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O que é Rug Pull e como evitar esse tipo de golpe

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Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • Golpistas já roubaram bilhões utilizando o método Rug Pull, que pode ser traduzido como “puxada de tapete” ou “golpe de saída”.
  • Pratica tem se tornado cada vez mais popular, com mais de 300 casos sendo identificados somente em 2022.
  • Investidores precisam agir com cautela e não ser levados pela onda de ganância que os golpistas tentam impor.
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Golpistas já roubaram bilhões utilizando o método Rug Pull, que pode ser traduzido como “puxada de tapete” ou “golpe de saída”. Confira como se prevenir desse tipo de fraude que assola o mercado de criptomoedas.  

Valorizações de preço repentinas e estratosféricas ocorrem com frequência na indústria cripto, com muitos desses ativos ocupando as manchetes e chamando a atenção dos investidores. Na ambição de terem grandes lucros e na crença de que o valor desses tokens continuará subindo, muitos acabam sendo vítimas e tendo grandes prejuízos.

Ocorrências deste tipo de golpe se tornaram cada vez mais comuns à medida que o mercado cripto crescia em adoção. Somente em 2022, mais de 300 rug pulls foram identificados, segundo estudo da Comparitech.

Além da negociação de criptomoedas, golpistas encontram nos segmentos DeFi e NFT novos campos para atrair suas vítimas. Um relatório da Dune afirma que mais da metade das transações envolvendo tokens não fungíveis em 2022 foram manipuladas, com boa parte delas tendo como intuito aplicar um golpe de saída.

Dessa forma, saber distinguir um projeto promissor e confiável de uma possível puxada de tapete se torna primordial para aqueles que desejam ter sucesso no mercado. Confira a seguir como os rug pulls funcionam e como evitar ser vítima desse tipo de fraude.

O que é Rug Pull?

Rug Pull é o nome dado a manobra feita pelos desenvolvedores ou investidores iniciais de um projeto. Basicamente, eles fazem o preço de um token desconhecido subir de forma rápida e artificial, buscando atrair novos investidores.

Em muitos casos, redes sociais e grupos de mensagens são usados para promover a criptomoeda em questão, com seus divulgadores exibindo os supostos lucros que tiveram ou compartilhando as inovações e ambições que o projeto possui, visando dar mais credibilidade. Perfis fakes são criados para fomentar a ideia de que o ativo possui uma comunidade grande e engajada.

O aumento da demanda faz o preço permanecer em forte tendência de alta, ampliando ainda mais o FOMO (medo de ficar de fora) do mercado. Quando o preço atinge um nível satisfatório para os desenvolvedores e investidores iniciais, eles vendem suas grandes quantidades de tokens para os compradores recentes, que foram levados a crer que o projeto era confiável e teria grandes perspectivas de crescimento.

As vendas em massa fazem o preço do ativo desabar, enquanto os responsáveis pelo projeto param de promovê-lo e “fogem” com o dinheiro arrecadado, deixando sua comunidade sem satisfações ou atualizações – daí o nome golpe de saída. A pratica se tornou tão comum que existe no Telegram diversos grupos de “Pump and Dump” onde usuários se juntam para orquestrar este golpe.

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Nem toda criptomoeda é um golpe de saída, mas muitas são

De acordo com o CoinMarketCap, existem mais de 22.000 criptomoedas atualmente. Apesar de boa parte desses projetos serem, no mínimo, suspeitos, não se pode cair na narrativa de que todos esses ativos são potenciais rug pulls ou demais fraudes. Muitas criptomoedas possuem projetos sérios e atuam de forma condizendo com aquilo que se propõe a fazer.

Como exemplo, pode-se listar o Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH). Ambos tiveram valorizações estratosféricas desde que foram lançados, mas têm as suas movimentações de preço condizentes com o mercado, além de terem comunidades descentralizadas e aplicações no mundo real.

Isso não ocorre com criptomoedas rug pulls. Um ativo que foi criado para executar esse tipo de golpe dificilmente conseguirá se reerguer ou chegar próximos dos preços vistos antes da sua puxada de tapete.

Casos mais notórios e atividade dos criminosos  

O uso de rug pulls começou a se intensificar em 2017, atingindo o seu ápice durante o último ciclo de alta do mercado em 2021, onde mais de US$ 8 bilhões foram roubados por meio desta prática.

No entanto, alguns episódios antigos continuam estando entre os maiores golpes de saída do mercado. Um deles é o caso da OneCoin, lançada em 2014. Acredita-se que a criptomoeda tenha atraído mais de 3 milhões de investidores em seu auge, com seus fundadores desaparecendo após conseguir um lucro de US$ 4 bilhões.

Em 2021, um dos casos mais notórios foi o golpe do token SQUID. Aproveitando o sucesso da série Squid Game, lançada no Brasil como Round 6, desenvolvedores criaram um token com o mesmo nome, que logo atraiu diversos investidores. Seu preço, que havia disparado, caiu de US$ 2.800 para US$ 0 após a puxada de tapete. A tentativa das vítimas de reerguer o projeto tem sido em vão desde então.

Curiosamente, os rug pulls se tornaram menos efetivos em 2022. Apesa da quantidade desses golpes disparar em relação ao ano anterior, o montante angariado pelos golpistas foi oito vezes menor, segundo a Comparitech.

Fonte: Comparitech

Como não ser vítima deste golpe?

O primeiro passo para não ser vítima de um rug pull é agir com cautela e não ser levado pela onda de ganância que os golpistas tentam impor. Antes de investir em um ativo, é importante pesquisar sobre o seu projeto e os seus criadores. Isso pode ser feito através do seu site oficial, white paper e perfis nas redes sociais.

Verifique se o projeto possui uma comunidade relevante e se o token possui um histórico de movimentação de preço consistente. Outro sinal de alerta é o fato do ativo não ser listado em exchanges centralizadas. Geralmente, essas plataformas possuem um filtro maior, não dando espaço para criptomoedas suspeitas.  

Por fim, busque em agregadores e plataformas de análises on-chain verificar o número de carteiras que possuem a criptomoeda em questão. Se grande parte da oferta de um token estiver centralizada em poucos endereços, há grandes chances de seus criadores estarem tentando realizar um rug pull.

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Anderson Mendes
Formado em Administração de Empresas pela Universidade Positivo, Anderson atua como redator para o BeInCrypto há 2 anos. Escreve sobre as principais notícias do mercado de criptomoedas e economia em geral. Antes de entrar para a equipe brasileira do site, participou de projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto em sua cidade natal, Curitiba.
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