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Operador de suposto esquema de R$ 2 bilhões em Bitcoin estaria escondido no Brasil

2 mins
Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Empresa da África do Sul é acusada de dever cerca de R$ 2 bilhões em Bitcoin a investidores.
  • Autoridades suspeitam de fraude.
  • Fundador e CEO está no Brasil, segundo representantes da companhia
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CEO de empresa acusada de operar pirâmide financeira e dever R$ 2 bilhões em Bitcoin teria vindo ao Brasil em meio às investigações.

O Brasil pode estar sendo usado como refúgio para o fundador da Mirror Trading International (MTI), empresa com sede na África do Sul acusada de operar um esquema fraudulento com Bitcoin. O CEO, Johann Steynberg, está sumido há cerca de cinco dias e, segundo nota oficial da companhia, ele estaria no Brasil.

A Mirror Trading International (MTI) entrou em operação em 2019 oferecendo supostos bots de trade de criptomoedas. A empresa alegava fazer trades automatizados na plataforma de forex FXChoice e prometia lucros exorbitantes de até 10% ao mês sobre o valor depositado. Estima-se que o negócio tenha captado 17.000 BTC, avaliados em mais de R$ 2 bilhões, de cerca de 280.000 clientes.

Bloqueio de saques e Bitcoin perdido

bitcoin

Há cerca de quatro meses, entretanto, a companhia bloqueou saques e alega ter tido problemas técnicos. Desde então, reguladores dos EUA emitiram uma ordem proibindo a atuação da empresa no país. A suspeita é de que os pagamentos a investidores tenham sido feitos, até então, apenas com o Bitcoin vindo de novos clientes. A atuação do negócio, portanto, configuraria pirâmide financeira.

Em outubro de 2020, a Financial Sector Conduct Authority (FSCA), órgão sul-africano similar à CVM, conduziu investigações sobre o negócio e chegou à conclusão de que a companhia havia perdido cerca de 80% dos fundos em Bitcoin dos clientes. Além disso, não há indícios de que os robôs sequer existiram. O caso se assemelha a alguns conhecidos que captaram milhões de reais no Brasil, como Atlas Quantum, Genbit, Unick e Midas Trend.

Fundador de esquema viajou para São Paulo

Em comunicado à mídia sul-africana, a Mirror Trading International alega que seu fundador pegou um avião em Doha em foi para o São Paulo. A nota veio após pelo menos cinco dias de sumiço do executivo. Pouco antes, os reguladores da África do Sul haviam aberto um processo contra a empresa, acusada de operar um negócio financeiro irregular e quebrar diversas leis do país.

Ainda não se sabe o motivo da viagem do acusado ao Brasil. A MTI não divulga se há brasileiros entre os investidores do negócio de Bitcoin. Segundo representantes da empresa, o CEO tinha passagem de volta comprada para a última terça-feira (22), mas ainda não se sabe se ele realmente regressou à África do Sul.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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