Fausto Botelho, trader e analista financeiro com mais de 40 anos de experiência no mercado, conversou com o BeInCrypto durante a bitconf 2023.
A bitconf 2023 acontece nesta sexta-feira (24), em Pinheiros, São Paulo. No total, serão mais de 20 palestras com temas relacionadas a criptomoedas, blockchain e Web3.
O BeinCrypto acompanha in loco o evento, e aproveitou a oportunidade para conversar com Fausto Botelho, um dos indivíduos mais experientes do Brasil quando o assunto é mercado financeiro.
Correlação do Bitcoin com o mercado tradicional
Criado para ser um outsider do sistema financeiro tradicional, o Bitcoin viu a sua movimentação de preço se correlacionar com alguns índices das bolsas norte-americanas, como o S&P 500. Além disso, seu preço seguiu muitas vezes a flutuação vista nas ações de Big Techs.
Dessa forma, muitos questionam se a criptomoeda pode ser vista como um ativo de reserva de valor e proteção. No entanto, Botelho segue confiante. Em entrevista ao BeInCrypto no ano passado, ele já havia afirmado que o BTC será o próximo ativo de reserva mundial.
Agora, ele afirma que está “próximo de ver o Bitcoin se libertar das amarras do mercado tradicional”. Na sua visão, uma grande crise econômica global pode ser o catalisador dessa separação.
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Crise à vista?
De acordo com Botelho, os “mercados mundiais estão numa corda bamba, à beira de um precipício. Acho que a qualquer momento pode haver um desastre no mercado de ações global”.
Na sua visão, poderá haver uma crise muito maior do que a vista em 2008. Neste cenário, o analista acredita que o Bitcoin sofreria fortes quedas no primeiro momento, mas depois poderia se sobressair devido as suas características.
“Num primeiro momento, ele [Bitcoin] cai. Mas, depois, ele vai ser percebido como reserva de valor. As pessoas vão cair fora do mercado de ações e vão querer ir para um ativo seguro, forte, escasso. Que não seja facilmente expropriado por um governo”.
Botelho ainda afirma que o dólar continuará perdendo protagonismo no cenário econômico mundial. Ele cita como exemplo a Rússia e a China, que já estão fazendo negociações com outros países sem a moeda dos EUA.
Citando os CBDCs em desenvolvimento, ele disse que a tendência é que haja diversas moedas ditando o ritmo no sistema financeiro global.
“Tem gente que acha que o dólar será substituído por diversas moedas. Eu acho que sim, mas sempre haverá aquela que vai ser a coroa. Eu acredito que esta seja o Bitcoin”, conclui o analista.
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