Em abril de 2024, o mercado cripto passou pelo quarto halving do Bitcoin (BTC), evento que reduziu pela metade as recompensas de mineração, diminuindo a emissão de novos BTC de 6,25 para 3,125 por bloco. Agora, seis meses depois, observamos que o preço da criptomoeda permanece estável, sem reações expressivas.
Esse cenário tem gerado questionamentos sobre o impacto real do halving, que, nos ciclos anteriores, desencadeou fortes ondas de valorização da principal criptomoeda do mercado.
Uma análise do halving atual revela semelhanças com os halvings de 2016 e 2020. Nos três eventos, o preço do BTC caiu cerca de 30% nos meses subsequentes.
Nos ciclos anteriores, esse recuo foi seguido por fortes ondas de valorização, mas que demoraram alguns meses para ocorrer. Após o halving de 2012, por exemplo, o BTC valorizou-se quase 100 vezes em um ano; em 2016, subiu 30 vezes em 17 meses, e em 2020, o crescimento foi de oito vezes ao longo de doze meses.
Agora, com mais de seis meses desde o último halving e o BTC ainda oscilando no mesmo patamar de abril, a possibilidade de uma nova onda de alta é iminente caso o ciclo se mantenha. Logo, profissionais do mercado sugerem que a janela de oportunidade pode ocorrer entre 6 e 11 meses, alinhando-se com previsões de que o ativo pode atingir a marca de US$ 100 mil até meados de 2025.
Ondas de Elliott e a valorização esperada
O conceito das Ondas de Elliott, criado na década de 1930 por Ralph Nelson Elliott, ajuda a interpretar ciclos de alta e baixa no mercado. A teoria considera que o desempenho de preços do mercado segue um padrão em cinco ondas de impulso, onde as primeiras quatro ondas formam ciclos de alta, e a quinta onda sinaliza um ponto de finalização prévia de uma correção.
Atualmente, analistas técnicos sugerem que o Bitcoin está entrando nessa quinta onda, onde um novo topo deve ser alcançado antes de uma correção. Com base nessa análise e nas projeções otimistas para o mercado, a propensão de alta pode se estender até o final do primeiro semestre de 2025, com uma valorização que pode atingir até os US$ 100 mil.
Impacto dos ETFs em um cenário pós-halving
Outro fator importante que tem ganhado espaço na discussão pós-halving é o impacto dos ETFs (Fundos Negociados em Bolsa) de Bitcoin. Os ETFs de BTC apresentam uma oportunidade segura e regulamentada para que investidores institucionais acessem o mercado cripto, atraindo um volume significativo de capital. Essa atração de investimentos corporativos pode pressionar positivamente sobre o preço, sobretudo em um cenário onde a oferta de novos Bitcoins diminuiu devido ao halving.
Essa demanda institucional pode, inclusive, beneficiar outras criptomoedas, como o Ethereum, uma vez que os preços dos dois ativos são historicamente correlacionados. Com a chegada dos ETFs de Bitcoin e a potencial introdução de ETFs de Ethereum, o mercado pode observar um novo ciclo de valorização, estimulado pelo aumento de capital institucional.
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O cenário macroeconômico e o Bitcoin como hedge econômico
O ambiente global de negócios também exerce uma influência crucial no mercado cripto. Nos EUA, a economia está relativamente estável, com a inflação próxima à meta e expectativas de cortes nas taxas de juros até o final de 2024. Esse cenário favorece ativos de renda variável, como o Bitcoin, uma vez que a diminuição dos juros estimula o fluxo de capital para investimentos mais arriscados e de maior potencial de retorno.
Além disso, o BTC tem sido cada vez mais visto como uma reserva de valor, semelhante ao ouro, e como uma proteção contra as incertezas econômicas. Esse papel de “hedge econômico” pode favorecer a posição do BTC no mercado, atraindo investidores em busca de caminhos alterantivos ao sistema financeiro tradicional.
O halving ainda é o principal evento do mercado cripto?
Embora o halving continue sendo um evento importante, os ciclos de valorização tendem a ser mais tímidos à medida que o mercado cresce. Quando o BTC tinha uma capitalização de mercado menor, movimentos de compra de cerca de US$ 1 bilhão eram suficientes para alavancar o valor da moeda em até 100%. Hoje, com um mercado muito maior e mais estabelecido, seria necessário um capital superior a US$ 1 trilhão para alcançar o mesmo êxito.
Essa nova realidade sugere que, embora o halving ainda seja um impulsionador importante, os ganhos se tornam proporcionalmente menores com o aumento da capitalização do mercado. Contudo, isso não desabona a relevância do evento, mas ajusta as expectativas para altas mais contidas.
Ao passo que o mercado madurece, a dinâmica do halving também progride. A chegada de novos investidores institucionais por meio dos ETFs, em conjunto com um cenário econômico favorável, cria um ambiente frutífero para a valorização do BTC e de outras moedas cripto. A combinação da privação provocada pelo halving, do influxo de capital institucional e da crescente adoção do Bitcoin como ativo confiável estabelece um cenário otimista para os próximos meses, com uma possível valorização relevante no médio prazo.
Embora o halving possa não ter mais o mesmo impacto rompedor de ciclos anteriores, ele permanece uma peça coringa na estrutura do mercado de criptomoedas, persuadindo a oferta e a dinâmica de preços. A partir do avanço de outros fatores, como os ETFs e o ambiente macro, o BTC continua a se consolidar como uma reserva de valor e uma opção considerável dentro do cenário financeiro global.
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