Agentes do mercado voltaram a aumentar a expectativa de inflação para a economia brasileira em 2020. É a quinta semana consecutiva de alta na projeção.
Segundo os cerca de 100 economistas ouvidos pelo Banco Central na última pesquisa Focus, a inflação medida pelo IPCA atingirá 3,52% no fim do ano. Há um mês, a previsão era de que o índice chegaria, no máximo, em 3,04%.
As projeções para 2021 também pioraram. No ano que vem, operadores do mercado consideram que o IPCA não irá registrar menos de 3,47%, contra 3,08% no levantamento de um mês atrás.
Além disso, o levantamento aponta que há, igualmente, expectativa de aumento do IGP-M. O índice que impacta, entre outras coisas, no reajuste de preços de alugueis, pode chegar próximo de 23% no fim do ano.
Banco Central pode aumentar taxa de juros
Como consequência da inflação, os entrevistados ouvidos pelo BC já mostram expectativa que haja um aumento de 50% na Selic ano que vem. Se, até então, parecia haver consenso de que a taxa de juros deveria subir de 2% para 2,75%, agora o mercado já considera que o Copom poderá subir para 3%.
Uma eventual subida da Selic para 3% poderá favorecer o real, que acumula fortes perdas no ano, mas vem apresentando certa recuperação nas últimas semanas.
Nesta segunda-feira (23), a moeda americana abre em baixa em meio ao otimismo por mais uma vacina que finaliza a fase 3 de testes, dessa vez desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Inflação pode impulsionar criptomoedas no Brasil?
A inflação da moeda fiduciária é vista como forte motor para adoção de criptomoedas em um país. Na América Latina, o movimento é visto, por exemplo, na Venezuela e na Argentina. No entanto, a situação no Brasil ainda é diferente.
A inflação na Venezuela chega a 491,9% no acumulado do ano, segundo o governo Maduro anunciou em setembro. Já a Assembleia Nacional informou que houve 1.079,67% de alta de preços. Por outro lado, na Argentina, a inflação acumulada de 2020 chegou a 22,3% em setembro.
A inflação no Brasil já se aproxima da meta oficial do governo de inflação anual de 3,75%. No entanto, ainda está longe da situação desses vizinhos latinoamericanos. Por outro lado, o cenário brasileiro se distancia ainda mais de países como o Chile, onde se prevê que a inflação fique em apenas 0,3% até o final do ano.
Não está claro se, no Brasil, a inflação tem relação com a adoção de criptomoedas. Exchanges brasileiras vêm notando crescimento relevante no número de novas contas. O movimento, entretanto, pode estar ligado à recente alta do bitcoin ou à consolidação do real acima de R$ 5.
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