O autor e jornalista Michael Lewis estava na linha de frente durante o colapso da FTX. O escritor estava terminando seu livro sobre Sam Bankman-Fried quando tudo desmoronou.
Ao mesmo tempo em que o império FTX de Sam Bankman-Fried desmoronava, em novembro de 2022, Lewis, que é um dos jornalistas de negócios mais prolíficos e conhecidos dos EUA, pôde ver tudo de perto.
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A implosão da FTX de perto
Conforme relatado no New York Times na terça-feira (16), Lewis, que escreveu o livro “The Big Short”, sobre como um grupo de traders lucrou com a crise financeira de 2008, estava escrevendo seu livro “Going Infinite: The Rise and Fall of a New Tycoon”.
A entrevista do Times detalha como Lewis estava perto de terminar seu manuscrito quando a FTX entrou em colapso. Compreensivelmente, a escrita continuou desde que a história deu uma guinada dramática.
A FTX era uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo antes de implodir. Bankman-Fried enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, suborno e orquestração de um esquema fraudulento que envolveu bilhões de dólares em fundos de clientes.
De sua parte, Bankman-Fried se declarou inocente das acusações.
Uma breve superestrela cripto, a queda de Bankman-Fried foi rápida e, para muitos, apareceu do nada. Ironicamente, a New York Magazine até recorreu a Bankman-Fried como fonte para uma reportagem de capa de agosto do mesmo ano sobre a implosão de outra exchange de criptomoedas, a Three Arrows Capital.
Essa história descrevia Bankman-Fried como alguém “que, como CEO da FTX, uma grande exchange de criptomoedas que resgatou alguns dos credores falidos, talvez tenha mais visibilidade dos problemas do que qualquer um”.
Os eventos provaram que essa afirmação é verdadeira, embora talvez não no sentido que o escritor pretendia.
Lewis também escreveu The Big Short e Moneyball
O jornalista estava presente quando Bankman-Fried foi preso, em dezembro, nas Bahamas. Lewis continuou tendo acesso a Bankman-Fried apesar dos procedimentos legais, com o confinamento do CEO em sua própria casa.
Lewis disse que, apesar do pesadelo jurídico em andamento, as conversas que eles compartilharam não mudaram muito. Eles eram “ricos e interessantes” antes da queda da FTX, disse ele, e a mesma descrição se aplica agora.
“Eles são mais longos, na verdade”, disse Lewis ao New York Times. “Em vez de falar com ele por 45 minutos porque era tudo o que ele tinha, agora estou falando com ele por quatro horas.”
De acordo com Lewis, os dois se encontram aproximadamente uma vez a cada duas semanas.
Lewis admite que ficou impressionado com o bilionário mais jovem do mundo — “encantado pelo excêntrico jovem de cabelos rebeldes”.
Mas o autor reluta em expandir se caiu ou não no ardil de Sam Bankman-Fried. Teremos que esperar o novo livro para descobrir.
“Quero que o leitor se surpreenda ao lê-lo”, disse Lewis.
Ele foi enganado?
Em um artigo datado do dia 18 de maio na revista Fortune, o jornalista cripto Jeff John Roberts disse que o manuscrito original de Lewis retratava Bankman-Fried como um forasteiro corajoso. Em suma, um “forasteiro corajoso e experiente que resiste às convenções e passa a ser validado”.
Claro, se esse foi o caso, o livro exigiu uma pesada reescrita.
A Penguin planeja lançar “Going Infinite: The Rise and Fall of a New Tycoon” no dia 10 de outubro de 2023.
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