A Fidelity Digital Assets, uma das principais emissoras de ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, revisou sua perspectiva de médio prazo sobre a criptomoeda, de positiva para neutra.
Essa mudança, detalhada em seu Relatório de Sinais do 1º trimestre de 2024, decorre de várias tendências preocupantes no desempenho do BTC no mercado.
Por que a Fidelity mudou sua posição de médio prazo em relação ao Bitcoin?
O Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC) teve um crescimento impressionante, acumulando mais de US$ 8 bilhões em entradas. Ele é o segundo ETF à vista da criptomoeda em crescimento mais rápido desde seu lançamento. Apesar desse sucesso, análises recentes apontam para uma mudança significativa na perspectiva de avaliação do BTC.
O Bitcoin Yardstick, ou Hashrate Yardstick, serve como uma métrica importante, semelhante à relação preço/lucro (PE) usada nos mercados de ações tradicionais. Essa relação compara a capitalização de mercado total do Bitcoin com sua taxa de hash, que mede a energia computacional que protege a rede.
“A ideia é que quanto mais baixa a relação, mais “barato” o Bitcoin parece, assim como uma relação PE mais baixa pode ser interpretada como uma ação “barata” ou subvalorizada”, explicou a Fidelity.
De acordo com o relatório, não houve um único dia no primeiro trimestre em que o Bitcoin foi considerado “barato”. A criptomoeda flutuou entre zero e dois desvios padrão da média durante metade do trimestre. É importante ressaltar que valores acima de dois desvios normalmente sinalizam uma supervalorização em relação à produção de energia da rede.
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A perspectiva neutra é apoiada ainda pelo aumento da pressão de venda dos detentores de longo prazo e por uma alta porcentagem de endereços lucrativos, o que poderia incentivar a venda.
“Acreditamos que os indicadores on-chain estão agora claramente acima das mínimas ou dos fundos extremos observados anteriormente. No entanto, não estamos nem perto das altas extremas históricas”, disse Chris Kuiper, diretor de pesquisa da Fidelity Digital Assets.
No entanto, a perspectiva da Fidelity não é uniformemente cautelosa. A empresa mantém uma visão positiva no curto prazo, após as atividades de realização de lucros no final do primeiro trimestre.
Além disso, os dados na rede indicam um acúmulo contínuo por parte de investidores menores. O número de endereços que detêm pelo menos US$ 1.000 em BTC aumentou em 20% desde o início do ano, atingindo novas máximas históricas.
“Isso mostra um crescimento contínuo de pequenos endereços acumulando e economizando Bitcoin, mesmo com o aumento dos preços. Isso também pode ser representativo de uma distribuição crescente de Bitcoin e sua adoção entre a pessoa “média””, observa a Fidelity.
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Além disso, os saldos de moedas nas exchanges diminuíram à medida que mais investidores optaram pela autocustódia, o que poderia reduzir a pressão de venda.
Depois de atingir o recorde histórico de US$ 73.777 em 14 de março, o Bitcoin sofreu uma forte correção, caindo para US$ 60.775 em uma semana. Desde então, tem oscilado entre US$ 60.000 e US$ 71.800. No fechamento da matéria, a criptomoeda é negociada em torno de US$ 66.000.
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