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Ambientalistas criticam uso de mina de carvão para minerar Bitcoin

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Uma empresa de mineração de Bitcoin reativou uma mina de carvão para abastecer suas atividades.
  • Ambientalistas criticam uso de energia poluente.
  • Fábrica liberou 187.000 toneladas de dióxido de carbono em nove meses.
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A mineradora Marathon anunciou que está usando uma usina de carvão extinta para produzir energia, o que irritou ambientalistas.

A discussão ganhou força nessa semana em Montana, no oeste dos Estados Unidos, quanto um grupo de ambientalistas e moradores se colocaram contra uma empresa de mineração de Bitcoin. Ela resolveu se instalar no local e ativar uma extinta usina de carvão para retirar dela a energia que precisa.

A briga entre os ambientalistas e as empresas de mineração de Bitcoin não é nenhuma novidade. Os ambientalistas dizem que para manter a movimentação das criptomoedas é necessário um alto consumo de eletricidade.

Fonte : The Guardian

Mina de carvão aumenta emissão de carbono

A usina de carvão de 115 megawats, da estação geradora de Hardin, que operou apenas 46 dias em 2020 por falta de clientes, já estava morta, para a felicidade dos moradores do local. Por falta de para quem vender e pelas questões ambientais houve um grande movimento na região para acabar com todas essas usinas.

Uma das moradoras que mais lutou para o fechamento da última usina de carvão foi Anne Hedges, codiretora do Centro Informações Ambientais de Montana. Agora, ela reclama do renascimento da usina e da presença da empresa de criptomoedas.

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Ao The Guardian, Hedge conta que a usina foi programada para ser fechada em 2018, era a última dessas usinas, seria assim, se o pessoal das criptomoedas não tivesse chegado.

“Estávamos apenas esperando essa coisa morrer. Estávamos lutando e olhando ela fechar. Estava à beira do abismo. E então essa empresa de criptomoedas apareceu.”, disse irritada.

Entrada da fábrica Hardin. Fotografia: Cortesia de Anne Hedges

Uma pedra no sapato

Mas, Montana não é a China e agora tem uma pedra no sapato, chamada Marathon Digital Holdings, a empresa mineradora de Bitcoin, que fechou um acordo no final de 2020 para se tornar a única beneficiária da eletricidade da usina.

Não demorou muito para a empresa se estabelecer no local com um data center alongado em 20 acres de terra, ao lado da instalação com mais de 30.000 unidades de Antminer S19, e um computador especializado em minerar Bitcoin. Para se ter uma ideia do estrago que uma empresa como essas pode fazer ao meio ambiente, ela consome mais eletricidade do que a

Máquinas de mineração de Bitcoin em um armazém na instalação de mineração whinstone US Bitcoin em Rockdale, Texas. Foto: Mark Felix/AFP/Getty Images

Nos nove primeiros meses de 2021, as caldeiras da fábrica liberaram as emissões de aquecimento do planeta da queima de carvão, que aumentaram com 187.000 toneladas de dióxido de carbono. Tudo isso emitido no segundo trimestre do ano passado. O volume representava mais de 5000% a mais do que foi liberado no mesmo período de 2020.

A empresa fez questão de avisar que Hardin estava operando com capacidade total, com o data center produzindo cerca de 34 bitcoins em 1 de dezembro.

Diante desse quadro caótico, Hedges desabafou:

“Fiquei horrorizado ao ver tudo acontecer, foi uma terrível reviravolta. Isso não está ajudando os moradores, é para enriquecer algumas pessoas enquanto destroem o nosso clima. Se você está preocupado com as mudanças climáticas, você não deve ter nada a ver com criptomoedas, é um desastre para o clima.”

Para minimizar os males e acalmar os ânimos locais, Marathon, fechou um acordo com o Texas para tomar energia de um parque eólico.

Fred Thiel, executivo-chefe da Marathon, disse que:

“O movimento de bens físicos em todo o mundo, e até mesmo o uso de máquinas de lavar nos EUA, usa mais energia do que bitcoin. Eu entendo o desejo de algumas pessoas apontarem a mineração de bitcoin como o grande bad boy, mas em uma comparação com todas as outras indústrias lá fora, é insignificante”.

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Priscila Gorzoni
Jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo, em ciências sociais pela USP, em direito pela Universidade Mackenzie, lato sensu em Fundamentos da arte e cultura pela Unesp-SP e mestre em história pela PUC SP. Iniciei minha carreira nas revistas passando por publicações como Bons Fluidos, Nova, Cláudia, Saúde. Mundo Estranho, Superinteressante e National Geographic Brasil. Publiquei alguns livros como O Guia do Autônomo, Os animais em guerra da editora Matrix, Os mortos-vivos da...
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