Em carta aberta divulgada nesta terça-feira (10), Cameron Winklevoss exige que Barry Silbert renuncie o cargo de chefe executivo do Digital Currency Group (DCG).
O cofundador e atual CEO da Gemini divulgou a carta em seu perfil no Twitter, com o texto contendo graves acusações contra Silbert e o modus operandi do DCG.
Winklevoss acusa o executivo de enganar a Gemini e o público em geral sobre a situação financeira da Genesis – corretora cripto comandada pelo DCG que entrou em grande crise após o colapso da FTX, precisando interromper seus saques em novembro de 2022.
Cameron ainda afirma que os empréstimos que a Genesis havia feito a Three Arrows Capital, antes do fundo hedge falir no ano passado, tinham intenções fraudulentas. Na visão do empresário, o DCG saiu beneficiado pois o dinheiro obtido pela 3AC era convertido para ações do fundo Bitcoin Investment Trust (GBTC), da Grayscale – empresa também controlada pelo DCG. Dessa forma, o preço do GBTC continuaria em alta.
Outro indicio de fraude, segundo o CEO da Gemini, é que essas movimentações não foram registradas como negociações de derivativos arriscados”, mas sim como empréstimos garantidos. Dessa forma, o DCG conseguiu maquiar seus balanços financeiros. Por fim, ele afirma que as declarações de que o Digital Currency Group injetou US$ 1,2 bilhão na Genesis são falsas, com a empresa não tendo dado “nem um centavo” para a corretora.
Conflito Genesis – Gemini longe de uma solução
Antes de entrar em crise, a Genesis era a maior parceria do Gemini Earn, serviço que oferecia uma renda passiva de até 8% ao ano. Para conseguir pagar esta rentabilidade, a exchange emprestava os fundos dos seus clientes para a Genesis, que prometia uma taxa de juros ainda maior.
Com a Genesis interrompendo seus saques em novembro, a exchange fundada por Cameron e seu irmão Tyler precisou fazer o mesmo, impedindo seus usuários de resgatar os fundos depositados no serviço. A decisão não agradou os clientes, com um processo sendo aberto contra os gêmeos em Nova York.
Na semana passada, o CEO interino da Genesis, Derar Islim, afirmou que a companhia precisa de mais tempo para solucionar sua crise e pagar os seus credores. Fontes afirmam que a corretora busca um empréstimo de US$ 1 bilhão para resolver seus problemas de liquidez.
No entanto, Tyler parece não estar disposto a esperar, muito menos em negociar com Silbert e sua equipe. Na carta, ele afirma que “não há caminho a seguir” enquanto o executivo estiver na liderança do DCG, acrescentando que somente uma nova administração será capaz de encontrar uma solução que seja benéfica tanto para a Genesis como para a Gemini.
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Consequências ainda maiores
Uma não resolução entre o conflito Genesis – Gemini pode trazer consequências para todo o mercado cripto, em especial pelo nível de influência que o DCG possui na indústria. A empresa possui atuação em diversos segmentos, sendo a controladora de grandes negócios como o aplicativo Luno e a plataforma de mídia Coindesk.
No entanto, o maior risco está em relação ao Grayscale. O DCG pode ser obrigado a vender suas posições nos fundos da gestora caso tenha que arcar com as dividas da Genesis, o que impactaria negativamente o preço de diversas criptomoedas.
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