O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, trouxe novas atualizações sobre o Real Digital durante evento organizado pelo banco BTG Pactual.
Campos Neto foi um dos palestrantes do MacroDay 2021, evento online do BTG sobre política e economia, que ocorreu nessa terça-feira (14). Também participaram do evento o ex- presidente Michel Temer e o atual ministro da economia Paulo Guedes.
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Durante a sua palestra, o presidente do Bacen comentou sobre a futura moeda digital de banco central (CBDC) do Brasil, o Real Digital. Apesar de relatar algumas dificuldades em relação ao projeto, o economista diz estar bastante confiante sobre a futura moeda, afirmando que alguns projetos pilotos devem ser lançados em 2022.
Maior dilema do Real Digital
Segundo Campos Neto, o principal dilema do CBDC brasileiro está ligado ao “narrow banking”, termo que explica o evento onde uma demanda muito grande por uma moeda gera problemas de alavancagem para as instituições financeiras. No caso do Real Digital, isso poderia fazer com que o seu valor ficasse muito distante do real físico.
O economista compartilhou as duas soluções que o Bacen tem considerado para este problema. A primeira seria determinar que bancos e instituições financeiras só seriam capazes de alavancar a quantia exata dos valores que os seus clientes decidissem converter no CBDC.
Já a segunda alternativa seria uma autorização que permitisse que instituições financeiras emitam moedas digitais sob os seus depósitos, na forma de stablecoins. Esses depósitos, segundo ele, iriam se comunicar da mesma forma que o Sistema de Transferência de Reservas (STR) opera atualmente, referente ao real físico.
Campos Neto ainda afirmou que todas essas stablecoins poderiam se comunicar entre si, tendo o Real Digital como sua moeda de conversibilidade. Porém, ele não comentou se os bancos poderiam utilizar criptomoedas já existentes que são pareadas ao real físico, ou terão que criar as suas próprias moedas digitais.
CBDC e o mundo cripto
Apesar de serem moedas 100% digitais, os CBDCs se diferem da maioria das criptomoedas por serem ativos totalmente centralizados. No entanto, em junho, Campos Neto comentou que o Real Digital exploraria recursos do mundo cripto, como contratos inteligentes e tecnologia DeFi.
Segundo uma importante agência de risco, a tecnologia do ativo poderia prejudicar alguns serviços de créditos ofertados pelos bancos no país.
Apesar dos avanços em relação a moeda, o Real Digital ainda está em fases de estudo, com o próprio presidente do Bacen dizendo que há “perguntas que ainda não temos as respostas”. A maioria dos países que desejam lançar um CBDC próprio também se encontra nesta fase atualmente.
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