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Veja com mulheres fomentam inclusão e educação com Web3 – Especial mês dDelas

11 mins
Atualizado por Mikael Araújo

EM RESUMO

  • Especial mês dElas: saiba o que as mulheres estão fazendo na Web3
  • Web3 já tem problema de diversidade de gênero
  • Mulheres continuam sub-representadas em cargos de liderança, ocupando apenas 32% deles, de acordo com o LinkedIn.
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De acordo um estudo sobre adoção global de criptomoedas da Triple A, as mulheres representam apenas 37% dos investidores em criptomoedas, e a educação pode ser fator fundamental para permitir que mais mulheres ingressem no setor.

A plataforma estima que no Brasil 16 milhões de pessoas possuam criptomoedas ou 7,8% da população. No mundo todo são 440 milhões de usuários cripto. Ou seja, ainda há espaço de sobra para iniciativas, ideias e projetos que sejam úteis para impulsionar conhecimento, cultura, sociedade, inclusão social, entre tantas outras coisas.

De olho em tantas oportunidades, existem projetos de mulheres que realmente estão transformando realidades com temas essenciais, contribuindo para que cada vez mais empresas e pessoas possam ter acesso e um futuro mais igualitário para as mulheres.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, acontecimentos como a pandemia e a crise econômica aumentaram a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Uma pesquisa recente do LinkedIn, mostrou que as mulheres continuam sub-representadas em cargos de liderança, ocupando apenas 32% deles – aumento de apenas 1 ponto percentual desde 2016.

“Essa lacuna se torna mais pronunciada à medida que as mulheres avançam na hierarquia, destacando a necessidade de abordar, já nos estágios iniciais da carreira, os desafios e barreiras que impedem o avanço feminino”, ressalta o levantamento do Linkedin.

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Como apoiar mulheres e criar mudanças em todos os níveis e setores?

Espera-se que o tamanho do mercado global de blockchain cresça de US$ 4,93 bilhões em 2021 para mais de US$ 200 bilhões em 2028, segundo o relatório do The Insight Partners. No entanto, o setor ainda é dominado por homens – apenas uma é mulher em cada cinco pessoas que trabalham nessa indústria.

Conversamos com algumas mulheres que estão mudando a realidade e diminuindo as diferenças, mas o trabalho ainda é grande. É o caso da EVE NFT, que empodera mulheres para estar à frente da Web3 por meio da comunidade apoiada por todos. Igualdade de gênero é umas das principais pautas da EVE.

A DAO construída por mulheres referência em suas áreas de atuação, fomenta iniciativas para aumentar a diversidade através da educação e independência financeira, “criando oportunidades para que qualquer pessoa em todo o mundo seja proprietária, criadora e colaboradora nesta nova era da internet”.

Uma das fundadoras desse ecossistema, Cintia Ferreira nos contou que começou na Web3 em 2020.

“Como investidora em NFTs, fui aprimorando meus conhecimentos sobre o tema, estudando o cenário como um todo e percebi que tinham poucas mulheres inseridas”

A executiva e investidora nos conta que hoje se sente cada vez mais motivada e capacitada para trazer mais mulheres para o ecossistema de Web3 e consegue levar o tema de forma didática para qualquer ambiente que todos entendam de forma rápida e prática, sem colocar tantos termos técnicos – habilidade mais que necessária para acelerar a adoção em massa e abrir caminhos para uma sociedade mais inclusiva e descentralizada.

“A verdade dos próximos passos da Web3 é que tem grandes oportunidades, precisamos furar a bolha e encorajar mais mulheres a explorar essa nova economia.  Sejam elas como criadoras, apoiadoras, artistas ou investidoras de projetos que fomentam o ecossistema,” incentiva Ferreira.

A EVE também reverte parte dos lucros dos NFTs  do projeto para ONGs que combatem a desigualdade de gênero, desigualdade social e racial, entre outras. Dessa maneira, contribuem para projetos importantes que vão além do escopo de atuação da EVE.

Encontro Dia da Mulher 2023 – EVE – Cintia Ferreira é a de blazer branco na frente

Especialista carioca está envolvida com blockchain desde 2012

Patrícia Toscano entusiasta da Web3 envolvida em vários projetos Web3, chegou nesse universo em 2012 quando conheceu a tecnologia Blockchain e a implementou no coração da indústria do Rio de Janeiro em 2014, há quase uma década.

