A justiça de Vila Velha (ES) manteve a prisão do veterinário Thiago Oliveira do Nascimento, pré-candidato à prefeitura do município. Ele é acusado de extorsão e lavagem de dinheiro com criptomoedas.
A prisão do empresário ocorreu na terça-feira (23) durante a operação Criptovet, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). As investigações começaram em dezembro de 2023.
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Pré-candidato recebia pagamento em criptomoedas
Nascimento foi preso na terça-feira (23), após denúncias da vítima. Em uma audiência de custódia ocorrida no dia seguinte, a juíza Paula Cheim Jorge, titular da 2ª Vara Criminal de Vila Velha, decidiu manter a prisão temporária.
O Ministério Público Estadual (MPES) acusa o empresário, que é pré-candidato à prefeitura de Vila Velha, de extorquir um empresário natural da Índia, que teria tido um caso extraconjugal com uma brasileira em 2015.
Conforme a investigação do MPES, a mulher voltou ao Brasil em 2020, quando se envolveu com Nascimento. Em seguida, ele teria descoberto indícios do caso dela com o indiano na forma de fotografias e outros documentos.
Nascimento, então, teria procurado o milionário e ameaçado divulgar o material para sua família caso ele não pagasse um suborno. O indiano cedeu à pressão e pagou cerca de R$ 9 milhões ao acusado durante dois anos.
Nascimento recebia o pagamento em criptomoedas. Dados do Gaeco apontam 19 transações de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), totalizando US$ 1.803.613. O órgão pretende acionar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para compartilhar as informações.
A investigação aponta que Nascimento precisou lavar esse dinheiro, porque ele era incompatível com sua renda de veterinário. Ele fez isso com transações imobiliárias, movimentando mais de R$ 5 milhões na compra e venda de imóveis.
Outra tática foi a abertura de empresas. Por exemplo, Nascimento teria criado uma empresa de materiais de construção com capital de R$ 600.000 em sociedade com o pai. Cinco meses depois, ele vendeu sua cota de R$ 300.000.
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