A Sazmining, plataforma de mineração de Bitcoin com foco em sustentabilidade, inaugurou a instalação de energia 100% renovável no Paraguai.
A empresa que oferece o serviço de mineração de BTC para pessoas comuns, vai usar o excedente de energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu, na fronteira do Paraguai e Brasil.
De Bethesda, no estado americano de Maryland, a Sazmining minera para pessoas comum, cobra 15% pelos serviços e a inauguração no Paraguai é a segunda do tipo da empresa.
A energia para nova instalação será fornecida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu, que é a maior hidrelétrica do Brasil. Situada na fronteira entre o Paraguai e o Brasil, a impressionante obra é dona do Recorde Mundial do Guinness como o objeto mais valioso do planeta.
À época em 1984 – quando foi construída, custou US$ 27 bilhões, ou o equivalente a US$ 35 bilhões quando consideramos a inflação atual.
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O presidente da Sazmining, Kent Halliburton, disse ao Decrypt que devido à dinâmica única de geração de energia hidrelétrica do Paraguai, a empresa estava vendendo 5 Gigawatts de energia com prejuízo para o Brasil. É por isso que as autoridades e comunidades locais aceitaram a presença da empresa, disse ele.
Aproveitar a barragem de Itaipu e comprar o seu excedente de energia, em vez de o Paraguai exportar com prejuízo, “transforma um vento contrário para o PIB do Paraguai num vento favorável”, comemora Halliburton.
A primeira instalação de mineração de Bitcoin fica em Wisconsin, no norte dos Estados Unidos. Após entrar em operação em janeiro de 2023, o local atingiu a capacidade total de clientes em apenas três meses.
Mineração e o mercado de energia
A mineração de Bitcoin é criticada por muitos, principalmente ambientalistas, que alegam que a atividade usa em excesso energias não renováveis, prejudicando o planeta.
E de fato, a afirmação não é errada já que o custo da energia é um fator fundamental para as mineradoras de Bitcoin.
Conforme a Sazmining, os custos de mineração em suas novas instalações serão de US$ 0,047 por quilowatt-hora. Portanto, uma diferença substancial entre o principal país de mineração de Bitcoin do mundo, os Estados Unidos.
Conforme o último relatório sobre preços da energia do Bureau of Labor Statistics dos EUA os custos da energia estão em US$ 0,17 por quilowatt-hora. No entanto, o valores podem variar dependendo da localização e dos setores.
Al[em disso, Halliburton afirmou que a Sazmining é capaz de obter toda a energia da barragem para minerar. O que significa, portanto, que a nova instalação funciona com energia 100% renovável.
Paraguai pode ser o novo Texas?
Os Estados Unidos são os maiores mineradores do planeta hoje. E o Texas é um dos que se destacam na atividade. Além disso, o estado até mudou as leis para entrar com tudo no setor.
E tem funcionado de forma sofisticada. Por exemplo, em épocas de demandas mais altas, os mineradores texanos recebem créditos de energia em troca de desligarem as suas plataformas. Há programas sofisticados que ajudam a rede em tempos de estresse.
O CEO da Sazmining, acredita que o Paraguai está prestes a tornar-se “o novo Texas”. No entanto, ele admite que a rede lá ainda é muito menos desenvolvida do que o estado do meio oeste americano.
Halliburton está confiante de que a rede continuará a desenvolver e importar alguns dos programas atualmente presentes no Texas.
Hoje o Paraguai não figura entre os maiores mineradores de Bitcoin do mundo. Para se ter uma ideia, em setembro de 2021, o Centro de Cambridge para Finanças Alternativas (CCAF) classificou a produção de taxa de hash do Paraguai em 0,15% de toda a rede de mineração de Bitcoin.
No entanto, o presidente da Sazmining gosta deste número.
“Vejo isso como uma oportunidade para aqueles de nós que entendem a dinâmica do Paraguai”, disse ele, acrescentando que estão se posicionando à frente da “corrida aparentemente inevitável dos mineradores de Bitcoin”.
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