“Isso aconteceu enquanto atuei como executiva de inovação e negócios. E desde então venho criando e me envolvendo em iniciativas do universo Crypto e Open-Source Software que convergem no contexto tecnológico, econômico e cultural. Agora nessa travessia Web2 rumo à Web3, não pude evitar de mergulhar de cabeça nesse novo desafio inovador”.

Patrícia Toscano

Entre as iniciativas que atua, a Toscano é co-fundadora da Reopen: um protocolo de Sponsor-to-Ern que ela explica ser uma forma inovadora de fundrisign utilizando NFT. Ela é também co-fundadora do SóBora, um protocolo social de community builders da Web3 e mais dois novos negócios, uma tokenizadora e uma solução de pagamento que transforma pix em cripto.

Sobre o papel da mulher no futuro da Web3, Patrícia é enfática.

“Vejo a mulher na vanguarda nesse processo de construção evolutiva dessa nova realidade 3.0 cada vez mais convergida e hibridizada. Com um protagonismo empreendedor essencial de liderança cada vez mais presente nos negócios que de fato fazem diferença no ecossistema

Comunicadora acredita no poder cultural transformador que a descentralização da Web3 oferece

A estrategista de comunidade na Cora, Raissa Jensen, que além de membro é uma das responsáveis no time em criar e implementar estratégias para envolver e conectar as mulheres na comunidade.

“Isso pode envolver a criação de eventos, gerenciamento de canais de comunicação e o fornecimento de suporte e recursos para os membros da comunidade,” conta Jensen, que também atua como Brand Manager na OMG Kids.

A comunicadora, especializada em gestão de negócios chegou na Web3 através da oportunidade de entrar no time de marketing de um jogo play-to-earn. O desafio era fazer a estratégia de lançamento mundial de um jogo que tinha como premissas criar artes generativas através de uma Inteligência Artificial própria, usando Artes NFTs  e tokens para participar do jogo. 

Raissa Jensen desenvolveu conteúdo de mídia social, parcerias com influenciadores e criação de comunidade para o game, mas com as dificuldades do inverno cripto, o projeto foi descontinuado assim como muitos outros jogos play to earn.

“Após essa intensa experiência, fui uma das primeiras a entrar na comunidade da Cora, um grupo de mulheres para discutir sobre web3 e aumentar nossa rede profissional de contato. A partir da comunidade eu consegui trabalhar em outros projetos através das conexões feitas ali”

Mulheres Cora no Blockchain Rio

Ela diz ser uma entusiasta do poder cultural transformador que a descentralização da web3 oferece. E vê o ecossistema principalmente no foco de como as tecnologias descentralizadas estão mudando a maneira como as empresas e os consumidores interagem uns com os outros.

“A Web3 permite uma maior personalização e individualização das experiências de marketing, o que pode ajudar as empresas a se conectarem de maneira mais eficaz com seus clientes. As empresas podem criar programas de fidelidade e de recompensas que permitem aos clientes acessar benefícios exclusivos, como produtos de edição limitada, acesso antecipado a novos produtos ou até co-criarem juntos (vale citar que a Nike vem já marcando presença nessas ações e saindo na frente). ”

Outra possibilidade interessante da Web3 que Jensen explica, é a capacidade de criar comunidades descentralizadas e engajadas, que podem ser construídas em torno de interesses compartilhados e valores comuns. As pessoas não são apenas membros, e sim sócios.

“Vejo também que as tecnologias ainda são emergentes e existem alguns desafios a serem superados. Por exemplo, a falta de adoção generalizada da tecnologia (utilidade e UX) e a volatilidade do mercado de criptomoedas podem ser obstáculos. Mas, no geral, a web3 oferece muitas possibilidades emocionantes para quem desejar inovar, criar e se destacar em um novo universo mais colaborativo”.

Educação na Web3 para transformar o mundo

Uma das fundadoras da Cora – comunidade com a missão de educar e conectar, para que mais mulheres criem suas próprias histórias na Web3 – Bianca Brito, explica que

“É muito bom ver a potência que a Cora está se tornando e principalmente por ver tantas mulheres se conectando através da comunidade. Não tenho dúvidas que muitas mulheres que um dia tiveram dúvidas se a web3 era para elas, quando conheceram a Cora e a quantidade de líderes femininas nesse mercado, viram como uma inspiração e seguiram em diante. Isso é um orgulho gigante para nós”.

