Hackers moveram nas últimas 24 horas uma parcela dos quase 120.000 BTC roubados há quatro anos. As transações foram identificadas pelo monitor Whale Alert e sugerem que um novo despejo de Bitcoin pode estar a caminho.
A movimentação começou na última quarta-feira (7) e acontecia até a manhã desta quinta-feira (8). Em 11 transações, os hackers transferiram 3358,27 BTC, o equivalente US$ 35,59 milhões, ou mais de R$ 200 milhões.
Os fundos são provenientes do ataque à exchange Bitfinex, em 2 de agosto de 2016. Na época, os hackers se apoderaram de exatamente 119.756 BTC de clientes da corretora. Na época, o Bitcoin tinha preço de US$ 517, quase 20 vezes menos que os US$ 10.605 registrados às 8h23 de hoje.
Dessa maneira, o valor movimentado nas últimas 24 horas pulou de US$ 1,73 milhões para US$ 35,59 milhões, gerando R$ 33,86 milhões de valorização em pouco mais de quatro anos.
Sponsored⚠ 431.78 #BTC (4,594,527 USD) of stolen funds transferred from Bitfinex Hack 2016 to unknown wallet
— Whale Alert (@whale_alert) October 8, 2020
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O preço do Bitcoin pode ser afetado?
Essa não é a primeira vez que os hackers da Bitfinex movimentam milhões de dólares de fundos roubados. Historicamente, dessa maneira, é possível dizer o que já aconteceu para tentar prever se um eventual dump tem potencial para afetar o preço. A resposta curta é: provavelmente não.
As duas movimentações mais recentes foram em 18 de agosto e 27 de julho de 2020. No caso mais recente, o movimento foi de fato seguido de uma queda do preço do BTC. Do patamar de quase US$ 12.300, a criptomoeda desceu a US$ 11.700 no dia 19. Já em julho ocorreu o inverso: de US$ 9.900. Os dados são do Coingecko.

O maior risco estaria, portanto, se o despejo de BTC for concentrado em uma única exchange. Dessa maneira, o livro de compras poderia ser liquidado rapidamente, fazendo o preço despencar na corretora.
Algo similar ocorreu com a exchange BitMEX no final de fevereiro. O caso da corretora hoje alvo de autoridades dos EUA, no entanto, só foi capaz de influenciar o mercado por conta do montante. Na época, houve liquidação de US$ 157 milhões ou cerca de R$ 881 milhões.