Os analistas do CryptoQuant concluíram que a Binance está longe de ser a próxima FTX, O relatório será capaz de dar fim ao FUD visto em torno da exchange nos últimos dias.
A exchange comandada por Changpeng Zhao se tornou o centro das atenções do mercado cripto esta semana, mesmo com SBF tendo a sua prisão decretada. Além de ter as suas reservas financeiras questionadas, foi especulado que a companhia e seu CEO poderiam ser processados por lavagem de dinheiro nos Estados Unidos.
Com o FUD crescendo entre os usuários, a Binance precisou lidar com um volume anormal de saques nos últimos dias, com muitos se questionando se o movimento poderia desencadear uma crise de liquidez aos moldes da crise que derrubou a FTX.
Para a equipe de análises do CryptoQuant, isto está longe de acontecer. Analisando dados on-chain, os analistas chegaram a conclusão que a auditoria externa em relação as reservas da Binance corresponde com a verdade.
“Na época em que o relatório de Prova de Reservas da Binance foi conduzido, a estimativa da CryptoQuant das reservas BTC da Binance (passivos) era de 591.939 BTC. Isso se compara ao saldo do relatório de responsabilidade do cliente do relatório PoR de 597.602 BTC. Podemos ver que os dados do CryptoQuant cobriram 99% das responsabilidades da Binance”.
Diferenças entre a Binance e FTX
A empresa de análises sediada em Seul afirma que o alto volume de saques ocorrido na Binance nos últimos dias não está próximo, em proporções, ao experimentado pela FTX nos dias que antecederam a sua falência.
Isso condiz com o comentário de CZ que o montante retirado pelos usuários não chega nem aos cinco maiores da história da empresa – que precisou inclusive processar mais saques durante os colapsos da FTX e da Terra (LUNA).
Outra diferença entre as exchanges é o nível de exposição aos seus tokens nativos. O relatório afirma que 88,95% das reservas da Binance são “limpas”. Ou seja, não estão atreladas ao valor do BNB. A nível de comparação, outras grandes exchanges como a Huobi, Bitfinex e Kucoin possuem 56%, 66,5% e 81,64% de suas reservas limpas, respectivamente.
Os dados on-chain ainda mostram que a companhia de CZ aumentou em 4% suas reservas em Bitcoin (BTC) desde o crash da sua rival, mesmo tendo diminuído seus montantes em Ethereum (ETH) em 6% e em stablecoins em 15%.
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Números on-chain são confiáveis?
Ao CoinDesk, Hochan Chung, chefe de marketing do CryptoQuant, diz que mesmo aqueles que não confiam nos números divulgados pela Binance podem se apoiar nos dados on-chain para ter conhecimento da real situação da exchange.
“O comprovante de reserva fornece dados em tempo real, transparentes e não manufaturados, o que é inédito na história do mercado financeiro. Os dados são autoauditados por meio da tecnologia blockchain”.
Apesar de comprovar que os fundos estão lá, os dados on-chain não são capazes de monitorar a gestão corporativa sobre eles. No caso da FTX, houve diversas maquiagens contábeis e fiscais envolvendo a exchange e a sua empresa parceira, Alameda Research, com a Alameda usando os ativos dos clientes da FTX em suas operações, como apontado pela SEC recentemente.
Resta aguardar as próximas atualizações sobre a Binance para saber se a maior exchange do mundo será capaz de sobreviver a turbulência atual ou seguirá os passos da sua antiga concorrente.
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