Um processo ajuizado em outubro por 33 estados nos Estados Unidos alega que o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e altos executivos da empresa sabiam da existência de contas de menores de idade no Instagram. Os termos de serviço do aplicativo proíbem que menores de 13 anos usem a plataforma.
Conforme o documento judicial, a Meta não conseguiu proteger todos esses usuários de danos. Além disso, ela “ignorou o dano” causado a eles ao implementar recursos “viciantes para fazê-los permanecer nos aplicativos”.
Meta ignorou adolescentes em apps
Ainda de acordo com o documento, a Meta teria recebido “mais de 1,1 milhão de denúncias de usuários com menos de 13 anos no Instagram” através de seus próprios sistemas. Estas reclamações ocorreram entre o primeiro trimestre de 2019 até o segundo de 2023.
Por outro lado, a empresa só agiu para bloquear uma parcela dessas contas e continuou a coletar informações de crianças sem consentimento dos país.
“Dentro da empresa, o conhecimento real da Meta de que milhões de usuários no Instagram eram menores de 13 anos era um segredo aberto e documentado com frequência, analisado com rigor e confirmado, e protegido com zelo para não ser revelado ao público”, diz o texto.
A ação acredita que a Meta violou uma lei federal nos EUA que proíbe a coleta de dados de usuários com menos de 13 anos. Esse, aliás, é o motivo pelo qual vários serviços proíbem o uso por crianças – ou lançam apps específicos para elas, como o YouTube Kids.
Instagram é nocivo a usuários
O processo também fala sobre uma reportagem de 2021 do The Wall Street Journal que afirma que executivos da Meta sabiam que o Instagram criava “um ambiente tóxico para meninas adolescentes”. Isso inclui o desenvolvimento de sintomas como ansiedade, pensamentos suicidas e problemas com autoimagem.
Conforme o documento judicial, o chefe do Instagram, Adam Mosseri, teria conversado com a porta-voz da Meta Stephanie Otway sobre a reportagem. Ela avisou que os argumentos usados pelo texto eram “baseadas em nossa própria pesquisa, o que os faz difíceis de refutar”. Além disso, ela estava “preocupada com as consequências do artigo”.
Ainda de acordo com o processo, uma pesquisa interna da Meta de março de 2021 teria demonstrado que o algoritmo de recomendação do Instagram “mostrou conteúdo recomendado relacionado a distúrbios alimentares ao perceber que usuários tinham engajado com esse conteúdo antes”.
Além disso, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, teria tomado conhecimento do assunto ainda em 2017. Na época, executivos da empresa teriam dito que focar no público de até 13 anos poderia melhorar a taxa de aquisição de usuários quando eles ficassem mais velhos.
Este não é o primeiro problema da Meta com menores de idade. Youtubers, por exemplo, descobriram que a plataforma Horizon Worlds da empresa também tem uma grande quantidade de usuários menores .
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