Neste domingo, as eleições legislativas na Venezuela deram vitória ao partido de Nicolás Maduro. A oposição, liderada por Juan Guaidó, boicotou a votação e agora vai usar Blockchain para promover novo plebiscito.
As tensões políticas na Venezuela tomam novas proporções com o resultado das eleições da Assembleia Legislativa que aconteceu neste domingo (6). Foram eleitos 277 novos deputados no país vizinho que tomam posse no dia 5 janeiro de 2021.
A aliança de partidos governistas chamado Grande Polo Patriótico (CPP), aliados de Maduro, obteve 67,7% dos votos e terá a maioria das cadeiras na Assembleia Nacional.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), 5,2 milhões de pessoas participaram das eleições. O número é baixo e revela uma abstenção de 69% dos eleitores venezuelanos.
A oposição liderada por Juan Guaidó boicotou a eleição porque Maduro proibiu que certos partidos e políticos, contrários ao governo, pudessem concorrer. Além disso, impediu que órgãos internacionais fiscalizassem a regularidade do processo eleitoral.
A alta abstenção e o boicote da oposição coloca em dúvida o processo eleitoral do país, já criticado de fraudulento em diversos outros momentos, inclusive na própria eleição que elegeu Maduro presidente em 2018.
O resultado deste domingo tira de Guaidó o único poder que ele ainda tinha como líder da Assembleia Nacional do país.
Com a perda da oposição da Assembleia Nacional, Maduro toma agora o controle total de todas os órgãos do país.
Blockchain será usada em plebiscito
Nesse cenário, a oposição tenta reverter o resultado desfavorável ao promover um novo plebiscito. A consulta composta por três perguntas quer saber se a população reconhece a legitimidade do processo eleitoral de domingo.
O plebiscito começou nesta segunda-feira e vai até o dia 12 de dezembro. A população pode escolher se vota de forma presencial ou virtualmente.
A votação virtual vai ser feita através da plataforma norte-americana Voatz, que registra os votos utilizando blockchain.
A tecnologia das criptomoedas vem para dar segurança ao processo. Uma vez que os dados registrados em blockchain são imutáveis e podem passar por uma auditoria simplificada.
Voatz é um dos aplicativos de celular mais populares para votações. Inclusive, foi utilizado nas eleições presidenciais dos EUA deste ano.
Dessa maneira, o app possibilitou que militares que não estavam no país, votassem em seus candidatos pelo celular. Além disso, alguns estados norte-americanos já haviam utilizado o app em eleições de conselhos municipais.
No entanto, a plataforma da Voatz foi criticada em fevereiro deste ano por uma pesquisa da MIT. O relatório alega que o aplicativo apresenta diversas vulnerabilidades e possui uma ‘transparência limitada’, o que a empresa nega.
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