A quinta feira (15) já ficou marcada como o dia em que o Ethereum (ETH) alterou o mecanismo de consenso de Proof of Work (PoW) pelo Proof-of-Stake (PoS), permitindo que qualquer pessoa se torne uma validadora da rede.
Segundo especialistas, a atualização do Ethereum é um momento histórico em nível global. O PoW é conhecido por gastar muita energia e por ser dependente de computadores, já o PoS é mais ecológico e sustentável.
- Não entendeu algum termo do universo Web3? Confira no nosso Glossário!
- Quer se manter atualizado em tudo o que é relevante no mundo cripto? O BeInCrypto tem uma comunidade no Telegram em que você pode ler em primeira mão as notícias relevantes e conversar com outros entusiastas em criptomoedas. Confira!
- Você também pode se juntar a nossas comunidades no Twitter (X), Instagram e Facebook.
“O The Merge é uma importante atualização da rede Ethereum, fez com que ele tivesse uma nova onda de alta, subindo mais de 50% nos últimos períodos. O The Merge fará com que o Ethereum se valorize a longo prazo, mas a curto prazo as incertezas da economia global mediante a política de juros e macro global ainda têm impacto”, diz o gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, Tasso Lago.
Para os investidores, a boa notícia é que “no longo prazo, vemos fatores positivos para as criptomoedas, o Ethereum vai ultrapassar sua máxima histórica tranquilamente, no longo prazo, e se valorizar ainda mais”, avalia.
A opinião é compartilhada pelo sócio e especialista em criptoativos da Acqua Vero Investimentos, Guilherme Bento.
“Com a atualização da rede Ethereum, a criptomoeda passará a remunerar ainda mais os investidores com taxas anuais de, aproximadamente, 12%. No curto prazo, devido aos apertos monetários pode impactar jogando o preço para baixo, mas olhando o médio e longo prazo faz sentido adicionar a Ethereum no portfólio levando em conta que deve acontecer uma melhora no cenário macro”.
O diretor de research da Mercurius Crypto, Orlando Telles, aponta que a operação provavelmente será o ápice e o momento mais crítico do plano de escalabilidade da Ethereum, que não só é a segunda blockchain mais valiosa, como é também de longe a maior plataforma de contratos inteligentes do mundo.
“É importante destacar que esse é um evento conhecido e por muito tempo passou por uma série de testnets e está sendo validado desde dezembro de 2020. Então temos uma expectativa muito positiva em relação ao seu sucesso”.
Como principais consequências, Telles destaca que há um impacto de eficiência energética da atualização. Consoante a estudos da Ethereum Foundation, essa mudança deve reduzir o consumo energético da rede em 99,5%, o que pode ter um impacto significativo na diminuição da pressão de venda do ativo por parte dos validadores.
“Em vez de ter custo de energia elétrica, a pessoa terá o custo de travar uma quantidade de capital para poder fazer a operação, além de outros gastos relacionados a softwares e hardwares, mas bem inferiores ao que ocorre no processo”, ressalta Orlando.
Outro ponto importante da atualização é a melhora significativa dos tokenomics do projeto. No caso da Ethereum, com as mudanças previstas, as taxas que antes eram destinadas aos mineradores que validavam as transações, serão, agora, destinadas aos validadores que colocarem o ETH em staking, ou seja, travada para validações.
Com isso, o diretor avalia que a rentabilidade para quem tiver o ether travado tende a subir de 4% para algo em torno de 6%, mas em momentos de alta atividade de mercado, pode chegar até 10% ao ano. Para o diretor de research, esse é um dos pontos que acredita que terá um impacto positivo.
Pensando do ponto de vista da movimentação do token, em relação a precificação, Teles destaca que observou nas últimas semanas uma ampla antecipação por parte dos investidores institucionais do evento, ocorrendo aumento significativo do volume do mercado de derivativos da rede da Ethereum, o que pode vir a ser negativo.
“A atualização não vai ter um impacto tão forte no token do projeto no curto prazo pelas baixas taxas da rede, que após o The Merge, irão afetar diretamente o valor de rentabilidade de staking que a rede irá pagar”.
The Merge resolve problemas na rede Ethereum
De acordo com a líder da Fundação Celo na América Latina, Mila Rioja, a atualização chega para resolver a maior parte dos problemas da versão que é utilizada atualmente.
“É importante não avaliar a Ethereum Merge como um evento singular, mas sim como um capítulo na evolução maior e contínua do Ethereum. Este momento é gigantesco para a Web3 – a transição para o proof-of-stake (PoS) mitiga as preocupações climáticas, pavimentando o caminho para que mais protocolos layer 1 sigam o exemplo, enquanto essa barreira comum de entrada para a adoção geral da Web3 é reduzida. Só isso já vale a pena comemorar.”
A Binance, uma das maiores exchanges cripto do mundo, informou que com a conclusão bem-sucedida do Merge Ethereum “os depósitos e saques da rede principal ETH já foram retomados” na corretora.
“Com o The Merge, entendemos que haverá um influxo de usuários de criptomoedas, tanto novatos quanto veteranos, interessados no ecossistema Ethereum e em seu ativo nativo, o ether. Como uma empresa que prioriza o usuário, queremos garantir que todos tenham a oportunidade de comprar e vender ETH com o mínimo de obstáculos para a negociação. Assim como o Bitcoin, o Ethereum é mais um dos pilares fundamentais do ecossistema Web3″.
O The Merge é apenas uma das grandes atualizações que a Ethereum irá implantar nos próximos anos. A próxima etapa será no The Surge, previsto para 2023 e que deve durar em torno de um ano e está focada na escalabilidade do ativo, em rollups e no modelo de sharding.
Trusted
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.
