima do real, há um receio de que a estratégia agressiva de compra de bitcoins traga um impacto negativo para a empresa.
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