O JPMorgan Chase & Co. recentemente expressou preocupação com a expansão da participação de mercado do USDT da Tether Holdings, a maior moeda estável, à medida que se aproxima de US$ 100 bilhões em circulação.
Esta expansão, embora seja um marco relevante para o Tether, levanta questões críticas sobre as implicações mais amplas para o mercado de criptomoedas.
Por que o JPMorgan investiu no USDT
O crescente domínio e a alegada “falta de conformidade regulatória e transparência” do USDT representam um risco. Isso poderia impactar todo o ecossistema cripto, de acordo com um relatório do JPMorgan.
As stablecoins como o USDT são cruciais no mundo cripto. Elas supostamente fornecem um refúgio estável para os traders e uma maneira fácil de movimentar-se entre ativos digitais. A crescente participação de mercado da Tether nos últimos dois anos solidificou sua liderança. No entanto, também traz à luz os obstáculos regulatórios que o sector enfrenta.
Apesar do escrutínio, Paolo Ardoino, CEO da Tether, mantém uma perspectiva positiva. Ele argumenta que a liderança de mercado da Tether não é prejudicial para a indústria, mas sim essencial para os mercados que dependem fortemente dele.
“O domínio do mercado da Tether pode ser um ‘negativo’ para os concorrentes, incluindo aqueles do setor bancário que desejam sucesso semelhante, mas nunca foi negativo para os mercados que mais precisam de nós. Sempre trabalhamos em estreita colaboração com os reguladores globais para educá-los sobre a tecnologia e fornecer orientação sobre como devem pensar sobre ela”, disse Ardoino.
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As mudanças regulatórias iminentes nos Estados Unidos e na Europa sinalizam uma mudança significativa na arena das stablecoins. Os Estados Unidos estão considerando a Lei de Clareza para Pagamentos de Stablecoin, enquanto a União Europeia deverá implementar parcialmente o Regulamento de Mercados de Criptoativos (MiCA) até meados do ano.
Estes desenvolvimentos regulamentares sublinham a crescente atenção dada às stablecoins e a necessidade de estruturas de conformidade robustas.
Bancos de olho nas stablecoins
A entrada de instituições financeiras tradicionais como o JPMorgan no mercado de stablecoin poderia remodelar a dinâmica da indústria. Com sua infraestrutura estabelecida, conhecimento de conformidade e a confiança que conquistaram ao longo de décadas, esses gigantes bancários representam um desafio formidável para players existentes como o USDT. A possibilidade de uma “moeda JPMorgan” atormentar as stablecoins atuais poderia alterar drasticamente o cenário competitivo.
Arthur Hayes, cofundador da exchange de criptomoedas BitMEX, capta esse sentimento, sugerindo que o endosso de iniciativas de stablecoin por figuras como Janet Yellen poderia capacitar os bancos tradicionais a lançar suas próprias stablecoins, ameaçando diretamente a presença do USDT no mercado.
Nesta semana a Tether publicou seu relatório mais recente informando o aumento das reservas de caixa e dos lucros, com o trimestre apresentando a maior proporção em 2023. Foram US$ 2,85 bilhões, 84 milhões a mais que o Goldman Sachs que registrou US$ 2,01 bilhões de lucro no mesmo trimestre. No acumulado do ano a Tether teve um lucro de US$ 6,2 bilhões.
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