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ONU diz que Tether é a preferida dos criminosos asiáticos

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Atualizado por Thiago Barboza

Um relatório recente da ONU revelou que a Tether tem um papel significativo na onda de crimes envolvendo criptoativos no Sudeste Asiático. Em meio a essa preocupação, o valor de mercado da Tether disparou, aproximando-se de monumentais US$ 100 bilhões, garantindo a criptomoeda uma participação de mercado de 73%.

A posição da Tether no setor cripto sempre foi paradoxal e controversa. Por ser uma stablecoin atrelada ao dólar americano, oferece fluidez para os traders entrarem e saírem das negociações de criptomoedas com facilidade.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

No entanto, é esta mesma característica que também a tornou uma ferramenta para lavagem de dinheiro no Sudeste Asiático, conforme sublinhado pelo Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime. 

O relatório detalha o envolvimento da Tether em golpes de “abate de porcos”. Isto se refere a uma estratégia enganosa em que falsas conexões românticas são usadas para induzir as vítimas a transferirem grandes somas de dinheiro.

O apelo da Tether às empresas criminosas está enraizado na sua capacidade de transações rápidas e irreversíveis. Este recurso é particularmente explorado em plataformas ilegais de jogos de azar online, agora um veículo comum para lavagem de dinheiro baseada em criptomoedas.

A ONU destaca o uso sofisticado do Tether nessas operações de lavagem de alta velocidade.

Apesar de enfrentar desafios e escrutínio regulatório, o domínio do mercado da Tether permanece inabalável. Ele ofusca significativamente seu concorrente mais próximo, a stablecoin USDC da Circle, que possui um valor de mercado de US$ 25,5 bilhões.

ONU diz que Tether é a preferida dos criminosos asiáticos
Tether lidera Stablecoins em USD por participação de mercado. Fonte: CoinGecko

Esta disparidade sublinha a posição arraigada da Tether, ao mesmo tempo que navega por vários dilemas legais e éticos.

Tether anuncia medidas em direção à conformidade e transparência

Em 2021, a Tether enfrentou alegações da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA sobre declarações enganosas sobre suas reservas em dólares, culminando em uma multa de US$ 41 milhões.

Reconhecendo a necessidade de um controle mais rígido, a Tether tem colaborado desde então com as autoridades dos EUA para conter o uso ilícito de seu token. Esta iniciativa levou a um aumento notável no número de carteiras Tether na lista negra, conforme relatado pelo provedor de dados do setor CCData.

ONU diz que Tether é a preferida dos criminosos asiáticos

Número de carteiras Tether na lista negra por ano. Fonte: CCData/FT

As revelações do relatório da ONU sobre o envolvimento da Tether em crimes financeiros e o seu crescimento inabalável do mercado mostram um quadro complexo.

Embora a Tether continue a ser uma pedra angular no mercado cripto, a sua utilização em atividades criminosas levanta preocupações significativas. E realçam a necessidade urgente de quadros regulamentares mais robustos e de cooperação internacional para enfrentar os desafios.

No geral, a história da Tether é um lembrete da natureza dúbia das criptomoedas. Ao mesmo tempo que revolucionam as transações financeiras, também abrem novos caminhos para atividades criminosas.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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