O hacker suspeito de vazar dados pessoais de milhões de brasileiros foi preso hoje pela Polícia Federal.
Nesta manhã de sexta-feira (19), a Polícia Federal deu início a operação Deepwater que investiga os responsáveis pelo megavazamento de janeiro que expôs dados de 223 milhões de brasileiros.
Neste que foi um dos maiores vazamentos já vistos na história do Brasil, estavam à venda na deep web uma vasta variedade de dados que vão desde nome, endereço e CPF, até mesmo score de crédito, salário, lista de parentes e fotos do rosto.
A polícia federal prendeu nesta manhã o principal suspeito por orquestrar o vazamento, um hacker de 24 anos conhecido na Internet pelo pseudônimo de VandaTheGod.
A prisão aconteceu em Uberlândia (MG) mas a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão no município de Petrolina, no Pernambuco.
Além de VandaTheGod, a polícia rastreou um segundo hacker que é acusado de comercializar essas informações sigilosas através das redes sociais.
Desde o final de janeiro, a Diretoria de Inteligência da Polícia Federal investiga o caso a pedido da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) expediu a ordem judicial que levou a a prisão do suspeito. O ministro, aliás, integra a lista de autoridades públicas que também tiveram seus dados expostos no megavazamento.
Havia uma suspeita que o vazamento partiu de um banco de dados do Serasa Experian. No entanto, a investigação da Polícia Federal ainda não confirmou a origem dos dados.
O hacker divulgou parte dos dados sigilosos de forma gratuita na deep web. A maior parcela, no entanto, estava sendo vendida por criptomoedas. Informações de cada CPF custavam entre US$ 0,075 a US$ 1 em bitcoin.
Os ataques de VandaTheGod
O hacker preso nesta manhã já é uma figura conhecida dentro e fora do Brasil. VandaTheGod atua desde 2013 invadindo sites governamentais e despejando informações sigilosas de cidadãos na dark web.
Ele se tornou popular no meio do cibercrime como um dos maiores defacers do mundo. Ou seja, um hacker que invade sites para exibir mensagens de cunho ativista. O brasileiro tinha alvos grandes e de acordo com uma reportagem do CanalTech, ele já hackeou uma média de cinco mil sites em 42 países diferentes.
Além disso, ele já lançou ataques até mesmo contra hospitais. Em 2019, por exemplo, ele colocou à venda na dark web registros médicos de 1 milhão de pacientes da Nova Zelândia.
No final de 2019, ele já havia sido preso em Minas Gerais por invadir o site da Polícia Civil. A detenção, no entanto, durou poucos meses e em julho do ano passado, ele já estava em liberdade.
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