Inspirado pela Ethereum, o diretor do Banco Central do Brasil, Fábio Araújo declarou ao Valor Econômico que a Instituição pretende desenvolver uma blockchain própria para o Real Digital.
Com uma agenda digital avançada, o BC brasileiro deve concluir na última semana de janeiro a fase de testes iniciais do Real Digital, suportado pelo Lift Challenge (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), que utiliza a blockchain Corda, da R3, desde 2019.
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A fase de execução dos pilotos está planejada para acontecer no 2º trimestre do ano, que se estenderá até o 2º semestre de 2024 e, de acordo com a instituição,
“A decisão sobre a data de lançamento do Real Digital dependerá, entretanto, dos testes realizados na fase de pilotos, assim não há cronograma oficial para o lançamento do Real Digital.”
Para implementar as novas tecnologias que também permitirão integração com sistemas DeFi no futuro, Araújo disse a publicação de economia que
“Precisamos fazer o Sistema de Pagamento Digital, que será a plataforma do real digital, e que vai ter um funcionamento integrado com o que já existe”.
O diretor se refere ao sistema atual de pagamentos do país, criado há duas décadas e que não é compatível com CBDCs, contratos inteligentes e blockchain.
Blockchain pública ou privada?
Ainda não está claro se a blockchain do BC brasileiro será aberta para que todos possam ter acesso a rastreabilidade e transparência que a tecnologia traz e garante, ou será uma blockchain fechada com um nível maior de segurança ou se os usuários poderão ter algum acesso, ainda que seja limitado. De acordo com a assessoria de comunicação do Bacen:
O BC irá criar uma rede DLT permissionada baseada em tecnologias que já estão comercialmente disponíveis, ou seja, não desenvolverá uma tecnologia própria e nem partirá do zero. Ainda não há uma definição sobre qual tecnologia de DLT será usada como base para a construção da rede do Real Digital.
O que se sabe é que a Instituição Financeira está inclinada a abrir uma licitação para que um desenvolvedor externo crie a Blockchain do Banco Central do Brasil. Ainda não há nenhuma data ou comunicado oficial sobre o projeto.
Real Digital
Com o Real Digital, o Banco Central fará a ponte para o ambiente DeFi, ligando o sistema bancário ao mundo digital, vai popularizar o conceito de tokenização, reduzir a moeda física, aumentar a eficiência bancária e implementar a interação de tokens com carteira digital. A CBDC brasileira também terá integração com o PIX, maior cases de sucesso recente da instituição.
Entre os desafios citados pelo BC estão a escalabilidade, taxas de liquidação, limitações de plataformas Blockchain, interoperabilidade e falta de maturidade sobre as novas tecnologias.
Já as oportunidades listadas pelo Bacen incluem a redução dos custos de transação e fricções para projetar, distribuir, negociar e liquidar acordos financeiros, auditabilidade, rastreabilidade e transparência, inclusão financeira ferramentas automáticas ao alcance de todos, com transparência e execução não discriminatória.
Empresas como Itaú Unibanco, Santander Brasil, B3, blockchain R3, Microsoft, Visa do Brasil, ConsenSys e Aave estão entre os parceiros selecionados que estão desenvolvendo parte das soluções para implementar o Real Digital.
“Em 2023, o BC continuará engajado nas ações que vão ajudar a transformar o mercado, melhorar o ambiente de negócios no país e a criar o sistema financeiro do futuro”, disse o presidente Roberto Campos Neto.
De acordo com a Fenasbac (Federação das Associações de Servidores do Banco Central), o acesso ao ecossistema do Real Digital será autenticação por contexto, ou seja, a identidade do usuário será validada considerando o ambiente e outras informações sobre seu contexto de uso das aplicações. A tecnologia viabiliza e permite que assistentes digitais como a Siri possa realizar por exemplo pagamentos feitos com frequência, baseado no conceito de IoT ou Internet das coisas.
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