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Empresa que usa blockchain desde 2013 para despoluir oceanos faz ação no Rio Innovation Week

4 mins
Atualizado por Aline Fernandes

EM RESUMO

  • Ação ‘Stop 50’, em parceria com a Clean Up The World, estimula a compensação plástica no evento;
  • Processo de neutralização é integralmente auditado por meio de blockchain.
  • O trabalhador consegue um aumento de renda de 30% a 40% maior do que ele teria num sistema comum.
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Há uma década usando a blockchain e token para remunerar, a Plastic Bank tem como principal objetivo impedir que o plástico chegue ao oceano. Ao mesmo tempo, fortalece comunidades de coleta de plástico ao redor do mundo e promove inclusão financeira.

Há quase 100 milhões de quilos de plástico recuperado dos oceanos, o equivalente a mais de 4,9 bilhões de garrafas plásticas em todo o mundo. A empresa canadense Plastic Bank conta que está usando a Web3 para combater esse problema ambiental. A iniciativa já conta com quase 40 mil membros e mais de 600 comunidades.

Como a Plastic Bank recicla e usa a blockchain?

A empresa social cria ecossistemas de coleta, em áreas com alto índice de poluição, plástica e índices de pobreza. A partir disso, começa a bonificar os catadores dessas regiões com tokens.  Um token vale US$ 0.07. O valor é acima da média do mercado.

Por meio do trabalho, os coletores recebem uma bonificação por quilo de material plástico entregue em um ponto de coleta associado à Plastic Bank. Os tokens geram aos trabalhadores um aumento de renda de 30% a 40% maior do que ele teria num sistema comum.

A blockchain rastreia todo processo de coleta. Desde o momento que o plástico é entregue pelo catador no ponto de coleta até quando esse material vai para o processador.

“Usamos a blockchain como uma ferramenta de segurança da informação. E com essa segurança a gente consegue garantir, de forma auditável e transparente, para os nossos parceiros que eles vão receber aquele material, garantindo que não há duplicidade. Por exemplo, a coleta que foi feita e destinada para um cliente nunca vai poder ser destinada para outro, a blockchain garante que não há essa duplicidade na informação”, explica o diretor de operações da Plastic Bank no Brasil, Miguel Paranaguá.

O material beneficiado é transformado no chamado “Plástico Social”, que pode ser reintegrado em novos produtos e embalagens como parte de uma cadeia circular de suprimentos.

Criada em parceria com a IBM, em 2013, a iniciativa pioneira na questão da rastreabilidade está no Brasil, Indonésia, Filipinas, Egito, Camarões, Tailândia. Camarões e Tailândia ainda são modelos sob licença.

O mapa da rastreabilidade auditado mostra quantos quilos de plástico já foram recuperados, quanto quantos membros são atuantes ao redor do mundo e quantas comunidades de coleta impacta.

O alto índice de poluição oceânica na Ásia levou a plataforma atuar de maneira mais intensa nessa região do mundo.

A gerente de marketing, Nancy Geringer, ressalta que a Plastic Bank cria ecossistemas de coleta em áreas que combinam a poluição plástica com a pobreza.

Quando a gente cria esses ecossistemas de coleta nessas comunidades costeiras, até 50 km, seja de rios, oceanos, baías ou córregos, bonificamos os catadores, e eles passam a usar o plástico como uma moeda de troca, diz Geringer.

A executiva contou que o cofundador David Katz, faz uma analogia com as prioridades da preocupação ambiental. “Porque são problemas intrínsecos, que estão correlacionados. É o mesmo no Brasil.

Se você chegar na sua casa e se deparar com um vazamento, o que você faz primeiro? pegar um pano e começa a secar ou vai fechar a torneira? diz Katiz

Além de os catadores enxergarem valor no material por receberem o bônus, eles também têm acesso a um cartão de banco, onde é depositado o valor já em real.

No final do dia, a Plastic Bank retira toneladas e toneladas de plástico dos oceanos e pratica inclusão financeira. Tudo graças a tecnologia, blockchain e da criptografia.

Ação ‘Stop 50’ no Rio Innovation Week

A Plastic Bank vai neutralizar e estimular a compensação de 50 garrafas plásticas por pessoa até o final do Rio Innovation Week, nesta sexta-feira, 06.

Chamada de ‘Stop 50’, a iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Clean Up The World.

Todos os participantes que se cadastrarem receberão certificados pela contribuição e todo o processo de neutralização acontecerá de forma auditada na blockchain.

Paranaguá, explica que a ativação possibilita ao público da Rio Innovation Week refletir sobre a destinação correta de materiais plásticos e a importância da Reciclagem Social:

 “Para participar da ação, basta que a pessoa vá até o estande da Plastic Bank e faça um cadastro por meio de um QR Code. Ela ganha um certificado e a empresa se responsabiliza pela coleta, destinação e beneficiamento das 50 garrafas, em uma cadeia totalmente auditada e transparente”, explica a empresa.

A ação quer estimular a reflexão sobre o consumo do plástico e permitir a construção de um caminho possível para reduzir a poluição nos oceanos, garantir a rastreabilidade do material e incentivar a economia circular.

Além do Brasil, a ação ‘Stop 50’ já foi realizada na Alemanha, Áustria e Canadá.

No território brasileiro, a Plastic Bank já reciclou cerca de 5 milhões de quilos de plástico, volume que equivale a mais de 250 milhões de garrafas plásticas.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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