Brito, que também atua como CSO na Viden Ventures, fala sobre a realidade desproporcional no mundo cripto ressaltando que no final do ano passado, o trabalho de artistas mulheres representava apenas 16% das vendas de NFT e que comportamentos misóginos ainda prevalecem.

imagem: LinkedIn Bianca Brito

“Os próximos passos exigem mais inclusão, acesso e conscientização desse universo descentralizado que queremos construir. Não tenho dúvidas de que existe muitas mulheres incríveis nos bastidores de projetos que parabenizamos todos os dias.”

Executiva da Nodle foi movida por paixão em tecnologia

A Diretora de Marketing da Nodle, Carolina Mello, diz que sua jornada na Web3 começou a partir da paixão pela tecnologia e pelo desejo de causar um impacto positivo.

“Durante a minha jornada profissional cheguei em um momento que queria fazer algo maior, que tivesse o potencial de mudar o mundo como conhecemos hoje e tudo começou quando li pela primeira vez o Whitepaper do Bitcoin, foi quando comecei a estudar profundamente a história no sistema financeiro, a tecnologia blockchain e os conceitos da Web3″

imagem: linkedIn Carol Mello

Foi mais do que suficiente para deixá-la fascinada com o potencial de transformação social da blockchain e com a gama de possibilidades que a tecnologia permite.

“A partir disso, fui estudar, pesquisar e desenhar o meu primeiro projeto. Na época eu tinha acabado o curso no MIT e estava trabalhando em um projeto complementar para DAO’s e o Micha Benoliel – um dos fundadores da Nodle, me ofereceu uma oportunidade e vi isso como uma chance de construir soluções inovadoras, enquanto democratizava o acesso à tecnologia blockchain e ao futuro da internet”.

Diretora da BitGo conheceu Bitcoin quando atuava no mercado fiduciário

Juliana Walenkamp, diretora de vendas Institucionais Bit Go, entrou na Web3 há seis anos quando atuava no mercado tradicional com câmbio e durante uma reunião, o cliente queria comprar Bitcoin no mercado exterior.

“O mercado ainda era muito alérgico, você pode imaginar como os bancos se portavam há seis anos com esse assunto. À época, quando conheci o mercado cripto, vi um match muito forte com a área de pagamento internacional, cheguei a trabalhar com trading de commodity há 12 anos no começo da minha carreira. Eu vi essa carência de uma opção mais eficiente de troca de valores de maneira internacional, para cambio e principalmente para mercados não desenvolvidos, (na época trabalhava com África e Ásia). Uma transação poderia levar muito tempo para chegar em LATAM até 5 ou 6 dias, coisa que nunca fez muito sentido para mim.”

Depois da reunião com o cliente que queria comprar Bitcoin, a executiva enxergou uma oportunidade, já que a tecnologia supriria problemas inicialmente de câmbio. Ela conta que foi para casa provocada a entender mais sobre o assunto.

imagem: Linkedin

“Comecei pelo básico com o White Paper do Bitcoin, comecei a atender essa empresa com algumas operações de câmbio de maneira regulada por bancos tradicionais e seis meses depois essa empresa me convidou para assumir a parte de Business Development comercial deles. “

Era uma startup na época, mas Juliana entendeu que esse desafio poderia ser uma porta de entrada e oportunidade para primeiramente conhecer o mercado novo, se desenvolver e tornar referência alguns anos depois.

De fato, tenho crenças pessoais nas possibilidades que esse mercado oferece para a sociedade de maneira geral. Não somente no mundo financeiro, acho que o feat com produtos de investimento e reserva de valor é muito óbvio, é possível democratizar acesso e produtos financeiros mais eficientes, mas ao entender blockchain você passa a entender que não é só isso. A tecnologia vai muito além e traz disrupção para vários outros mercados, você entende que consegue sim criar produtos novos neste mundo mais globalizado e tecnológico, diz Walenkamp .

Depois, Juliana vôou. Passou pela Transfero, criadora da primeira stablecoin brasileira atrelada ao Real, a BRZ , Ripple LATAM, Gemini e agora trabalha como Diretora de Vendas Institucionais na BitGo.

