Há uma década usando a blockchain e token para remunerar, a Plastic Bank tem como principal objetivo impedir que o plástico chegue ao oceano. Ao mesmo tempo, fortalece comunidades de coleta de plástico ao redor do mundo e promove inclusão financeira.
Há quase 100 milhões de quilos de plástico recuperado dos oceanos, o equivalente a mais de 4,9 bilhões de garrafas plásticas em todo o mundo. A empresa canadense Plastic Bank conta que está usando a Web3 para combater esse problema ambiental. A iniciativa já conta com quase 40 mil membros e mais de 600 comunidades.
Como a Plastic Bank recicla e usa a blockchain?
A empresa social cria ecossistemas de coleta, em áreas com alto índice de poluição, plástica e índices de pobreza. A partir disso, começa a bonificar os catadores dessas regiões com tokens. Um token vale US$ 0.07. O valor é acima da média do mercado.
Por meio do trabalho, os coletores recebem uma bonificação por quilo de material plástico entregue em um ponto de coleta associado à Plastic Bank. Os tokens geram aos trabalhadores um aumento de renda de 30% a 40% maior do que ele teria num sistema comum.
A blockchain rastreia todo processo de coleta. Desde o momento que o plástico é entregue pelo catador no ponto de coleta até quando esse material vai para o processador.
“Usamos a blockchain como uma ferramenta de segurança da informação. E com essa segurança a gente consegue garantir, de forma auditável e transparente, para os nossos parceiros que eles vão receber aquele material, garantindo que não há duplicidade. Por exemplo, a coleta que foi feita e destinada para um cliente nunca vai poder ser destinada para outro, a blockchain garante que não há essa duplicidade na informação”, explica o diretor de operações da Plastic Bank no Brasil, Miguel Paranaguá.
O material beneficiado é transformado no chamado “Plástico Social”, que pode ser reintegrado em novos produtos e embalagens como parte de uma cadeia circular de suprimentos.
Criada em parceria com a IBM, em 2013, a iniciativa pioneira na questão da rastreabilidade está no Brasil, Indonésia, Filipinas, Egito, Camarões, Tailândia. Camarões e Tailândia ainda são modelos sob licença.
O mapa da rastreabilidade auditado mostra quantos quilos de plástico já foram recuperados, quanto quantos membros são atuantes ao redor do mundo e quantas comunidades de coleta impacta.
O alto índice de poluição oceânica na Ásia levou a plataforma atuar de maneira mais intensa nessa região do mundo.
A gerente de marketing, Nancy Geringer, ressalta que a Plastic Bank cria ecossistemas de coleta em áreas que combinam a poluição plástica com a pobreza.
Quando a gente cria esses ecossistemas de coleta nessas comunidades costeiras, até 50 km, seja de rios, oceanos, baías ou córregos, bonificamos os catadores, e eles passam a usar o plástico como uma moeda de troca, diz Geringer.
A executiva contou que o cofundador David Katz, faz uma analogia com as prioridades da preocupação ambiental. “Porque são problemas intrínsecos, que estão correlacionados. É o mesmo no Brasil.
Se você chegar na sua casa e se deparar com um vazamento, o que você faz primeiro? pegar um pano e começa a secar ou vai fechar a torneira? diz Katiz
Além de os catadores enxergarem valor no material por receberem o bônus, eles também têm acesso a um cartão de banco, onde é depositado o valor já em real.
No final do dia, a Plastic Bank retira toneladas e toneladas de plástico dos oceanos e pratica inclusão financeira. Tudo graças a tecnologia, blockchain e da criptografia.
Ação ‘Stop 50’ no Rio Innovation Week
A Plastic Bank vai neutralizar e estimular a compensação de 50 garrafas plásticas por pessoa até o final do Rio Innovation Week, nesta sexta-feira, 06.
Chamada de ‘Stop 50’, a iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Clean Up The World.
Todos os participantes que se cadastrarem receberão certificados pela contribuição e todo o processo de neutralização acontecerá de forma auditada na blockchain.
Paranaguá, explica que a ativação possibilita ao público da Rio Innovation Week refletir sobre a destinação correta de materiais plásticos e a importância da Reciclagem Social:
“Para participar da ação, basta que a pessoa vá até o estande da Plastic Bank e faça um cadastro por meio de um QR Code. Ela ganha um certificado e a empresa se responsabiliza pela coleta, destinação e beneficiamento das 50 garrafas, em uma cadeia totalmente auditada e transparente”, explica a empresa.
A ação quer estimular a reflexão sobre o consumo do plástico e permitir a construção de um caminho possível para reduzir a poluição nos oceanos, garantir a rastreabilidade do material e incentivar a economia circular.
Além do Brasil, a ação ‘Stop 50’ já foi realizada na Alemanha, Áustria e Canadá.
No território brasileiro, a Plastic Bank já reciclou cerca de 5 milhões de quilos de plástico, volume que equivale a mais de 250 milhões de garrafas plásticas.
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