Poucos meses depois da aprovação do primeiro fundo negociado em bolsa (ETF) de Ethereum (ETH) nos Estados Unidos, a porta parece estar se abrindo para outras criptomoedas. Isso gerou entusiasmo no setor, à medida que os reguladores financeiros começaram a mostrar interesse em moedas digitais além do BTC e do ETH.
Por exemplo, o órgão de controle financeiro do Brasil abriu caminho para o primeiro ETF de Solana do país, um dos poucos em todo o mundo. Isso representa um marco significativo para a altcoin.
Com isso, a criptomoeda criada em 2017 busca se juntar às fileiras de seus pares mais amplamente negociados.
Instituições pressionam pelo ETF de Solana
Anatoly Yakovenko concebeu o protocolo Solana pela primeira vez em um whitepaper de 2017. A Solana Foundation, uma organização suíça sem fins lucrativos, supervisiona o desenvolvimento de sua rede. Conhecida por sua alta velocidade de transação e baixos custos, a Solana agora possui uma capitalização de mercado de US$ 70 bilhões, o que a torna uma das maiores criptomoedas do mundo.
Como a maior economia da América Latina, a aprovação do Brasil pode levar a fluxos significativos para o ecossistema da SOL. No último ano, o preço da altcoin aumentou consideravelmente, impulsionado pelas expectativas de que ela liderará a onda de ETFs nos mercados globais.
Entretanto, apesar dos desenvolvimentos positivos, garantir a aprovação nos mercados dos EUA – o objetivo final – continua sendo um desafio significativo. O Bitcoin foi a primeira criptomoeda a receber o sinal verde da SEC para a negociação de ETFs à vista, marcando uma nova era de adoção cripto nas finanças tradicionais.
O Ethereum veio em seguida com a aprovação dos seus ETFS em maio. Dessa forma, a Solana é a próxima da fila?
Em junho, após essas aprovações, a VanEck – um dos principais fundos de investimento no mercado cripto – apresentou formalmente uma solicitação à SEC para lançar um ETF de Solana. Apenas um dia depois, a 21Shares seguiu o exemplo e, pouco tempo depois, a Cboe Global Markets apresentou uma terceira solicitação, sinalizando um forte impulso para a entrada da SOL no mercado de ETFs.
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Desafios difíceis pela frente
De acordo com Katalin Tischhauser, chefe de pesquisa de investimentos do Sygnum Bank, um grande obstáculo é a escassez de locais de trading regulamentados que a SEC considera adequados para a vigilância do mercado. Ao contrário do Bitcoin e do Ethereum, que se beneficiaram do trading de futuros da CME na época de suas solicitações de ETFs, as exchanges atuais da Solana não atendem aos requisitos regulatórios dos EUA, pois são consideradas “não regulamentadas”.
A hesitação da SEC em aprovar ETFs baseados em criptomoedas, particularmente para a SOL, decorre de preocupações com a manipulação do mercado. Além disso, o histórico de interrupções de rede levanta dúvidas sobre sua confiabilidade e estabilidade, aumentando ainda mais as preocupações da SEC.
A demanda e o reconhecimento do mercado também desempenham um papel importante. Além do Bitcoin e do Ethereum, outros ativos como a Solana têm pouco reconhecimento fora do mercado cripto. O cenário regulatório dos EUA é outro fator complicador, sem diretrizes claras sobre o que constitui um ativo suficientemente descentralizado.
“Eu sempre pensei que primeiro teríamos um ETF de Bitcoin, depois teríamos um ETF de Ethereum e, em seguida, poderia haver uma lacuna muito grande até que surgisse outra coisa. É preciso ter clareza sobre o ativo, seja ele uma commodity ou [um título]. Sem essa clareza, não haverá ETF”, disse James Seyffart, da Bloomberg Intelligence.
Eleições podem ajudar a Solana?
Dado o ambiente atual e a política cripto sob a administração de Joe Biden, as chances de aprovar um ETF de Solana parecem pequenas.
No entanto, isso pode mudar drasticamente com uma possível mudança no governo. O ex-presidente Donald Trump, que está liderando as pesquisas para as próximas eleições, pode fornecer o apoio político necessário para apoiar essa iniciativa. Na campanha eleitoral, Trump se autodenominou o “presidente cripto”, sugerindo que seu retorno ao cargo poderia levar a avanços significativos na regulamentação do setor durante.
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O primeiro ETF de Bitcoin demorou anos para ser aprovado. De acordo com as regras da SEC, a agência tem 240 dias corridos para decidir se aprova ou nega as solicitações. Embora a aprovação marcasse a terceira onda de ETFs de criptomoedas à vista, para obtê-la seria necessário o alinhamento perfeito de vários fatores.
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