“O ecossistema Web3 se desenvolveu muito rápido. Em apenas seis anos nesse mundo muitas coisas aconteceram e foram criadas. Falamos que estamos construindo o mercado, ao mesmo tempo que tentamos trazer mais educação e difundir mais informações sobre ele, estamos aprendendo. Pelo menos eu aprendo todo dia, não consigo olhar para o mercado tradicional e pensar e voltar para ele. As oportunidades que vejo no universo cripto para um futuro próximo são gigantescas,” finaliza.

Juliana Walenkamp também atua como membro da AlmaDAO, uma DAO brasileira de investimentos, e está assessorando projetos Web3 como Preserva.Land em estratégia de captação de recursos e desenvolvimento corporativo.

Web3 já tem problema de diversidade de gênero

No ano passado, o número de empresas de criptoativos estabelecidas por mulheres era de aproximadamente 292 entre mais de 10 mil companhias, de acordo com dados do BCG X do Boston Consulting Group (BCG).

De acordo com o levantamento do Boston Consulting Group, apenas 13% das startups da Web3 incluem uma fundadora do sexo feminino. Nesse grupo, 10% das equipes fundadoras são compostas por homens e mulheres, e apenas 3% das empresas têm uma equipe exclusivamente feminina. 

fonte : Triple A

A disparidade de gênero se estende à força de trabalho global da web. Entre todos os funcionários das principais startups da Web3, a parcela de mulheres é maior (aproximadamente 27%), mas elas geralmente são agrupadas em funções não técnicas, como RH e marketing.

No financiamento, a divisão é ainda maior. As equipes fundadoras exclusivamente masculinas arrecadam quase quatro vezes mais, em média, do que as equipes femininas (quase US$ 30 milhões em comparação com cerca de US$ 8 milhões). Entre as empresas que arrecadaram mais de US$ 100 milhões, a porcentagem com equipes fundadoras só de mulheres é zero .

Espera-se que o tamanho do mercado global de blockchain cresça de US$ 4,93 bilhões em 2021 para mais de US$ 200 bilhões em 2028, segundo o relatório do The Insight Partners. No entanto, o setor ainda é dominado por homens – apenas uma é mulher em cada cinco pessoas que trabalham nessa indústria.

Prêmio Woman in Tech 2022 durante o Blockchain Rio – Camila Farani de vermelho com o troféu na mão. imagem: Aline Fernandes

Binance quer aumentar a representatividade feminina na força de trabalho.

Oferecer capacitação para que mulheres possam aproveitar as grandes oportunidades de carreira na indústria blockchain é um objetivo comum da Binance, e da Women in Tech, organização internacional sem fins lucrativos que tem a missão de reduzir a diferença de gênero no setor de tecnologia.

A ONG recebeceu da Binance Charity o equivalente a US$ 250 mil em cripto para financiar o projeto

“Acreditamos que a educação pode efetivamente transformar vidas. Não só contribui para a justiça social, mas, principalmente, para que os indivíduos possam atingir todo o seu potencial. O ensino de habilidades e conhecimentos promove oportunidades de impacto sustentável”, comenta Ayumi Moore Aoki, fundadora e CEO da Women in Tech, que tem como meta oferecer cursos em blockchain para 2.800 mulheres de comunidades vulneráveis no Brasil e em diversos países da África.

Os primeiros cursos acontecerão no Brasil, Burundi e África do Sul em 3 idiomas: inglês, português e francês. Outros programas serão implementados no Zâmbia, Nigéria, Senegal, Marrocos, Quênia, Gana e Costa do Marfim.

Gigante do setor foi co-fundada por mulher

A exchange foi co-fundada em 2017 por Yi He e é uma das poucas empresas cripto fundadas por mulheres. Menos de 5% dos criadores das principais empresas cripto são mulheres.

“Como uma das poucas líderes femininas na indústria, acredito que temos uma missão de ajudar mais mulheres a entender a tecnologia Web3 e blockchain – nossos programas de educação e estágio visam capacitar mulheres jovens com conhecimento e habilidades prontas para a disrupção do setor”, disse He, que também atua como diretora de marketing da Binance.

“Acreditamos que qualquer pessoa com ideias pode mudar o mundo, independentemente do gênero. Esperamos que esses compromissos resultem em mais mulheres na linha de frente da inovação e tragam mudanças para nossa indústria”. É importante para nós da Binance e da Women in Tech que a educação, a inovação e as oportunidades de pesquisa em blockchain de qualidade estejam ao alcance de todos”, disse Helen Hai, vice-presidente da Binance e líder da Binance Charity.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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