O Bitcoin (BTC) opera em queda de 4,3% nas últimas 24 horas, após não conseguir novamente fechar candles acima de US$ 70.000. O que tem fortalecido essa resistência?
A criptomoeda, que chegou a subir mais de 10% na semana passada, sofreu uma queda considerável de preço após atingir um topo em US$ 70.100. A última vez que o BTC conseguiu se manter acima desse nível foi há quase dois meses, no início de junho.
Voltar a ser negociado acima de US$ 70.000 seria crucial, pois esse nível atua não apenas como um suporte técnico, mas também como um nível psicológico de preço. Além disso, é um dos últimos níveis de resistência que o ativo possui atualmente. Dessa forma, superá-lo seria um forte indicativo de a máxima histórica (ATH) de US$ 73.737 poderia ser superada.
ETFs de Bitcoin perderam a força?
Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista nos EUA foram vistos como um dos maiores responsáveis pela forte alta que o Bitcoin teve no primeiro trimestre do ano, que culminou na atual ATH. Por meio deles, diversos investidores institucionais conseguiram injetar bilhões de dólares na criptomoeda.
Esses produtos seguem a atrair investimento. Na segunda-feira (29), os ETFs registraram um fluxo total de US$ 124,13 milhões. Entre eles, o iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock se destacou com um fluxo de US$ 205,62 milhões, marcando o maior entre seus pares.

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Todavia, o fluxo de entrada de capital parece não ter surtido um efeito positivo no preço agora. O que explica isso? A resposta pode estar no governos dos Estados Unidos.
As autoridades locais transferiram cerca de 28.000 BTC dos fundos confiscados do Silk Road para novos endereços, envolvendo ativos avaliados em cerca de US$ 2 bilhões. Isso provocou uma especulação generalizada na comunidade cripto sobre possíveis liquidações do governo.
Traders apostam na queda
Outro fator que explica porque o Bitcoin não consegue se manter acima de US$ 70.000 é o forte capital alocado em posições de venda a descoberto (short) nos mercados de derivativos e de futuros. Uma operação short é feita quando um trader deseja lucrar com a queda de preço de uma criptomoeda. De forma resumida, ele primeiro vende o ativo para depois comprá-lo, lucrando se de fato o preço cair durante o período da operação.
O mapa de liquidação, como é comumente chamado, mostra o efeito cascata nas posições abertas quando os preços atingem um determinado nível. Portanto, um aumento no preço da moeda poderia forçar as exchanges a fechar as posições dos traders que apostam em uma queda.

De acordo com o gráfico acima, as posições vendidas, avaliadas em US$ 1,35 bilhão, serão liquidadas se o BTC atingir US$ 73.132. Dessa forma, os titulares dessas operações estão atuando como uma forte resistência em US$ 70.000, conseguindo assim evitar que suas posições sejam liquidadas.
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O que esperar do Bitcoin agora?
O gráfico de 4 horas mostra que o Bitcoin conseguiu se recuperar após formar uma mínima em US$ 65.800. Ao traçar uma retração de Fibonacci do último movimento de alta, é possível ver que o nível de 0,618 atuou como suporte para o preço.
A queda atual ainda é vista como uma correção, e não como uma reversão de tendência. Portanto, o Bitcoin possui chances de testar novamente o nível de US$ 70.000 nos próximos dias. Esse cenário será o mais provável especialmente se o preço superar o nível de retração de 0,382, em US$ 67.593.
No entanto, o cruzamento das médias móveis exponenciais (EMAs) antecipa uma reversão de tendência. Nas últimas horas, a EMA de 9 períodos (azul) cruzou abaixo da EMA de 21 períodos (laranja). Esse cruzamento mostra que o Bitcoin está negociado a preços cada vez mais baixos no curto prazo.

Se a criptomoeda começar a formar candles abaixo de US$ 66.000, é provável que o seu preço caia para testar o suporte de US$ 63.473.
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