Durante o último dia do Festival Blockchain Rio, Fabio Araújo, coordenador da Drex no Banco Central, disse durante a sua participação que o objetivo do projeto é a democratização de acesso aos serviços financeiros.
“O objetivo é levar serviços para mão do consumidor final, não só aumentar a eficiência do mercado financeiro. É uma moeda de atacado em uma plataforma de varejo”, disse Araújo.
Com expectativa de que a Drex chegue para os brasileiros no final do próximo ano, o economista também disse que o BC não tem nenhuma pretensão de acabar com o Bitcoin. Sobre o permissionless (quando não é controlada por nenhuma entidade e/ou líder), que ele chamou de mundo livre, Fabio diz:
Eu acho que esse mundo livre é ótimo em termos de inovação, de desafios e o Banco Central não tem nenhuma pretensão de acabar com isso. Às vezes, o pessoal pergunta se vocês (BC) estão fazendo isso para acabar com o Bitcoin: não. Se a gente quisesse fazer isso para acabar com o Bitcoin, a gente seria louco porque não tem como acabar com o Bitcoin.
Para o funcionário com mais de duas décadas e meia de BC, do ponto de vista pessoal, ele acredita nos ambientes de testes, discussões e interações com as pessoas, pois se cria algo saudável.
“Agora, o ponto fundamental desse ambiente é o trustless, que você abre mão que da confiança. E aí, quando você pensa se pode renunciar à confiança em tudo e em todos? A resposta é não. A gente não consegue renunciar à confiança em tudo e em todos. É preciso ter o mínimo de confiança.”
O coordenador da Drex ressaltou algumas vezes a questão de democratizar serviços financeiros e o mercado de capitais, dizendo que hoje o BC tem todas as condições de avançar neste sentido.
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Espero que neste caminho de construção, o relacionamento das pessoas com o mercado de capitais fique muito mais simples.
O executivo deu um exemplo atual sobre a facilidade de se comprar Bitcoin em diferentes plataformas, e a dificuldade de um brasileiro comprar um título do tesouro.
“As pessoas no futuro poderão criar um portfólio de vários ativos com títulos públicos. Estamos lançando as bases para criar um mercado financeiro muito mais inclusivo do que é hoje”, disse sobre o tema.
Sobre o futuro, Araújo acredita que daqui a 20 anos, as pessoas nem irão mais falar de Drex. Tudo será integrado e conectado.
A ideia é usar várias moedas e tokens como, por exemplo, o Agrotoken, plataforma que tokeniza commodities agrícolas. Hoje o produtor rural já pode pagar um cafezinho com grãos de soja. Só no ano passado, o Agrotoken tokenizou meia tonelada de grãos e a expectativa para este ano é tokenizar um milhão de toneladas de grãos.
As pessoas poderão usar ativos como moedas, mas isso ainda é muito desafiador para o BC.
Drex para todos
Sobre como as instituições que não estão no consórcio piloto da Drex irão se desenvolver, Fabio lembrou que o piloto envolve muitos gastos e esforços e ainda não se sabe o que vai de fato dar certo. Demanda muito investimento.
Os stakeholders que entraram sabem do risco, mas também dos louvores se tudo der certo, disse.
Não sei se interessa todo mundo participar, por isso o BC abriu o Forum Drex , que tem o objetivo de garantir transparência e discutir com o mercado, sociedade, todas as camadas dos bancos e plataformas de cripto. Estamos com as portas abertas para todos que nos procuram, mas o BC não tem recursos para abarcar tantos projetos e ideias.
De acordo com comunicado do Banco Central, o prazo final, para concluir a implantação de regras e normas para o setor, será o primeiro semestre de 2024.
O anúncio foi realizado recentemente pelo diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso. Ele falou sobre o assunto durante uma reunião da CPI das Pirâmides Financeiras.
Integração Drex com outras CBDCs
Não existe fronteira para o DLT, lembrou Fábio.
“Tem que ver como os bcs irão fazer essas interações transfronteiriças em um ambiente legal. Ainda é preciso de uma discussão que vai além da tecnológica. Tem que ver se interessa para ouyros países usar o DREX e vice versa para o Brasil. Hj são mais de 100 BCs trabalhando ao mesmo tempo com DLT”, finalizou.
A atual fase do piloto Drex está focada nos desafios sobre privacidade e segurança.
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